Jair Bolsonaro e Vladimir Putin conversaram por telefone
Pedro Rafael Vilela
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta segunda-feira (27) que o país vai garantir o fornecimento ininterrupto de fertilizantes para o setor agrícola brasileiro. O compromisso foi reforçado durante conversa telefônica entre o líder russo e o presidente Jair Bolsonaro.
![]() |
Soja, Goiás, foto: Tony Oliveira/CNA |
Os fertilizantes,
especialmente nitrogênio, fósforo e potássio, são largamente usados pelo setor
agrícola no país, sendo considerados essenciais para o fornecimento de um ou
mais nutrientes para as plantações. O Brasil consome 8% de toda a produção
mundial de fertilizantes, avaliada em 55 milhões de toneladas, mas importa 85%
do insumo usado pelo agronegócio, principalmente da Rússia, que sofre um forte
embargo econômico promovido pelos Estados Unidos, países da Europa ocidental e
Japão, por causa da invasão militar na Ucrânia.
"Os problemas de segurança
alimentar global foram longamente discutidos. O presidente russo fez uma
avaliação detalhada das causas da difícil situação no mercado mundial de
produtos agrícolas e fertilizantes. Enfatizou a importância de restaurar a
arquitetura do livre comércio de produtos alimentícios e fertilizantes que foi
destruída pelas sanções ocidentais. Neste contexto, Vladimir Putin salientou
que a Rússia está empenhada em cumprir suas obrigações de garantir o
fornecimento ininterrupto de fertilizantes russos aos agricultores
brasileiros", informou o governo russo, em um comunicado oficial.
Mais tarde, durante evento no Palácio do Planalto, o presidente brasileiro confirmou a conversa com Putin, ressaltando que a questão da produção de alimentos e da segurança energética foram os principais assuntos discutidos entre ambos.
Petrobras
Bolsonaro também comentou
sobre a troca de comando na Petrobras. Segundo ele, a empresa terá “uma nova
dinâmica” sob a gestão de Caio Mário Paes de Andrade, que tomou posse no
Conselho de Administração e foi eleito presidente da companhia em reunião nesta
segunda-feira.
"Teremos uma nova
dinâmica também na Petrobras na questão dos combustíveis no Brasil. E tudo vai
ser analisado na conformidade, na base da lei, sem querermos mexer no canetaço
na Lei das Estatais, sem querer interferir em nada, mas com muito respeito,
muita responsabilidade", disse o presidente. Esta é a quarta troca de
comando na estatal durante o mandato presidencial de Jair Bolsonaro.
Formado em comunicação social
pela Universidade Paulista, Paes de Andrade aprofundou seus estudos nos Estados
Unidos, tem pós-graduação em administração e gestão pela Universidade de
Harvard e mestrado em administração de empresas pela Duke University. Segundo
currículo divulgado pela Petrobras, ele acumula experiências como empreendedor
em tecnologia de informação, mercado imobiliário e agronegócio.
Paes de Andrade foi indicado
por Bolsonaro para substituir José Mauro Ferreira Coelho. O presidente da
República vinha manifestando publicamente sua insatisfação com os reajustes dos
combustíveis.
Desde 2016, a Petrobras adota
a chamada Política de Preços de Paridade de Importação (PPI), que vincula o
preço do petróleo ao mercado internacional tendo como referência o preço do
barril tipo brent, que é calculado em dólar. Essa diretriz foi defendida por
todos os presidentes da estatal indicados nos últimos seis anos, durante os
mandatos de Michel Temer e de Jair Bolsonaro.
Título e Texto: Pedro
Rafael Vilela; Edição: Aline Leal – Agência Brasil, 27-6-2022, 21h28
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-