Águia da Beira
Revolvendo os caboucos da
Bíblia com olhos de ver e sentido no analisar, é fácil concluir que o homem não
foi criado para a Nação, mas para o mundo. E é fácil deduzir tal.
O Criador, primeiro, criou
tudo o mais: a luz, a natureza das coisas e as plantas, animais, a terra, o
mar… tudo; e só no fim criou o homem.
E não se contentou em criá-lo,
mas, ainda e com fim expresso, entregou-lhe tudo o mais que havia criado, para
que o homem, dando-lhe nomes, de tudo ficasse senhor e rei.
Logo, no Gênesis, o mundo e
tudo o que nele existe foi criado para o homem, para de tudo se servir, todo o espaço
dominar e fruir. O povo, a etnia ou Estado é muitíssimo posterior.
Que a socialização, o Estado,
são igualmente do mandato de Deus, também Bíblia no-lo demonstra. Logo e antes
da outorga do anteriormente criado, Deus criara, para o homem, uma companheira,
uma igual em dignidade como par na expansão humana: a mulher.
Ia ser uma corresponsável na
multiplicação da espécie como, aliás, já o fizera com outros seres
anteriormente criados. Assim, a primeira e inicial comunidade humana e social
foi a família ampliada nos filhos e filhas.
Só muito mais tarde,
muitíssimo mais tarde e, naturalmente, como imanência do espírito de corpo
social e posse e defesa de terreno, surgiu a existência do grupo, do clã em que
os povos se aglomeravam começando a marcar limites e fronteiras.
Lá, no evoluir dos tempos e como mensagem do Criador a um destes povos, Deus suscitou um chefe por Si escolhido e que veio a ser o germe de uma orgânica estatal constituindo-se um grupo definido, ao qual Deus veio a chamar e classificar como Seu Povo, base e princípio de um povo com organização e estatuto definido, embora, ao tempo, fosse verbal.
Assim chegamos aos tempos em
que a humanidade está dividida em povos ou nações, até em grupos linguísticos,
ou em raças, como que esquecendo seu passado nômada e peregrinante na busca de
um pouso certo. Esquecendo as origens e dividindo-se em povos, começou a erguer
barreiras e linhas de demarcação, suscitando cobiças, ambições, invejas que se
manifestaram e maus olhares, ódios que se verteram em desejos de mais terra,
mais poder, mais domínio.
Assim nasceram as guerras
entre nações que renegavam a origem comum da humanidade traçando, com sangue,
outras fronteiras, as divisões e os domínios.
É assim que, se já no século V
da nossa era esse homem portentoso que foi Santo Agostinho escrevia, decalcando
São Paulo na sua carta aos Romanos, que “é necessário que os princípios dos
governos estejam de acordo com o ideal dos fins espirituais da criatura”, o
poeta Baudelaire, já bem perto de nós, em meados do século XIX, declarava que
“a verdadeira civilização não consiste nem no gás ne no vapor, mas na
diminuição dos vestígios do pecado original”.
Era, pois, nestes empenhos que
as forças humanas se deviam gastar em vez de se gladiarem por espaços de terra
ou de domínio territorial, pois este é pertença dos aglomerados de famílias, as
quais, entre si unidos, formam a Nação ou Pátria.
Mas é isto que uma tal agenda
não quer e, por isso, acentua a divergência entre as nações ou povos, fitando o
domínio universal; neste acabavam as diferenças, a liberdade de pensamento e de
ação, tudo e todos estavam sujeitos às mesmas leis e às mesmas autorizações
sobre o modo de agir. Quem discordar será puramente eliminado.
Por isso se ataca o
Nacionalismo e o Patriotismo. É que é preciso, necessário e urgente fazer das
Nações um só povo, com um só governo, a agir sob uma única Lei: a da agenda e,
como esta quer ser a única a mandar e dirigir, é-lhe indispensável passar uma esponja
sobre todas as fés dos povos, mormente o cristianismo.
Já agora, os governos atuais e as suas orgânicas estatais vão colaborando submissamente e incautamente no programa, não descortinando que eles próprios passarão, na generalidade, a comandados sob pressão e sem qualquer hipótese de fuga.
Embora isto só virá a acontecer, como eu o creio porque a fé mo diz, se Deus o quiser!
Título e Texto: Águia da Beira, o Diabo, nº 2797, 8-1-2021Digitação: JP, 18-1-2021
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