sexta-feira, 14 de outubro de 2022

A TAP como prova de que o interesse dos socialistas é inimigo do interesse nacional

José Mendonça da Cruz

A senhora que o PS foi desencantar para gerir a TAP diz que a TAP nunca deu lucro. A senhora que gere a TAP é, portanto, mentirosa, além de medíocre. A TAP teve lucro operacional em 2017, antes de os socialistas lhe deitarem a mão.

Entendamo-nos: António Costa acredita em pouco ou nada além do seu interesse e ambição pessoal. Se as múmias do PC e os demagogos do Bloco queriam uma TAP «estratégica» para ajudarem Costa com os votos que não conseguira, Costa dava-lhes uma TAP «estratégica», ou seja, capaz de ficar fora das ajudas a fundo perdido que todas as grandes companhias aéreas privadas europeias receberam; capaz de despedir milhares de trabalhadores; capaz de reduzir a frota que já era de 102 aviões a meros 80; capaz de desprezar as ligações d’«o privado» Neeleman ao mercado norte-americano e brasileiro, com enorme vantagem para o hub de Lisboa; capaz de ser mais um modo de saque de 3 mil milhões de euros do bolso dos contribuintes.

Esta gente cuja ambição e apetite não conhece nem competência nem vergonha proclama agora as enormes vantagens de privatizar a TAP «estratégica», que nacionalizou com prejuízo para o país, e ao arrepio do Memorando de Entendimento que assinara meses antes com quem viera resgatar Portugal de mais uma bancarrota socialista.

Dispensam comentário as tristes figuras do «feroz» Pedro Nuno Santos, que citava os bons números d’«o privado» para defender a «sua» TAP, como se eles ainda fossem os mesmos, e que defende uma coisa e o contrário com os mesmos ademanes de «dinamismo», as mesmas desculpas de «bem público», e os mesmos resultados desastrosos.

Dispensam comentário as aflições que as múmias do PC e os demagogos do Bloco agora venham aventar sobre a ruína da TAP que promoveram e apoiaram.

Dispensam comentário (sobretudo porque nunca as ouviremos) as considerações que figuras patéticas como António Pedro Vasconcelos farão (fariam) agora do alto do seu intrigante conhecimento da aviação comercial.

Quem queira recordar os golpes que, contra os conselhos da Comissão Europeia, contra as advertências do Tribunal de Contas, e contra o interesse nacional, Costa e Nuno Santos cometeram a propósito da TAP, e recuperar alguma informação sobre o processo (que televisões e jornais nunca darão, porque festejaram antes a «TAP nossa», e preferem, agora, refugiar-se na discussão das «contradições» do governo, sem nunca tratarem da substância), recomendo sem modéstia o que escrevi em Julho de 2020, aqui.

Nota: entretanto, a ignorância e a estupidez continuam a ter direito de antena. Na CMTV, uma criatura com aflitiva deficiência de neurônios escreveu que aquilo que o líder do PSD considera um crime político e econômico é a reprivatização da TAP. Coisa que o pivô do telejornal, mais preocupado com as poses e os passinhos atrás e à frente, leu convictamente.

Título e Texto: José Mendonça da Cruz, Corta-fitas, 13-10-2022

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