De Pedrogão em 2017 às urgências em 2022:
Marcelo beija, Costa diz que na semana seguinte estará tudo resolvido. O beijo
de Marcelo é o símbolo do regime a que estamos entregues: o patético-socialismo
Helena Matos
Portugal já teve governantes
com piores características do que Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa. O
que nunca teve foi esta conjugação em simultâneo de os dois máximos
responsáveis do país partilharem uma tal fobia à responsabilidade.
Marcelo, um egocêntrico fútil, tornou-se refém da sua própria popularidade. Costa, um tacticista que enquanto governante acabou aprisionado pela sua habilidade na gestão política. É o reflexo grotesco da conjugação entre estes dois homens que encontramos quando nos confrontamos com a sequência quase ritual cumprida por eles após cada momento em que pressentem que podem ser postos em causa.
Primeiro, o PR apressa-se de
imediato a menorizar o acontecido e a afastar cenários de eventuais
responsabilizações: “O que se fez foi o máximo que se podia fazer” (Marcelo a
propósito dos incêndios em Pedrogão Grande, 2017), “é um ponto crítico específico” (Marcelo acerca do fecho das
urgências hospitalares, em 2022). De seguida, o primeiro-ministro anuncia a
mudança-milagre que vai resolver tudo e invariavelmente transfere as culpas
para o passado e a solução para o futuro: “Este é o momento para fazermos a reforma há muito adiada da
floresta” (António Costa, após os incêndios de Pedrogão Grande), primeiro-ministro promete “uma resposta estrutural para os
desafios do SNS” (António Costa, agora em Junho de 2022, em plena crise das
urgências hospitalares).
Título e Texto: Helena Matos, Observador, 19-6-2022
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