Nome completo: Guillermo Santandreu Gonçalves
Nome de guerra: Santandreu
Onde nasceu: Copacabana, Rio de Janeiro.
Onde estudou:
Brasil, Chile, México, Costa
Rica e Itália.
Estudei no Brasil, no Rio e em
São Paulo; em Santiago do Chile; na Cidade do México; em San José de Costa
Rica; e em Rapallo, na Itália.
Como assim?
Meus pais eram diplomatas…
Até que idade estudou e onde concluiu os seus estudos?
Estudei até os 22 anos e
terminei os meus estudos no Chile.
Já agora diga-nos qual, na sua lembrança, o país de que mais gostou…
Tive a oportunidade de morar
em um paraíso chamado Costa Rica… porém, tenho ótimas lembranças de todos os
lugares onde estudei e residi.
Alemanha é um ótimo país para
morar, estudar, trabalhar, formar uma família e passear.
Tenho um vínculo especial com
Portugal: meus pais nunca conseguiram, na carreira diplomática, serem enviados
ao cobiçado destino Lisboa… só foi possível já como aposentados, onde moraram
por mais de trinta anos. Também o meu irmão e família residem lá.
Tenho muitos amigos, incluindo
os da Varig, Tap, Lufthansa, Tam… em todo o belo país lusitano.
Como chegou à Alemanha?
Meu pai foi designado como
ministro-conselheiro para a embaixada do Chile em Bonn, capital da então Alemanha
Ocidental.
Como o meu pai não estava
muito bem de saúde, a minha mãe me pediu para acompanhá-los no que seria o último
destino da carreira diplomática deles. Fui primeiro para a Itália, com o objetivo
de entregar o meu currículo na Fiat, em Turim, que estava recrutando jovens bilíngues
para trabalhar na Fiat de Belo Horizonte. Continuei até Bonn, onde após o
reencontro familiar e apenas uma semana de moleza, fui matriculado em um curso
intensivo de alemão no Göethe Institut
na lindíssima cidade de Boppard à beira do rio Reno…
Seus pais eram chilenos?
Meu pai era chileno, de
Santiago, e a minha mãe era brasileira, de Campos dos Goytacazes no Estado do
Rio de Janeiro.
Que idade tinha quando começou a estudar alemão em Boppard?
Comecei o estudo do alemão em
Boppard com 23 anos.
Presumo que o seu primeiro emprego foi na Alemanha…
Sim, efetivamente foi na
Alemanha o país do meu primeiro emprego. Ainda estudava o idioma alemão em
Boppard quando recebi uma carta me convidando para uma entrevista na central da
Fiat da Alemanha.
Foi uma surpresa para mim ter
sido entrevistado pelo próprio diretor da filial germânica, que testou meus
conhecimentos de idiomas e o meu gosto pela mecânica, para participar em um curso
de formação e integrar a futura equipe da Fiat em Belo Horizonte.
Como o propósito da minha
vinda para esta terra foi o de acompanhar os meus pais, preferi entrar como
aprendiz de mecânica na Mercedes Benz e obter o nível apropriado de
conhecimento do idioma… e dei um pouco do tempo ao tempo (minha certa
especialidade para algumas situações…).
Em casa falava-se o espanhol ou o português?
Falávamos espanhol e português.
Passávamos automaticamente de um para outro idioma ao falarmos com o pai ou a mãe.
Maravilha! Chegar à adolescência fluente em dois idiomas já vale como
uma faculdade…
Voltando à penúltima resposta, então, você começou a trabalhar na
Mercedes, certo?
Quase… meu pai já tinha
iniciado os preparativos para se aposentar antecipadamente da vida diplomática
e estava um pouco preocupado com o meu futuro. Por meio de um grande amigo de
estudos do pai e também diplomata servindo em Frankfurt, fui apresentado ao
dono de uma concessionária da Mercedes Benz para trabalhar como ajudante de mecânico
na garagem. O alemão, meio durão, tinha sido o único sobrevivente de um
submarino atingido pelos americanos na segunda guerra mundial. Ouvi que os
ajudantes tinham que limpar a garagem e ferramentas…. falei que já tinha feito
isso em uma garagem da Mercedes em São Paulo onde era feita a manutenção do
nosso carro.
Poucas semanas após, algo parecido se repetia em outra entrevista, quando sabiam que eu era filho de diplomata era avisado de que teria que lidar com lixo, roupa suja, limpeza de toaletes, comida, faturas e pessoas às vezes "difíceis"… muito espontaneamente respondi que meus pais já me tinham (muito sabiamente) ensinado e preparado para os desafios da vida…
Mas onde começou a trabalhar?
Aquela relatada entrevista
tinha ocorrido durante uma das últimas viagens com os meus genitores a Frankfurt
para visitar o grande amigo, Cônsul Geral do Chile, que era padrinho de
casamento de um destacado diretor de uma empresa aérea para Europa Central e
Escandinávia.
Essa empresa estava em fase de
expansão das frequências em Frankfurt, com a chegada dos novíssimos DC10-30 em
fins de 1974...
Um simples telefonema do Cônsul
(que para mim era como um tio muito respeitado) para o diretor da empresa aérea
mudou totalmente os meus planos e sonhos…
No mesmo dia fui à sede da
companhia, em frente à estação principal de Frankfurt, para me apresentar ao
Gerente do aeroporto, e a responsável pelos recursos humanos me entregou os
formulários para serem preenchidos e enviados de volta pelo correio.
