Humberto Pinho da Silva
Durante anos frequentei assiduamente a Casa da
Beira-Alta, no Porto, e participei nos almoços de confraternização que se
realizavam mensalmente.
Numa quarta-feira – fria e chuvosa – sentei-me
junto a cavalheiro de meia-idade, que logo entabulou conversa. Vivia no Porto,
mas tinha vinhedos na Beira-Alta, que produziam excelente vinho do Dão, segundo
disse.
Depois de me aconselhar a visitar a vinícola de D. Miguel, em Nelas, a conversa derivou para a Internet.
Nessa recuada época nada sabia de informática –
como ainda nada sei.
Após rasgados elogios à "via rápida do
conhecimento" disse-me que ela era faca de dois gumes: tanto era boa como
má. Dependia da forma como era usada.
A conversa foi escorregando para outros temas, por exemplo, a bonita cidade de Viseu.
Hoje quem não tem Internet ou não sabe manejar o
computador é quase analfabeto.
Infelizmente, a população idosa, em geral, desconhece como trabalha o computador, e anda aflita para tratar seus problemas junto das repartições públicas, que remetem quase tudo para sites e informam através de e-mail.
Acrescenta-se que muitos auferem reformas tão
insignificantes, que mal chegam para adquirir medicamentos, quanto mais
computadores.
O único remédio é desenrascaram-se e pagar a quem
o faça, dando a conhecer a estranhos a vida privada.
Eu sei que estamos numa sociedade que é quase
indiferente com os idosos pobres e remediados, mas seria de grande justiça –
não são os velhos, cidadãos como os outros? – que as entidades atendessem,
também, pessoalmente?
Bem sei que quase ninguém pensa nos nossos idosos.
Os responsáveis tão entranhados andam nos problemas da nação, que nem se
lembram da população pobre e idosa, que vive só, desamparada de tudo e todos.
Título e Texto: Humberto Pinho da Silva,
maio de 2022
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Um gesto nobre
A guerra e o frade redentorista
Um doidivanas incorrigível
FOTO LEGENDADA ACIMA (SENHOR NO COMPUTADOR):
ResponderExcluir- Que diabo é isso? Parece uma formiga? Não, uma centopeia...
Vem a esposa, mais velhinha e de pouca visão que o companheiro:
- Que nada, meu véí... nem formiga, nem centopeia... não ta vendo que é o centolulapéia? Olha as pernas do desgraçado. Eram dezenove... com a juntada de todos os roubos feitos por ele, e agora por último, a Canja...
Aparecido Raimundo de Souza
de Vila Velha ES