domingo, 1 de novembro de 2020

[As danações de Carina] O que sabemos sobre o nosso Hino Nacional?!

Carina Bratt 

Amigas, me digam com sinceridade: o que vocês sabem sobre a história do Hino Nacional Brasileiro? Tipo, assim, como ele nasceu? Quem foram seus autores? O mais importante. Respondam rápido: se precisassem cantá-lo, na íntegra, compreenderiam a letra, sem tropeçarem em algumas palavras consideradas difíceis? Pelo sim, pelo não, vamos contar um pouquinho da sua história. No meu tempo de escola, a gente aprendia tudo sobre a bandeira e os símbolos nacionais, bem como o Hino Nacional e como venerá-lo, nas aulas de Educação Moral e Cívica do professor Alcides Siqueira Baltazar. As escolas modernas acabaram com a nobre cadeira. 

Logo, pelo andar da carruagem, dentro em pouco, Brasil sem memória, deverão dar um fim definitivo na linda e encantadora poesia do maestro Francisco Manoel da Silva. É questão de tempo. Vamos lá.  Existe um catatau de controvérsias acerca dos motivos que teriam inspirado o compositor a elaborar a música, um deles, a pedido de políticos da época. O historiador jornalista e escritor Arlindo Vianna, fez publicar, no Jornal Sul de Minas, antigo noticioso de Itajubá, o seguinte: ‘Francisco Manoel da Silva escreveu a música do Hino Nacional, aos 27 anos de idade. Não há relatos honestos sobre o que o levou a compor. O maestro nasceu no Rio de Janeiro em 21 de fevereiro de 1795 onde veio a óbito em dezembro de 1865, tão logo ingressara na casa dos setuagenários’. 

A melodia é bem mais antiga do que a letra. Dataria, a poesia, de 1831 ou 1841. Alguns autores igualmente divergem, como é o caso de Faria Antonio S. Michaele em seu ‘Manual de Conversação da Lingua Tupi’. Segundo ele, na página 341, encontramos um capítulo onde esclarece que a letra se tornou conhecida em 1808.  Aprovou-a o Congresso Nacional, em 1912. É de autoria de Joaquim Osório Duque Estrada, sobrinho do Marques do Herval (Marechal Manoel Luiz Osório), uma das figuras mais destacadas e expressivas da nossa história militar. Joaquim Osório Duque Estrada, poeta, advogado e crítico literário, nasceu aos 29 de abril de 1870 em Paty do Alferes, Minas Gerais, e faleceu em 5 de fevereiro de 1927, no Rio de Janeiro. Foi membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira número 17. 

O Hino Nacional se oficializou  pelo Decreto nº 15.671, de 6 de dezembro de  1922, e o seu canto, face a Lei nº 259, de 1 de outubro de 1936, passando a ser, desde então, obrigatório em todo o país, notadamente nos estabelecimentos de ensino e nas associações de caráter educativo. José Maria Otto de Menezes, nas suas “Curiosidades do Hino Nacional’, nos ensina que a poesia tem cerca de: ‘50 versos, 226 palavras, 450 sílabas, 1.118 letras; 20 termos proparoxítonos; 110 paroxítonos e 50 oxítonos; seguidos de 44 vírgulas, 4 pontos e 10 de exclamação’. 

Vejamos agora outras curiosidades, como por exemplo, o Hino Nacional Brasileiro na versão Argentina. A tradução é do poeta, maestro e tradutor Germán Berdiales, em seu livro ‘Hinos Universais’: 

Ipiranga escuchó em su margem plácida
de um pueblo heroico el grito retumbante,
y el sol de Liberdad, con rayos fúlgidos,
brilló em el cielo patrio em ese instante.

Si el favor de esa igualdad
conseguimos conquistar con brazo fuerte,
en tu seno, oh! Liberdad!
desafíam nuestras pechos a la muerte!

Oh, Patria Amada!
Idolatrada
salve, salve

Brasil, um sueño intenso, um rayo vivido
de amor y esperanza a tierra llega.
cuando em tu hermoso cielo, dulce y limpido,
la imagen del Crucero se despliega.

Eres gigante por naturaleza,
bello, robusto, impávido coloso,
y tu futuro copia esa grandeza.

Tierra adorada,
Entre otras mil
eres, Brasil,

Oh, Patria amada!
Eres em nuestra hogar madre gentil,
Patria amada

Brasil!
 

Agora vamos ver como ficou o nosso Hino pátrio na versão Colombiana. A tradução dos versos ficou a cargo do poeta colombiano Pedro Restrepo Pelaês. Foi publicado em ‘Coisas do mundo’ jornal que circulou em Bogotá em 16 julho de 1943. 

Oyeron de Ipiranga las margens plácidas
de un pueblo heroico el grito retumbante,
y el sol de la Libertad em rayos fulgurantes
brilló en cielo de la Patria em esse instante.

Si el pendón de esa igualdad
conseguimos conquistar com brazo fuerte,
em tu seno oh! Liberdad,
desafia em nuestro pecho a la prpria muerte?

Oh! Patria amada,
Idolatrada
Salve, Salve!

Brasil, um sueño intenso, um rayo vivido
de amor y de esperanza a la tierra desciende,
si em tu hermoso cielo, risueño y limpido
la imagen del Crucero resplandece.

Gigante por la propria naturaleza,
eres bello, eres fuerte, impávido coloso
Y tu futuro es ande esa grandeza.

Tierra adorada,
entre otras mil
eres tu, BRASIL,

Oh! Patria Amada!

de los hijos de este suelo eres madre gentil
Pátria amada,

BRASIL
 

Domingo vindouro, traremos para todas as nossas amigas e, em especial, para a família ‘Cão que Fuma’, as versões em língua francesa, inglesa, em Esperanto e em Guaraní.   

Título e texto: Carina Bratt, de Sertãozinho Ribeirão Preto São Paulo, 1-11-2020

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