No escritório, fina e
funcionalmente decorado com móveis e lambris de jacarandá, tinha jornais,
revistas e cafezinho brasileiros…
Me senti em casa, e anos depois
entenderia melhor o que os clientes comentavam das lojas da empresa, que eram
mesmo verdadeiras embaixadas.
Fiquei tão feliz que até me
perdi dirigindo o carro para ir do centro ao aeroporto de Frankfurt, onde tinha
uma entrevista com Carlos Andrade, Gerente da Comissaria da Varig. Me
candidatava à única vaga disponível de agente de Comissaria II.
Well, então, o seu primeiro
emprego foi na Varig, certo?
Sim, o meu primeiro emprego
foi mesmo na Varig da Alemanha, o que foi muito interessante, para entender o
pioneirismo e a influência germânica da história da empresa.
Portanto, começou a trabalhar na Comissaria da RG em Frankfurt no final
de 1974… qual era exatamente a sua função?
As entrevistas e a entrega da
documentação, para ser enviada ao Rio de Janeiro, foi até meados de dezembro de
1974. Então considerei que com as festas de fim de ano e Carnaval em fevereiro…
só começaria a trabalhar em março. Tive muita sorte, já que recebi um
telefonema dos R.H. da Varig em Frankfurt, para me apresentar, assinar o
contrato de trabalho e iniciar as atividades no setor de comissaria no dia 2 de
fevereiro de 1975.
Basicamente, a função
principal na comissaria estava diretamente relacionada com o controle de
qualidade de todos os itens do famoso serviço de bordo da Pioneira, que eram
embarcados nos voos que saíam de Frankfurt, operados pelos lendários B707 e
moderníssimos DC10-30.
Controlávamos também a limpeza
do interior da aeronave como as mesinhas, poltronas, janelas e, em especial,
dos banheiros.
Isto incluía a verificação do
estado dos panos de mesa, guardanapos, fronhas, cabeçotes, panos de cozinha,
panos de chão e os lençóis para as camas dos tripulantes, que voltavam da
lavanderia. Eram pouquíssimas as coisas descartáveis naquela época…
No próprio almoxarifado ou depósito
afiançado, ficávamos responsabilizados pela entrada e saída das bebidas, para o
próprio serviço a bordo, incluindo a reposição dos liquor kits com cigarros, cigarrilhas, miniaturas e até baralhos…
No catering se verificava o
preparo das refeições para a First Class
e Econômica, na sua gramatura, apresentação, conforme estabelecido pela DSB
para o menu em vigor nesse mês.
Também se controlavam nas
caixas "A" do 707 e os "Trolleys" laranjas do DC-10, a
quantidade padrão de talheres, louça Noritake e uma incrível quantidade e
variedade de copos, que poucos bares utilizam atualmente.
Do fornecedor íamos para o
avião aguardar a chegada dos tripulantes, e aproveitávamos para arrumar os jornais
e revistas que seriam distribuídos posteriormente aos clientes.
Colocávamos as flores e cremes
nos banheiros.
Com o cordial recebimento dos
tripulantes, iniciávamos o briefing, que incluía a informação do menu
explicativo, comparação com o número de passageiros e as refeições embarcadas,
incluindo as especiais.
Informávamos eventualmente de
algum item faltante, o que era muito raro naqueles tempos da "aviação de
ouro".
Ficávamos durante o embarque
no "finger" para atender a algum pedido ou questionamento de alguns
tripulantes… tipo "está faltando a garrafa de Vodca no gelo", "a
manteiga líquida" para o serviço de caviar está pela metade ou falta
"nice clean" na cabine de comando… e outros, como que o número de
earphones não bate com a previsão dos passageiros. Tudo isto se resolvia rapidamente
e em conjunto, evitando o relatório da DSB, que poderia penalizar o bom nome
que a comissaria de FRA já tinha.
Lidávamos também com compras,
importação/exportação, faturamento e auditorias aos fornecedores.
Efetivamente, a Comissaria de MEX era muito elogiada pelos
tripulantes nas nossas conversas e reuniões da empresa.
Nessa época, início de 1975, a empresa operava com os 707 e os DC-10
para Frankfurt?
Sim, os voos eram efetuados na
maioria das vezes pelos B707, que foram sendo gradativamente substituídos pelos
DC10-30 a partir de fins de 1975. Operávamos quatro frequências semanais via
Lisboa, que em alguns dias incluía Zurique. Aos domingos o voo continuava até
Copenhague e aproveitávamos o tempo para levar a roupa suja à lavanderia, em
uma linda Kombi da VW azul e branco e com o logo da Varig. Conforme orientações
do chefe do departamento, Carlos Andrade, a Kombi sempre tinha que estar impecável
e ordenada, já que era também a imagem da empresa dentro e fora do aeroporto.
Congonhas, São Paulo |
Nos dias em que não tínhamos
voos, aproveitávamos para controlar as faturas, o estoque de material e fazer
os pedidos aos fornecedores dos vinhos alemães e outras
"delikatessen" para o serviço de bordo de várias rotas.
Se sobrava tempo, dava uma
leitura e atualizava os manuais e boletins da DSB.
Um dia me deparei com um
manual de "Tráfego e aeroportos" que me pareceu muito interessante.
