Geraldo Almendra
A revolta do núcleo
corporativista do Poder Judiciário às declarações da honrada e digna
corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon, desnuda o que a sociedade já
sabia, mas por omissão, covardia ou cumplicidade, se negava a reconhecer de
forma pública: os “corredores” do Poder Judiciário do Brasil estão apodrecidos,
degenerados, subornados e corrompidos.
A reação da Associação dos
Magistrados Brasileiros, assim como do presidente do STF, confirma que o
submundo bandoleiro e mafioso dos corredores da Justiça controla a pior máfia
que um país pode ter: uma organização corporativista sórdida que suborna, é
subornada, corrompe e é corrompida. Estamos nos referindo à máfia do jogo de
poder sórdido das relações corporativistas da Justiça com a estrutura do Poder
Público mais corrupto de nossa história, e sério candidato a ser o mais
corrupto do mundo.
A cara de paisagem da OAB
diante da crise de credibilidade por que passa os instrumentos da Justiça
sintetiza que a formação jurídica do país, através dos cursos de direito e suas
extensões, fomenta, cada vez mais, essa situação degradante em que o portador
de um diploma de direito se forma para usar e aprofundar as sórdidas e
criminosas relações dos representantes da Justiça com o resto da sociedade.
Os representantes das polícias
civis e militares estão cheios de história para contar de quantas “carteiradas”
levam por dia por delinquentes morais protegidos por um diploma que frauda a
justiça ao contrário de defendê-la.
A declaração da corregedora de
que “é o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que hoje está com
gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás de
uma toga” não passa de uma descrição exata do que é atualmente a Justiça no
país.
É rigorosamente nesse cenário
que as gerações futuras estão se formando fazendo da leviandade, da
desonestidade e da mentira seus valores fundamentais para sobreviver em um
Paraíso de Patifes, governado por covis de bandidos controlados por oligarquias
e burguesias de ladrões.
Cresce exponencialmente o
número de jovens e adolescentes, a maioria estudantes de escolas privadas, que
refletem em seu comportamento o apodrecimento moral que vem de cima e que,
inclusive, tem feito da própria família uma reprodutora do princípio de que
usar “da melhor forma o sistema de degeneração moral do país”, é o melhor
caminho para o crescimento pessoal e profissional de seus filhos. Os valores
agregados não serão para mudar, e sim para aprofundar, cada vez mais, o estado
de delinquência social em que estamos imersos, muito especialmente nas relações
públicas e privadas.
Estamos, inegavelmente,
entregues às consequências da fraude de um movimento nascido no sonho de
liberdade e justiça social, mas que se tornou uma fraude inominável e lesa
pátria: a Fraude da Abertura Democrática que fez do país uma sociedade com leis
apenas para os que não compartilham do poder ou não são lacaios de um sistema
político absolutamente falido, um sistema político que deveria ser destituído e
paralisado para evitar a desgraça social, moral e econômica de uma sociedade de
quase duzentos milhões de habitantes.
A sociedade sabe perfeitamente
que os dois mandatos do ex-presidente Lula foram o mais importante instrumento
para a degeneração final dos podres Poderes da República. Sabe também que a
atual presidente foi corpo presente em todas as suas decisões, mentiras,
leviandades e omissões.
No entanto ao abrirmos o
jornal e lermos a notícia de que o modo de governar da presidente agrada a 71%
da população temos que entender o fato de que o modelo degenerado de sociedade
construído com o aval de milhares de esclarecidos canalhas se tornou uma
predileção para a maioria em uma falsa democracia, que foi transformada em uma corruptocracia
fascista em que o jogo do enriquecimento ilícito, assim como do usufruto do
poder mafioso se apresentam como os instrumentos de preservação de todos
aqueles que veem no corporativismo, na desonestidade, na leviandade, na
corrupção, e no suborno, seus valores preferenciais.
O mais danoso reflexo social
resultante da Fraude da Abertura Democrática acaba de ser declarado
publicamente por uma digna representante da Justiça: os bandidos estão se
escondendo atrás de uma toga.
Infelizmente as Forças Armadas
estão sendo comandadas por gente que deixou de honrar seus uniformes e suas
obrigações constitucionais para não mais defender o país do domínio de uma
corruptocracia fascista nascida no submundo comuno sindical sob a liderança do
mais sórdido político da história do país, um verdadeiro gângster que deveria
estar na cadeia e não fomentando com o resto de sua gangue a impunidade dos
ladrões do dinheiro público assim como de todos os seus cúmplices em uma
síndrome do rabo preso sem fim.
Título e Texto (e grifos):
Geraldo Almendra, 01-10-2011
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