Tavares Moreira
1. Têm sido frenéticas, nos últimos dias, embora
muito pouco inspiradas como é uso, as acções de propaganda do Syriza e seus
mentores, agora tentando convencer o resto do Mundo de que a responsabilidade
pela falta de um acordo quanto ao futuro programa de assistência cabe,
exclusivamente, aos Credores…
2. … uma vez que, segundo eles, a Grécia já fez o
que lhe competia: ou seja, para bom entendedor, a Grécia não só nada fez como
já desfez bastante, tomando medidas totalmente contrárias aos princípios do
programa em vigor, agravando os seus problemas orçamentais e tornando mais
rígidos, ainda, os mercados de factores – atitudes de clara provocação aos
Credores de quem tanto parecem necessitar...
3. Neste plano propagandístico, merece destaque um
artigo de opinião do PM grego, publicado na edição do Le Monde do último
Domingo, no qual refere “A falta de acordo até agora não se deveu a uma
suposta intransigência e à posição incompreensível da Grécia…deve-se, sim, à
insistência de certos protagonistas institucionais de apresentarem propostas
absurdas e que mostram total indiferença perante a escolha democrática do Povo
grego…”.
4. Ou seja, com grande simplicidade: os pontos de
vista e propostas dos Credores constituem manifestação de intransigência e
desrespeito pela vontade do Povo grego…
5. … enquanto as posições radicais do Governo
grego, em tudo contrárias aos princípios de um Acordo de Assistência Económica
e Financeira, devem ser aceites pelos Credores, sem mais discussão, pois são a
emanação da vontade popular…
6. O grande drama, nesta altura e em minha modesta
opinião, já nem é o facto de poder falhar um Acordo entre a Grécia e os seus
Credores: é, antes, a total desconfiança que os próprios gregos manifestam em
relação à política económica do seu País, fazendo levantamentos em massa das
contas bancárias (€ 27 mil milhões, em termos líquidos, nos primeiros 4 meses
de 2015, o equivalente a 15% do PIB…), não investindo um cêntimo e fugindo,
tanto quanto podem, ao pagamento de impostos…
7. Com este Governo, uma mistura explosiva de
radicalismo e de incompetência, é claro que a Grécia não tem qualquer futuro,
dentro ou fora de um Acordo com os Credores… cabe agora aos gregos, que
acreditaram nas falsas promessas destes ilusionistas, resolver o problema… mas
não lhes gabo a sorte.
Título e
Texto: Tavares Moreira, “4R – Quarta República”, 3-6-2015
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