Com o incentivo do meu chefe direto comecei a ler outros manuais de
telecomunicações, cargas e administração. Trabalhar assim na comissaria era
ótimo pelo tipo e ambiente de trabalho, que entre outros para um curioso como
eu, me permitia observar tudo o que acontecia ao redor do avião na rampa. Um
dia pensei que poderia aplicar meus conhecimentos adquiridos em um curso de
A.I.S. na Escola Técnica da Aeronáutica chilena. O meu destino estava traçado…
O que significa A.I.S.?
A.I.S. significa Aeronautical Information Services.
Trabalha junto com o Controle de Tráfego Aéreo, A.T.C., fornecendo informações
aos tripulantes técnicos, das rotas, metereologia e restrições nos aeroportos
de destino do plano de voo. É uma espécie de despachante operacional de voo, D.O.V.
do aeroporto e não da empresa aérea.
Entendi… Ficou na Comissaria FRA até quando?
Após quase três anos bem
aproveitados na comissaria de Frankfurt, me candidatei a uma vaga no despacho
de passageiros, como agente de tráfego II. Chegava a este setor com uma
considerável bagagem de conhecimento, sobre um dos pontos fortes da empresa:
Serviço de Bordo, saber lidar com os tripulantes e ter experiência com o
atendimento às aeronaves em terra.
Nesse período tive a valiosa
oportunidade de conhecer e fazer um estágio no antigo Galeão, incluindo o catering,
manutenção, cargas e o notável Senhor Rousselet. Me alertou para ter cuidado
com o sol na praia, já que tinha chegado em dezembro com os negativos 21 graus
do inverno alemão, para os +40 do verão carioca.
Observei a limpeza e desnicotinização
do interior de um B707, reforçando o sentimento de ser não fumante… Despachei
com os colegas de GIGHR um voo extra (B707) para POA, levando os membros da
Fundação para uma reunião.
Fiquei feliz quando o Comandante
Carlos Homrich, estando eu na rampa, me reconheceu da cabine de comando, fazendo
uma saudação com a mão, antes de dar a partida dos motores…
Conheci também a sede da DSB
no SDU e fiquei impressionado pelo tamanho do prédio, os restaurantes “cai duro”
e “cai morto” (sai duro) e a maravilhosa vista… Sempre falei e falo com muito
orgulho, de que comecei o meu primeiro trabalho na aviação na Comissaria de
Frankfurt!
Em fins de 1977 iniciava uma
nova fase de aprendizado e desenvolvimento profissional no "tráfego"
onde o foco era o atendimento do passageiro em terra…
(Re)começa então no Despacho de Passageiros… eram quantas frequências
semanais?
Tínhamos quatro frequências
semanais de voos de passageiros e três de cargueiros. Operávamos via Lisboa e
Zurique. Aos domingos o voo continuava até Copenhagen. Posteriormente, operamos via Paris e Madri e
também com Amsterdam.
Tanto em Lisboa como Madri
tivemos baseamento de tripulantes por muitos anos, o que facilitava muito o
trabalho e ajudava a estabelecer um ótimo nível de relacionamento e amizade
entre as equipes de terra e voo.
Como fui um dos responsáveis
da mudança da operação de Orly para Charles de Gaulle nos anos oitentas, me
permiti fazer uma brincadeira com um dos participantes do nosso primeiro encontro em Sintra. Como o encarregado da gestão dos aeroportos, J.B. Mariscal, estaria presente, levei
um malote interno da Varig endereçado a ele, contendo a ata da reunião que realizamos
em Orly há mais de trinta anos!... indicando que o importante malote que tinha
sido extraviado, foi finalmente encontrado. Lamentavelmente não consegui
localizar as fotos do almoço no Maxim's de Orly…
Chegamos ao início da década de noventa…
você trabalha no Despacho de Passageiros no aeroporto internacional de
Frankfurt…
Iniciava a década de 90 já
como Gerente de Aeroporto da base de FRA.
Tive uma ótima formação
profissional, que até incluiu um curso da IATA de gerenciamento de aeroportos,
ministrado no centro de treinamento da Lufthansa…
Quando começou a frequência para Munique?
A primeira das três
frequências semanais para MUC foi iniciada em 14 de janeiro de 2001. Como
responsável da base questionei a operação, já que tínhamos diariamente um voo
GRU/FRA que fica a 400 quilômetros de Munique.
Teria sido preferível aumentar
as frequências para FRA, onde já contávamos com uma boa infraestrutura e
equipe, que aceitava todo tipo de desafios…
Em 2000, chegava em um voo da
Varig, o comandante Rolim Amaro, já de olho na rota de FRA para a TAM. Ele
continuava para Berlim para participar em uma feira internacional de aviação. O
acompanhei até o portão de embarque do voo da parceira Lufthansa e lá
aproveitei a oportunidade para, em tom de brincadeira, sugerir trocarmos as
frequências: a TAM iria para Munique e a Varig iniciaria os voos para o Rio
desde FRA. Nunca me esqueci da resposta. Ele deu uma olhada ao seu redor na
área de embarque repleta de passageiros e falou "Não, Santandreu, o
dinheiro está aqui em Frankfurt!"
