Sérgio Conceição projetou o clássico com o Sporting, em Leiria, referente à meia-final da Taça da Liga (terça-feira, 19h45)
Confiança absoluta
“Se não estivesse confiante
para amanhã não estava aqui a fazer nada. Temos de estar confiantes no trabalho
que fazemos diariamente para ganhar os jogos e as competições em que estamos
inseridos.”
O Sporting
“O Sporting é o líder do campeonato. É uma equipa com muita juventude, com muita ambição no jogo e uma equipa em que se percebe bem a dinâmica que tem, que faz parte daquilo que é o pensamento do seu treinador. É fácil de interpretar a forma como joga, mas é difícil de contrariar se não estivermos bem no jogo. Estamos preparados para as mudanças que possa haver e estamos prontos para ir à luta, apesar de todas as condicionantes. Hoje foi o único dia em que tivemos tempo para trabalhar a estratégia para o jogo. Falámos sobre os pontos fortes e menos fortes do adversário. Foi algo falado e trabalhado em campo. Os jogadores sabem e percebem o que é pedido para amanhã.”
Os casos de Covid-19
“É um problema que não é só do
futebol, mas também da sociedade. Estamos a sofrer muito com a pandemia e, ao
mesmo tempo, creio que também estamos a facilitar nesse sentido. Os jogadores
são extremamente profissionais e sabemos os comportamentos deles, mas as
estatísticas não são nada boas e todos devemos pôr a mão na consciência. Não
devemos olhar para esta terrível pandemia de forma leviana, pois é algo
importante e difícil de ultrapassar. Todos os cuidados são poucos para nos
protegermos e protegermos os outros, mas é o momento que atravessamos e temos
mais três jogadores infetados (Sérgio Oliveira, Luis Díaz e Evanilson). Estão
fora do jogo de amanhã e impedidos de dar o contributo à equipa, mas vamos à
luta com os jogadores que estão disponíveis.”
Os cuidados que se exigem
“Dentro daquilo que é o nosso dia
a dia, estamos completamente tranquilos, mas os jogadores têm a sua vida fora
daqui. A mensagem que passamos e que eles percebem é que tem de haver uma
responsabilidade grande naquilo que é a vida fora do espaço profissional, mas
isto está tão difícil que, mesmo com todos os cuidados, os jogadores acabam por
serem infetados.”
Muitas equipas privadas de
vários jogadores
“É uma verdade, mas não somos
nós que decidimos. Há pessoas que decidem o que fazer e o que é melhor para este
desporto. A situação é esta neste momento e não sei se parar seria a melhor
solução, sinceramente, mas a verdade é que limita muito as equipas. Esta
situação condiciona a partir do momento em que as equipas não estão completas,
mas o calendário também é apertado e o clima não é fácil. Temos mais cinco
jogos do que o Sporting nesta altura e isso também pesa. Como clube grande que
somos, queremos estar em todas as competições, mas tem sido desgastante. Com
todo o grupo à disposição, não é um problema, mas com estas condicionantes
fica mais difícil. Ter 15 ou 16 jogadores disponíveis não são as condições
ideais para se preparar uma meia-final da Taça da Liga, mas temos que ir à luta
com os que temos.”
Os alertas aos jogadores
“O Departamento de Saúde tem feito
um excelente trabalho no sentido de alertar os jogadores e fazê-los perceber
que estamos perante algo sério. Tenho confiança total no Departamento de Saúde
na comunicação sobre uma situação que não é fácil para ninguém.”
Um calendário que não dá
tréguas
“Os jogos são todos diferentes
e a estratégias são diferentes, bem como os adversários. Não é fácil preparar
um jogo nestas circunstâncias e quando disse que estava dependente da zaragatoa
depois do jogo com o Benfica, é literalmente assim, não era a brincar. Quando
pensamos e definimos algo para um jogo e na véspera nos dizem que não podemos
contar com três jogadores, sendo que dois deles fazem habitualmente parte do
onze… Há pouco tempo para trabalhar, mas o conhecimento dos jogadores é grande
em relação ao que queremos. Gostaria, sem dúvida nenhuma, de ter mais tempo
para preparar este jogo, mas percebemos que o calendário é muito apertado e que
estamos em todas as competições. O clima também não ajuda e ainda ontem foi
adiado mais um jogo. É difícil para os jogadores em termos da integridade
física, como foi o nosso jogo com o Nacional, por exemplo. Exige mais aos
jogadores, por isso temos sempre o receio de que aconteçam lesões, além da
agressividade extrema que existe em alguns jogos, mas temos de ultrapassar isto
tudo. Estamos limitados no número de jogadores, mas vamos para a frente com os
que temos para ganhar o jogo e estarmos presentes na final de sábado.”
Um empate ao nível de Liga
dos Campeões
“O jogo com o Benfica já
passou e cada treinador tem a sua análise, mas o ambiente que se viu no rival
depois de empatar e continuar atrás de nós foi um ambiente de ganhar uma Liga
dos Campeões. Ou de ultrapassar uma pré-eliminatória da Liga dos Campeões.”
A maior sorte do mundo para
a equipa de arbitragem
“Não sou árbitro, mas sou
alguém que anda no futebol há muitos anos. Tudo o que falo é alvo de processo e
não quero isso, mas um amarelo tem de ser dado aos três minutos ou aos 90. Um
árbitro não pode olhar para um momento do jogo e a sua decisão pesar mais ou
menos pelo minuto ou pelo segundo que se está a jogar. Espero que o jogo corra
bem ao João Pinheiro, à sua equipa, ao VAR e ao AVAR. Espero que o jogo seja
ganho pela equipa mais forte e não por um erro qualquer. Desejo a maior sorte
do mundo à equipa de arbitragem liderada pelo João Pinheiro.”
Francisco Conceição e os
outros
“Estamos atentos à equipa B.
Individualmente tem jogadores interessantes, mas coletivamente as coisas não
estão a correr bem, sobretudo em termos de resultados. Há jogadores com um
trajeto muito interessante. Chamo o Francisco, o Manuel ou o Joaquim se achar
que podem dar um contributo à equipa principal em determinados momentos dos
jogos.”
A saída de Nakajima
“O Nakajima não esteve aqui um
mês nem dois e teve várias oportunidades. Há jogadores que não se
ambientam e que não colocam cá fora todo o potencial que têm. É culpa dele
e se calhar minha também. Há jogadores de diferentes dimensões que conseguem
colocar cá fora todo o talento que têm num clube e noutro não. Também há jogadores
que chegam e que mostram ser uma surpresa incrível. É o trajeto de cada um,
dependendo também do caráter desse jogador. O Nakajima é muito respeitador, não
é um jogador que complica e se calhar até devia era complicar um pouco, mas não
se ambientou. Basicamente, o Nakajima não se conseguiu ambientar a um clube
como o FC Porto.”
F.C. Porto, 18-1-2021, 13h56
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