quinta-feira, 30 de junho de 2022

[Daqui e Dali] Falemos de "cotas"

Humberto Pinho da Silva

Quando foi implantado no Brasil, (regime de) cotas para facilitar indivíduos de origem africana a ingressarem no ensino superior – diria raça, se não fosse politicamente incorreto, – ergueram-se muitas vozes discordantes. Uma, foi a minha. Modesta, sim, mas sincera, na imprensa brasileira, portuguesa e noutros países.

Discordei, porque todos somos, ou deveríamos ser, iguais, seja (pela) cor, etnia, religião ou sexo.

Discordei por que sou contrário a cotas, e se tiver que haver, devem basear-se apenas no rendimento de cada um ou no agregado familiar.

Quantas pessoas de cor branca, vivem, no Brasil, em favelas imundas e debaixo de pontes e viadutos, sem qualquer recato, em mínimas condições de higiene, mas são, muitas vezes, preteridas, por serem de cor branca!

Também não sou a favor de cotas para mulheres para ocuparem cargos políticos, no parlamento, governo e empresas.

Sou contra, porque considero deprimente. As mulheres devem-se impor pelo mérito, pelo saber e competência, e não pelo sexo.

Depois, quando se vê uma mulher nesses cargos, fica-se na dúvida, se ocupa pela competência ou apenas por ser mulher.

Lamenta-se que nos parlamentos europeus as mulheres se encontrem em minoria. Não vejo qualquer problema nisso, porque o bom senso indica, que se deve escolher sempre, para esses cargos, os mais competentes e não o sexo.

Amigo meu, já falecido, dizia, por graça que tinha que existir equidade na admissão ao ensino superior, já que há nas Faculdades, em regra, mais alunas que alunos. Pois não é verdade que em tudo deve haver igualdade? - concluía.

O que deveria preocupar, não é haver mais mulheres ou homens, mas sim que os representantes sejam competentes e justos, que cuidem do bem-estar da comunidade, e não deles.

Deixemo-nos de cotas, de guerra de sexos, e que homens e mulheres, que ocupam cargos importantes, sejam criaturas honestas, honradas, justas, e tementes a Deus.

Título e Texto: Humberto Pinho da Silva, junho de 2022

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