Primeiro voo de MD-11 GIG/FRA |
A TAM não resistiu à operação
em FRA por falta de acordo com os voos de alimentação da LH, o que era
privilégio da Varig. E nós desistimos temporariamente dos voos de MUC por falta
de rentabilidade…
O interessante foi que após
algumas semanas, recebi uma carta do Comte. Rolim que me agradecia pelo
atendimento e se colocava à disposição… e quem diria que algum dia (eu) faria
uso dessa simpática carta!
Quer dizer, voo para Munique, uma decisão sem pés, nem cabeça…
Eu teria optado por aumentar
as frequências FRA/GIG de quatro para sete, voo que era muito rentável em carga
e passageiros.
O voo era operado em parceria
com a Lufthansa, que posteriormente começou também a operar o seu próprio voo.
Em 2006, novamente contra a
minha opinião, voltamos a operar o voo de MUC desde o novo terminal 2, que é um
dos melhores do mundo.
Fiz parte, desde 2001, da
equipe da Star Alliance que colaborou no desenho MUC2 funcional do futuro
MUC2. Fiquei muito feliz no dia da inauguração,
em poder comprovar como é importante o trabalho conjunto entre os usuários e
autoridades aeroportuárias.
Curiosamente, em fins do ano
passado, a Lufthansa acabou cancelando os voos MUC/GRU/MUC por motivos de
rentabilidade, agravada pela crise económica brasileira… Enfim, tanto em 2001,
como em 2006, a minha opinião não estava fora da realidade.
Antes de prosseguir, tenho para mim que o Hotel Hilton, em Mainz, foi o
hotel que mais tempo permaneceu como hotel de pernoite da tripulação…
Sim, você está certo. As tripulações, funcionários, passageiros e
familiares utilizaram o Mainz Hilton por mais de vinte e oito anos!!
Bateu todos os recordes da
Varig de permanência contratada com este tipo de acomodação para as equipes de
voo…
Curiosamente, à medida que os
contratos iam sendo renegociados, obtínhamos um preço melhor para um hotel de
qualidade, muito bem localizado na beira do rio Reno.
Saímos do Intercontinental de
Frankfurt pelo fator custo e segurança.
Mainz tinha ótimos
restaurantes, cervejarias, centros comerciais e facilidades para fazer turismo.
O próprio músico gênio W. A.
Mozart, em fins de 1700 já admirava a cidade pelo vinho e a cerveja, o estilo
de vida descontraído dos seus habitantes… e provavelmente chegou a conhecer as
"irmãs sisters", tão badalado restaurante, o preferido dos
tripulantes.
Quem não se lembra das festas
de Natal, Ano Novo, aniversários e os happy-hours?!
Agradeço à empresa por ter-me
permitido negociar junto com a diretoria de operações e o representante local,
o contrato com o famoso Mr. Morscher. Ele era um "hotelier" estilo
antigo, muito educado, culto em história, arte e música. Aprendi muito com ele.
As dificuldades da Varig
aumentavam e fomos obrigados a procurar um hotel mais econômico em
Darmstadt. No dia em que recebi do Rio o
contrato já assinado pelo diretor de operações, tive a ideia de ir com o nosso
gerente-geral, primeiro ao Hilton, para fazer um último intento negociador com
Mr. Morscher… chegamos lá e mostramos para ele o contrato assinado, ele
empalideceu. Nos ofereceu café e vinhos e pediu para esperarmos meia hora.
Voltou com todos os seus assessores fazendo uma contraproposta que ficava igual
à do hotel em Darmstadt… Liguei para o diretor informando da virada e este me comentou
de que o contrato já estava assinado, aí eu falei que ainda não tinha sido
entregue... Continuamos a viagem até ao que seria o futuro hotel para um
encontro com o diretor.
Falamos que o sindicato dos
tripulantes tinha enviado inspetores anônimos, que o hotel ficava próximo à
linha dos trens, que reclamaram das vibrações e ruídos… o que era verdade.
Negociação inesquecível que
nos favoreceu a todos...Voltei ao aeroporto para dar a boa notícia aos
tripulantes que assumiam o voo e que me tinham visto no hotel junto ao Mr.
Morscher. Foi a última negociação com ele, que posteriormente se aposentou com
uma grande festa no próprio hotel.
Com a chegada da Nova Varig,
fomos obrigados a trocar de hotel, sem negociação.
Para que hotel foi a Nova Varig?
A tripulação foi para o
Steigenberger Airport Hotel, bem perto do aeroporto.
O hotel tinha boas facilidades
e bom atendimento. Parte da economia se dava pela eliminação do custo do
transporte, já que o hotel contava com um ônibus que circulava a cada quinze
minutos… os tempos tinham mudado e tínhamos que nos adaptar à nova política
empresarial, para sobreviver.
Quando falamos ‘Nova Varig’ quer dizer Gol, proprietária da Varig, ou
do que sobrou dela… certo?
A Nova Varig foi o que sobrou
do leilão de 20 de julho de 2006, tendo sido comprada pela Varig Log do grupo
Volo e Matlin Patterson.
Foram iniciadas as demissões e
cancelamentos dos voos. Me lembro do dia em que estava na sala onde recebíamos
as mensagens de telex e estava entrando nesse momento o cancelamento dos voos do
Rio e posteriormente os de São Paulo para Frankfurt (FRA). Tirei a mensagem da
impressora para que os funcionários não ficassem preocupados com a paradas dos
voos na base.
