Escrevo
na esperança do parto
das palavras que pintarão a folha em branco.
Escrevo
na esperança que essa alegria
me vá desvendando quem sou…
Escrevo
à mão a palavra, as palavras
que precisam dos meus dedos para se revelarem,
ensinando-me
que das profundezas de mim
pode emergir um rio
que limpa e unifica
dissolvendo as sombras
que nos afastam da realidade e de nós!
Escrevo
dando voz ao silêncio de mim
onde tudo é vazio e cheio
à espera de revelação.
Escrevo
para poder ser água cristalina,
una com tudo a que pertenço,
com voz própria na orquestra da vida.
Escrevo
para que no caminho da procura
irrompa a luz do sentido da vida
e de tudo…
Escrevo
porque a vida é esse movimento
de elevação de consciência
onde as palavras poéticas
são faróis,
quando nascidas da verdade que somos!
Escrevo
desde que as palavras me seduziram,
mesmo antes de compreender
o poder demiúrgico da Poesia.
Escrevo
porque essa é a minha condição
– dar voz ao que sou,
fazendo dessa criação
revelação
e promessa.
Escrevo
porque ser poeta
é a minha condição.
Escrevo…
Beatriz H. Pontes
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