Farmacêutica se comprometeu a antecipar entrega ao Brasil
Andreia Verdélio
O governo federal informou hoje (8) que a farmacêutica norte-americana Pfizer vai entregar ao Brasil 14 milhões de doses da sua vacina contra covid-19 até junho deste ano. O presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o presidente da Pfizer, Albert Bourla, nesta segunda-feira, por videoconferência, e pediu a antecipação de lotes do imunizante, que foi desenvolvido em parceria com empresa de biotecnologia alemã BioNtech.
Foto: Reuters |
Após o encontro, o assessor
especial do Ministério da Saúde, Airton Soligo, explicou que o contrato com a
farmacêutica previa a entrega 99 milhões de doses este ano, sendo 2 milhões em
maio, 7 milhões em junho e o restante no segundo semestre. Segundo ele, a
Pfizer se comprometeu a antecipar 5 milhões de doses, a serem entregues
entre maio e junho - totalizando 14 milhões de doses no primeiro semestre.
Além disso, a entrega de cerca
de 60 milhões de doses da vacina estava concentrada no último trimestre do ano,
mas, de acordo com Soligo, também haverá um esforço para antecipar esses lotes
para o terceiro trimestre. A vacina da Pfizer teve seu registro definitivo aprovado pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) no mês passado.
O presidente Jair Bolsonaro
também vai se reunir com representante da Janssen (braço da empresa Johnson
& Johnson) para tratar da aquisição de 30 milhões de doses de vacina contra
covid-19.
De acordo com Soligo, estados
e municípios já receberam 20 milhões de doses para vacinação da
população contra a doença que já matou mais de 265,4 mil pessoas no país.
São vacinas aprovadas no
Brasil para uso emergencial: a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em
parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, e a vacina Covishield, produzida
pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Universidade de Oxford e
o laboratório inglês AstraZeneca.
Até o final de março, segundo o assessor, mais 31,8 milhões de doses estarão disponíveis: 25 milhões da Coronavac e 6,8 milhões da Covishield. No caso da vacina AstraZeneca/Oxford serão 3,8 milhões produzidas pela Fiocruz e 3 milhões produzidas na Coreia do Sul e entregues pela iniciativa Covax, da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em abril, a previsão é de mais 42 milhões de doses de vacinas, sem contar os imunizantes Covaxin e Sputnik V que também estão sendo negociados pelo governo federal.
“A partir de agora, o Brasil,
nos próximos 60 dias, aplicará 1 milhão de doses [diárias] e, a
partir de maio, passa a ser no mínimo de 1,5 milhão de doses por dia”,
disse Soligo em entrevista à imprensa após a reunião no Palácio do Planalto. “A
Fiocruz já está produzindo 400 mil doses por dia formará um lote grande; o
Butantan, 660 mil doses por dia. Ou seja, o Brasil apostou certo quando apostou
na AstraZeneca e no próprio Butantan”, completou.
Negociações
De acordo com o ministro da
Economia, Paulo Guedes, a antecipação da entrega de vacinas pela Pfizer foi
possível pois a farmacêutica aumentou a sua capacidade de produção de 1,5
milhão para 5 milhões de doses diárias. “E fazendo isso deve haver mais vacina
para todo mundo, inclusive para nós”, disse em entrevista à imprensa no Palácio
do Planalto, ao lado de Soligo.
As negociações para aquisição de imunizantes com a Pfizer e a
Janssen aconteceram depois da aprovação de um projeto de lei que facilitou a compra
de vacinas com autorização para uso em caráter emergencial
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por estados, municípios
e por empresas. No caso do setor privado, as doses devem ser integralmente
doadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) enquanto o público prioritário não tiver
sido todo vacinado.
O texto também permite que
estados, Distrito Federal e municípios assumam a responsabilidade civil por
eventuais efeitos adversos provocados pelos imunizantes, desde que estes tenham
obtido registro na Anvisa. Essa é uma exigência feita pela Pfizer/BioNTech e
Janssen. A ausência de responsabilização ao laboratório em caso de atraso na
entrega ou de eventuais efeitos colaterais do imunizante, entre outras
condições, causaram entraves na negociação entre governo e Pfizer.
“Cada um tenta fazer na sua
área o melhor possível para o Brasil. E, claramente, nessa negociação anterior
com a Pfizer, o problema de escala foi um problema sério. Não fazia sentido 100
mil ou 200 mil doses para um país como o Brasil. Então, o Brasil o tempo
inteiro pedindo [fabricação em] escala e eles, por sua vez, pedindo exigências,
que, dos dois lados, demoraram um pouco na negociação”, disse Guedes.
Título e Texto: Andreia
Verdélio; Edição: Lílian Beraldo – Agência Brasil, 8-3-221, 1332
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-