Aí me veio um flash à memória...
me lembrei da minha ida em 14 de maio 2006 a Lisboa, para estar juntos com os
meus colegas da histórica base, no dia da realização do seu último voo. Foi uma
sensação coletiva muito triste ver aquele voo decolar pela última vez…
Vendo tantos colegas também de
outras empresas e muitos aviões da TAP na rampa, pensei no destino… se o Engenheiro
Fernando Pinto e sua equipe tivessem ficado no comando da empresa e se o apaixonado
pela aviação comandante Rolim Amaro estivesse vivo, não estaria participando no
enterro de rota e uma base…
Voltei à realidade do momento
e simplesmente me rebelei do negro destino que teríamos de passar com os meus
colegas e os nossos clientes em Frankfurt.
Fui tomar um cappuccino fora do escritório e fiz um esboço de uma
mensagem que posteriormente enviei ao Diretor dos Aeroportos no Rio.
O telex dizia resumidamente
que como o cancelamento não respeitava o prazo mínimo de quatorze dias para
cancelar os voos conforme a regulamentação da comunidade europeia, teríamos que
desembolsar aproximadamente cinco milhões de euros por mês em indenizações,
hotel, alimentação, transporte dos clientes, além dos "imensuráveis danos à
imagem da empresa em um dos seus melhores mercados".
Telefonei ao meu chefe no Rio
(Dolabela) que me informou de que estava indo a uma reunião das diretorias com
o Lap Chan do fundo Matlin Patterson… Ele mostrou a minha mensagem-telex ao
todo poderoso, que após seguramente uma "reflexão financeira"
resolveu reativar apenas o voo GRU/FRA/GRU… um colega do planejamento do Rio me
ligou para dar a boa notícia de que o voo estava sendo reativado.
Foi o único voo
internacional-intercontinental que não foi cancelado e o jornalista Claudio
Magnavita escreveu um artigo "A estrela solitária" em homenagem à
equipe de Frankfurt.
Termos vencido uma batalha significou
um notável aumento de trabalho para nossa dedicada equipe, sempre pronta para
enfrentar desafios e os novos que iriam aparecer mais adiante...
Guillermo, quando você sentiu que ‘as coisas não iam bem’?
No meu ponto de vista a crise
já estava afetando a Varig na década de noventa com a crise financeira nacional
e a política de céus abertos.
Com a entrada no novo milênio
(2000) a situação piorou com a saída da equipe do Engenheiro Fernando Pinto,
que desde 1996 tinha tomado uma série de medidas de melhoria da rentabilidade,
a nova imagem, a entrada no seleto e exigente grupo da Star Alliance e uma
grande valorização e profissionalização do quadro de funcionários,
especialmente da linha de frente.
Em 11 de Setembro chegava em
um dos nossos voos o presidente Ozires Silva e Equipe, que continuariam para
Toulouse em visita à Airbus. Tive que dar a notícia dos trágicos acontecimentos
dos atentados, o que significou o cancelamento da continuação da viagem para a
França e o retorno na mesma noite para o Rio.
A crise que se deu no setor
aéreo mundial após os atentados, a trágica morte do comandante Rolim, que
favoreceu os contra colaboração ou contra a fusão entre Varig e TAM, somada à vontade
política de asfixiar a nossa empresa nos levaram a operar em céus turbulentos e
com mudanças de rotas permanentes na direção da empresa. Tínhamos dificuldade
com o abastecimento no Brasil de combustível, começavam a faltar os suprimentos
para o serviço de bordo e tínhamos que lidar com uma possível apreensão das
aeronaves nos aeroportos da Europa… e tudo isso sendo driblado pela incrível
vontade e profissionalismo das equipes guerreiras da empresa.
Como soube do fechamento da empresa??
A primeira vez foi via telex
em que se cancelavam os voos internacionais, que conseguimos reverter. A
segunda parada prevista para praticamente o único voo da malha
intercontinental, foi via telefone. O gerente de vendas, o gerente financeiro e
eu, éramos convidados para uma reunião no Rio para discutirmos em começo de março
o fechamento da base devido aos maus resultados da rota. A saída da Star
Alliance, o fim dos acordos comerciais com a maioria das empresas aéreas, eram
os motivos principais que tinham contribuído para uma redução de um
aproveitamento médio de 85% para apenas 30%. A falta de aviões era um dos
pontos em discussão. Antes de ir à reunião fui visitar um grande colega da
Varig Charter. Conversando com Carlos Berardinelli fui informado da
disponibilidade imediata de dois B767-300 da EuroAtlantic em Lisboa…
Durante a reunião veio à tona
o tema da falta de aviões para efetuar o voo da rota Alemanha… reclamei
irritado de que sequer tinham respondido ao fax que o subgerente Elói tinha
enviado com uma lista de treze aviões da falida Air Madrid, disponíveis para
leasing… e após uns segundos, que aproveitei para olhar nos olhos dos
participantes, informei que em Lisboa estavam as duas aeronaves disponíveis
da EuroAtlantic.
Nesse momento entra na sala o
presidente da VRG na época, Guilherme Laager (admirador da base FRA, como
cliente frequente) que pediu-me para repetir o que eu tinha acabado de falar…
nos deu três dias para irmos a Lisboa e negociarmos o leasing dos dois
aparelhos. Fiquei muito feliz, porque
Guilherme Laager estava cumprindo, como executivo e pessoa, a palavra de
segurar os nossos empregos.
