Decisão indica desaceleração da economia
Howard Schneider e Ann Saphir
O Federal Reserve - Banco Central norte-americano - elevou a taxa de juros dos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual nesta quarta-feira (15) para conter o salto da inflação e projetou desaceleração da economia e aumento do desemprego nos próximos meses.
Essa foi a maior alta desde
1994, adotada depois de dados recentes mostrarem pouco progresso na batalha do
banco central para conter a inflação.
Autoridades do BC
norte-americano indicaram uma trajetória mais rápida de aumentos nos custos de
empréstimos à frente, alinhando mais de perto a política monetária a uma
mudança acelerada nesta semana nas visões do mercado financeiro sobre o que
será necessário para controlar as pressões de preços.
"A inflação permanece
elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia,
preços de energia mais altos e pressões de preços mais amplas", disse o
Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) em seu comunicado ao fim de dois dias
de reunião de política monetária.
"O comitê está fortemente
comprometido em levar a inflação de volta a seu objetivo de 2%."
O chair do Fed, Jerome Powell,
em uma coletiva de imprensa após a decisão, disse que os formuladores de
política monetária "chegaram à visão" de que precisavam antecipar
mais as altas dos juros para levá-los a uma faixa mais neutra mais rapidamente.
"75 pontos-base pareciam a coisa certa a fazer nesta reunião, e foi o que
fizemos."
Além disso, Powell afirmou que um incremento de 0,75 ou 0,50 ponto percentual será "muito provavelmente" o resultado apropriado da próxima reunião do banco central no final de julho. Ainda assim, Powell disse não esperar que aumentos do tamanho do aperto de 0,75 ponto percentual adotado nesta quarta-feira sejam "comuns".
O movimento desta quarta
elevou a taxa de juros de curto prazo a uma faixa entre 1,50% e 1,75%, e as
autoridades do Fed projetaram aumento a 3,4% até o fim deste ano (pela mediana
das estimativas) e a 3,8% em 2023 --mudança substancial em relação às projeções
em março que colocavam os juros a 1,9% neste ano.
A política monetária mais
rígida foi acompanhada de uma piora na perspectiva econômica pelo Fed, com
projeção agora de que a economia desacelere a uma taxa de 1,7% (abaixo da
tendência), a taxa de desemprego suba a 3,7% até o fim do ano e chegue a 4,1%
em 2024.
Embora nenhuma autoridade
tenha estimado recessão, as projeções econômicas caminham para zero em 2023,
com os juros devendo cair em 2024.
Desde março, quando as
autoridades do Fed projetaram que poderiam elevar os juros com a taxa de
desemprego permanecendo em torno de 3,5%, a inflação permaneceu em uma máxima
de 40 anos, sem sinal de tenha alcançado o pico que as autoridades do Fed esperavam
que chegasse ainda neste primeiro semestre.
Mesmo com as ações mais
agressivas de juros adotada nesta quarta-feira, as autoridades ainda veem a
medida preferida de inflação do Fed, o índice PCE, em 5,2% neste ano,
desacelerando apenas gradualmente a 2,2% em 2024.
Título e Texto: Howard
Schneider e Ann Saphir - Repórteres da Reuters, 15-6-2022
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