Isto nos deu fôlego para que
após a venda da VRG para a GOL, continuarmos com trabalho e tempo para
prepararmos com o concelho de funcionários de FRA, um plano social, para evitar
a falta de garantias trabalhistas e sociais.
No começo de 2008, recebo um
telefonema do Dr. Piller, presidente da GOL, informando o encerramento da rota
para 30 de março de 2008, definitivamente!!
Deixa ver se eu entendi bem. De 2006 a 2008, você trabalhou para a Gol
(que tinha comprado a Varig) e voava para Frankfurt com aviões pintados com as
cores da Varig?
Depois do leilão em 2006
trabalhamos na Varig da Varig Log-Volo do fundo Matlin Patterson, que vendeu
para a Gol em março de 2007 a marca Varig, com aquele ágio gigantesco.
Os nossos contratos de
trabalho só foram mudados para a Varig VRG Linhas aéreas em outubro de 2007,
reconhecendo assim todos os direitos trabalhistas acumulados durante muitos
anos na Varig Alemanha.
O último voo realizado foi em
30 de março de 2008, contando com a presença dos solidários funcionários da
Lufthansa, Fraport, catering LSG, A.S.A., autoridades, outros fornecedores e o
curador do museu do aeroporto, Héctor Cabezas (ex-Varig dos anos 60) e esposa
Paula.
Compareceram também
funcionários de diversos setores da Varig FRA e de outras empresas que
participaram da festa de despedida que durou até às 4 da manhã… e continuamos
com outra festa só para os "da casa" no dia 31 de março.
Passamos o resto do ano
atendendo os clientes que não tinham sido avisados e nos preparando para
finalmente "apagar a luz e fechar a porta", tarefa que realizei
sozinho, para evitar desconforto aos membros da nossa equipe do aeroporto.
Registrei estes últimos e tristes momentos em um vídeo.
Meus heroicos colegas,
dependendo do tempo de casa, foram à procura de trabalho, alguns se aposentaram
e outros se registraram como desempregados. A maioria foi contratada em
atividades relacionadas com aviação, graças ao elevado nível profissional que
tinham.
E depois de 2008?
Meu último dia na atividade
foi em 31 de dezembro de 2008. Semanas antes, a nossa secretária Tania,
responsável pela perfeição da área administrativa e o nosso melhor mecânico do
mundo, Paulo Romam, já contratados pela TAM, me escreviam comentando de como
"seria bom trabalharmos juntos novamente" e de que o meu nome estava
sendo mencionado para assumir a gerência do aeroporto desta nova empresa em
FRA.
Em 14 de janeiro de 2009, fui
entrevistado pela diretora de recursos humanos e o gerente-geral de aeroportos,
para a mencionada posição.
Conversando sobe pontos do
contrato de trabalho, tirei da minha pasta e mostrei aquela carta de
agradecimento do comandante Rolim e comentei que me parecia que ele tinha
simpatizado comigo… me perguntaram em que dia poderia começar a trabalhar… respondi
"desde ontem" dia do primeiro encontro!!
Com esta nova equipe, que
contava já com talentosas pessoas e alguns ex-variguianos, superamos muitos
desafios como a mudança de sistemas, entrada na Star Alliance, voos para o Rio
e outros.
Em 18 de agosto de 2010,
Claudio Magnavita escrevia um visionário artigo sobe a fusão (venda) entre a
TAM e LAN, intitulado "Tapete vermelho para os chilenos?"
Após termos concretizados a
fusão das operações, equipes em um só terminal, começaram a questionar o meu
estilo de gestão e não os resultados… vi que era o momento de chegar a um
acordo e saí da empresa no fim de 2013.
Me aposentei em 2015, feliz
por ter tido a oportunidade de trabalhar mais de trinta anos na Varig, junto a
uma equipe de valiosos profissionais da linha de frente. Agora era o momento de
aproveitar o tempo para estar com os netos, família e os amigos espalhados pelo
mundo…
Há quantos anos vive na Alemanha? Como é viver na Alemanha?
Vivo há quarenta e três anos
na Alemanha.
É um ótimo país para estudar,
trabalhar, criar uma família e se aposentar…
Existem muitas garantias no
plano médico, social, cultural e no campo da legislação trabalhista. Está no
rumo de ser um dos países ideais para as futuras gerações…
É um país muito bonito, com
muitas opções de turismo, para os amantes da história, música, literatura,
tecnologia, gastronomia, enologia e esportes… e, obviamente, a aviação também!!
Estamos em um lugar central da
Europa que te permite chegar à maioria das capitais do continente com uma
empresa aérea em menos de duas horas.
Acompanha a situação político-econômica do Brasil?
Acompanho diariamente a
precária situação político-econômica do país, com os colegas, amigos e parentes
no Brasil.
O elevado nível de corrupção
político-empresarial é assustador. Me parece muito injusto que o país com um
potencial gigantesco, tenha que castigar a maioria da população, impedindo que
possa viver dignamente.
Será que algum dia teremos uma
CPI sobre o caso Varig?
No próximo dia 17 de junho, ex-trabalhadores da Varig encontrar-se-ão
em Sintra, Portugal, no 2º Encontro Europeu de ex-Trabalhadores da Varig,
Familiares e Amigos. Você esteve no 1º?
Vai ao 2º?
Claro que vou participar e
apoiar a tua iniciativa e de Maria Cecilia Keller, ajudando com a memorabilia também em este 2º encontro.
Gostaria de contar com uma
maior participação dos colegas da Varig Europa (responsáveis na época, em mais
de 50% do tráfego internacional da empresa), que têm maiores facilidades de
deslocamento, se comparados com os colegas do Brasil e outros continentes…
Forte abraço e até o dia 17 de
junho de 2017 com muitas emoções a chegar…
Muito obrigado, Guillermo, e até o dia 15 no happy-hour!
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Conversas anteriores:
Aloisio: “Atribui-se muito a queda da RG a uma situação política, mas sabemos que houve má gestão e desvios também...”
Mariscal: “… então resolvi procurar trabalho. E por livre e espontânea vontade dirigi-me à Varig”
Mariscal: “… então resolvi procurar trabalho. E por livre e espontânea vontade dirigi-me à Varig”
Linda narrativa de vida pessoal e profissional apresentada pelo excelente amigo de tantos anos Guilhermo Santandreu com o qual tive o prazer de trabalhar nos idos dos 70/80/90's. A memoria do Santandreu e fotográfica lembrando fatos que a muito se passaram.Adorei esta entrevista tanto pelas perguntas como pelas respostas, parabéns Santandreu e também ao Cão que Fuma.
ResponderExcluirJ.Mariscal
Adorei rever o Guilhermo, com quem convivemos tantos anos no mais absoluto respeito mútuo profissional. Gostei muito de ter lido o seu relato e de saber que ele está bem. Pena que ficou uma ponta de nostalgia e ao mesmo tempo muita pena pelo que aconteceu não só à Varig e seus funcionários em especial todos os de Frankfurt, os quais mantínhamos uma excelente relação, mas acima de tudo pelo que o Guilhermo significou para a empresa e em contrapartida o que a empresa significava para ele. É como se tivessem amputado o seu futuro como excelente profissional que era. Ás vezes acho que tudo não passou de um sonho ou que eu vivo num país de brincadeira.
ResponderExcluirParabéns Guilhermo pela sua entrevista, e parabéns por tudo que você representou para nós e para a empresa. Um grande abraço
José Manuel - ex Chefe de Equipe B-747
Este profissional tinha um coração gigante para atender a todos com simpatia e eficiência... Por isso querido por todos...
ResponderExcluirValdemar Habitzreuter
Caro Guillermo,
ResponderExcluirQuantos momentos! Sim, desde 1975, grande convívio. Você Guillermo, é o Espírito Varig, em carne e osso! Qualidade, Competência e Bem Servir. Vc e Sua equipe em FRA era excelente, tanto Carmen, Elio, as Meninas, o Azevedo, seriam tantos a citar, todos vocês, nos tratavam, não como Tripulantes, mas como VIPs, a serviço ou como GC. Tivemos grandes bases fora do Brasil, e FRA estava entre as melhores.
Lembro quando uma época tentaram mudar o Hotel de pernoite, e defendestes e mantivestes o HILTON, um puro sangue 5 estrelas, conquistado pelo Cmte. C.Homrich em 75.
Mainz é realmente sensacional, quantas Saudades.
Guillermo, baita prazer saber notícias suas, este reencontro virtual é maravilhoso.
Teria tanto a relembrar, espero que em um próximo Encontro Europeu, sei que estarás, sempre presente, possamos matar as saudades pessoalmente. Belíssima Entrevista, Parabéns Editor e a Vc, Obrigado!
Um forte Abraço,
Heitor Volkart
Santandreu, inesquecível amigo
ResponderExcluirQuanta alegria ler esta tua bonita história; quando eu te reencontrei aqui em POA, na PUCRS, voltou-me à memória os anos 70/80/90 quando éramos recebidos em FRA com fidalguia e presteza; desempenho de primeiro nível.
Guardei este lindo relato para revê-lo outras vezes.
Obrigado Jim por este espaço; sou um profundo admirador destas entrevistas, como é bom ter notícias atualizadas dos colegas e amigos variguianos.
Continue Jim com este trabalho tão importante.
Um grande abraço Santandreu
Um grande abraço
Jim
Vilmar Mota
Maravilhosa entrevista com o querido Santandreu ! Lá atrás, em 1994, participei de um encontro de "Code Sharing" em Frankfurt ( RG/LH) envolvendo os setores Reservas & Aeroportos. Uma proveitosa reunião para ambas empresas .
ResponderExcluirDurante o tempo livre, Santandreu nos levou a conhecer o museu do vinho ( Rüdesrheim am Rhein , creio eu) . Fazia um frio de 08ºC...
Bonita foto do colega Mariscal, junto ao Santandreu! Felizes tempos trabalhando juntos...
Fui duas vezes a Alemanha , sendo uma com a família , em férias. Passeamos pelo Reno, fomos a Mainz , Heidelberg ( um espetáculo!). Guardo ótimas lembranças dessa magnífica pessoa , que é o Guillermo. Viver na Alemanha dever ser mesmo muito bom. Um país com muitas belezas naturais e um povo super acolhedor.
Deixo meu grande abraço ao Santandreu , desejando que prospere a cada dia.
Abração do amigo,
Sidnei Oliveira
Que entrevista bem boa de se ler. Que equipe fantástica havia em FRA, Guillermo, Eloy, Azevedo, Andrade e todos os colegas do despacho e manutenção. Não tenho dúvidas, a melhor de todas onde a RG operava.
ResponderExcluirMeu primeiro vôo para Frankfurt, peguei na reserva dia 29 de dezembro de 1974, ficávamos no Internacional de Frankfurt e com direito ao réveillon na Torre, no restaurante nas alturas. Ano seguinte, novamente, FRA na proa, e fomos convidados a pernoitar em Mainz, no Hilton, também com direito a festa de reveillon, impecável e nunca mais saímos daquela maravilha de lugar.
Santandreu, um grande abraço, sempre fui teu fã, a maneira correta, cortês, polida mesmo, vinda de berço diplomático sempre me chamou a atenção.
História profissional linda que você nos revela.
Uma feliz e saudável aposentadoria é o que te desejo.
Cmro. Vieira Dutra
Eu e minha filha tivemos a honra de conhece-lo no happy hour em 15 de junho em Lisboa e durante o almoço, no segundo encontro anual dos ex-trabalhadores da Varig em Sintra.
ResponderExcluirNercy Grabellos
uma pessoa nota mil...preciso dizer mais alguma coisa? adoraria saber como esta e gostei de ler as noticias!!
ResponderExcluirQue narrativa incrível. Com muitíssimo orgulho digo que a Varig foi a minha primeira escola de aviação. Não tive como começar de uma maneira melhor. O amadurecimento pessoal e a excelência profissional combinadas é algo que poucas, pouquíssimas organizações podem proporcionar à seus funcionários. Iniciei na aviação com apenas 18 anos e saí dela, após 24 anos de serviços prestados, um profissional completo e um cidadão melhor para o mundo. Lindas lembranças, conhecimento eterno.
ResponderExcluirFormidável esta entrevista. O Guillermo era a própria VARIG plantada no fantástico aeroporto alemão. Era um grande alívio entregarmos o voo às suas mãos competentes na chegada, bem como receber o voo de volta na partida. Grande figura, com uma excelente formação, que engrandeceu a fabulosa empresa para a qual dedicamos parte de nossas vidas. Eu, por 40 anos. Foi muito bom...
ResponderExcluirNao me canso de ler esta Entrevista e agradeco sempre ao querido Guilhermo Santandreu por dividir com a gente sua historia, sua incrivel experiencia de vida antes, durante e depois da Varig. Para mim foi um grande privilegio ter conhecido este Gentleman! E que privilegio ter feito tantos voos para Frankfurt, que como nossos colegas ja citaram, era ter a alegria de chegar em FRA e saber que la estaria o Santandreu, sempre impecavel, gentil, atencioso, eficiente, sempre passando pra gente a certeza de que os Passageiros seriam todos muito bem recebidos, e que teriam toda a assistencia que poderiam precisar na chegada, ou nas Conexoes caso continuassem em voos para outros destinos. Sabiamos tambem que nada faltaria em nosso Voo da volta, pelo contrario, tinhamos sempre muito alem do que podiamos precisar para fazer um grande Voo. Tambem sua simpatia e atencao para com todos os tripulantes era extraordinaria. Aproveito para agradecer mais uma vez ao Guilhermo, por tantas coisas boas que fez pelos Tripulantes Varig e para mim em particular, que tenho inumeras lembrancas agradaveis de sua atencao em varias situacoes, e, agradeco por ele ter sido e continuar sendo a pessoa maravilhosa que e, e obrigada por ter sido esse grande Profissional, que com sua classe, elegancia e dedicacao foi um grande exemplo e fonte de inspiracao para muitos de nos.
ResponderExcluirObrigada ao Jim Pereira por esta brilhante Entrevista!
Grande Abraco,
C/E Patricia
GRANDE SANTANDREU.
ResponderExcluirO MELHOR AEROPORTO DA VARIG EM MATÉRIA DE CORTESIA E ATENDIMENTO. JUNTO COM O MELHOR HOTEL DE PERNOITE QUE UTILIZEI HILTON MAINZ , TUDO GRAÇAS A COMPETÊNCIA DO GILHERMO.
GRANDE FIGURA HUMANA, E GRANDE EM TUDO. SAUDADES DAQUELES TEMPOS.
UM ABRAÇO
VITOR STEPANSKY
Eu só vi o pedido para não escrever em caixa alta no final.
ResponderExcluirFiz meu comentário todo em caixa alta .
Vitor Stepansky
Grande Guilhermo
ResponderExcluirFrankfurt o melhor aeroporto da Varig em atendimento,cortesia e eficiência junto com o melhor hotel de pernoite no Hilton Mainz.
Tudo graças a competência administrativa e o fino trato do Santandreu. Saudades daqueles tempos. Guilhermo um grande abraço
Vitor Stepansky
Tenho a mesma opinião! 👏
ExcluirLembro do último vôo que fui à FRA, saimos ferry de LIS para transportar os "últimos" passageiros que estavam na Alemanha após o final da Copa do Mundo de 2006, nos extertores da Pioneira. Fomos recebidos por Santandreu de uma forma inesquecível e calorosa. Nunca tive a oportunidade de lhe agradecer, imagino que esta seja a oportunidade. OBRIGADO SANTANDREU. Cmte. Gilberto Garcia SCHUMANN. B767 VRG 644377
ResponderExcluirComo o Vitor Stepansky só vi o pedido de não usar caixa alta após ter publicado, ou ter tentado publicar. So sorry.
ResponderExcluirSchumann