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Imagem: Resistência Democrática |
... ou
Dilma acha a vassoura ou será assediada pela sujeira
Reinaldo Azevedo
As coisas ficaram
definitivamente complicadas para o comunista sem multidões Orlando Silva,
ministro do Esporte e homem-chave — deveria ser ao menos — na organização da
Copa de 2014. A presidente Dilma Rousseff pode prestar um favor à moralidade
pública e à competição com um único ato: a demissão de Silva, que tem de ir
cantar em outra freguesia. Será uma decisão tardia. Deveria ter sido demitido
por Lula. Jamais deveria ter sido reconduzido por ela própria.
Vocês se lembram daquele
imbróglio envolvendo o PCdoB e ONGs de fachada que recebiam uma bolada do
Programa Segundo Tempo e não prestavam serviço nenhum? Alguns militantes do
partido foram presos. Entre eles, estava o policial militar João Dias Ferreira.
Em entrevista à VEJA desta semana, ele dá detalhes de como funcionava (funciona
ainda?) um esquema instalado dentro do Ministério do Esporte que pode ter
desviado R$ 40 milhões em 8 anos.
Mas isso ainda é muito pouco.
O chefe do rolo, ele garante, é o próprio Orlando Silva. João Dias afirma
que, quando secretário-executivo do Ministério — o titular era Agnelo Queiroz,
do PT, atual governador do Distrito Federal —, O MINISTRO RECEBEU PESSOALMENTE
SOMAS DE DINHEIRO NA GARAGEM DO MINISTÉRIO. Ele diz que, na gestão Agnelo, que
também se beneficiava da maracutaia, o programa Segundo Tempo já funcionava
como caixa dois do PCdoB.
A roubalheira era simples e
eficiente. As ONGs só recebiam o dinheiro mediante uma taxa previamente
negociada, que podia chegar a 20% do valor dos convênios. O PC do B indicava
tudo: de “fornecedores” a pessoas encarregadas de dar notas fiscais frias para
justificar despesas fictícias. O próprio João Dias, amigão de Agnelo,
controlava duas entidades, que receberam R$ 3 milhões. Segundo o inquérito,
dois terços desse dinheiro desapareceram. Quando foram presos, os militantes do
PC do B deram algumas pistas sobre o funcionamento do esquema. João Dias ficou
de bico calado. Agora decidiu falar.
Ele dá o nome do homem que
fazia a coleta e levava dinheiro para o ministério, inclusive para o agora
ministro. Trata-se de Célio Soares Pereira, que também fala a VEJA. O relato
sobre uma ocorrência de 2008 impressiona: “Eu recolhi dinheiro com
representantes de quatro entidades aqui do Distrito Federal que recebiam verba
do Segundo Tempo e entreguei ao ministro, dentro da garagem, numa caixa de
papelão. Eram maços de notas R$ 50 e R$ 100″.
Por que agora?
E por que Ferreira resolveu romper o silêncio? Leiam um trecho da reportagem de Rodrigo Rangel:
A lua de mel do policial com o ministério e a cúpula comunista começou a acabar em 2008, quando passaram a surgir denúncias de irregularidades no Segundo Tempo. Ele afirma que o ministério, emparedado pelas suspeitas, o deixou ao léu. “Eu tinha servido aos interesses deles e, de repente, quando se viram em situação complicada, resolveram me abandonar. Tinham me prometido que não ia ter nenhum problema com as prestações de contas.” O policial diz que chegou a ir fardado ao ministério, mais de uma vez, para cobrar uma solução, sob pena de contar tudo.
No auge da confusão, ele se reuniu com o próprio Orlando Silva. “O Orlando me prometeu que ia dar um jeito de solucionar e que tudo ia ficar bem”, diz. O ministro, por meio de nota, confirma ter se encontrado com o policial. Diz que o recebeu em audiência, mas nega que soubesse dos desvios ou de cobrança de propina. “É uma imputação falsa, descabida e despropositada. Acionarei judicialmente os caluniadores”, afirmou o ministro em nota.
E por que Ferreira resolveu romper o silêncio? Leiam um trecho da reportagem de Rodrigo Rangel:
A lua de mel do policial com o ministério e a cúpula comunista começou a acabar em 2008, quando passaram a surgir denúncias de irregularidades no Segundo Tempo. Ele afirma que o ministério, emparedado pelas suspeitas, o deixou ao léu. “Eu tinha servido aos interesses deles e, de repente, quando se viram em situação complicada, resolveram me abandonar. Tinham me prometido que não ia ter nenhum problema com as prestações de contas.” O policial diz que chegou a ir fardado ao ministério, mais de uma vez, para cobrar uma solução, sob pena de contar tudo.
No auge da confusão, ele se reuniu com o próprio Orlando Silva. “O Orlando me prometeu que ia dar um jeito de solucionar e que tudo ia ficar bem”, diz. O ministro, por meio de nota, confirma ter se encontrado com o policial. Diz que o recebeu em audiência, mas nega que soubesse dos desvios ou de cobrança de propina. “É uma imputação falsa, descabida e despropositada. Acionarei judicialmente os caluniadores”, afirmou o ministro em nota.
Dinheiro na campanha do
Apedeuta
Leiam na edição impressa a íntegra da reportagem, de seis páginas. Entre outras coisas, João Dias revela que repassou, em 2006, R$ 1 milhão da dinheirama para a campanha presidencial de Luiz Inácio Apedeuta da Silva. Dinheiro dos impostos. Dinheiro dos pobres. O policial afirma que, numa das idas ao ministério para tentar resolver seus problemas, foi recebido pelo secretário nacional de Esporte Educacional, Júlio Cesar Filgueira, também do PC do B: “Eu fui lá armado e dei umas pancadas nele. Dei várias coronhadas e ainda virei a mesa em cima dele. Eles me traíram”. Filgueira admite o encontro, mas nega ter apanhado… O fato é que, vejam lá, ele conseguiu parte do que queria com ou sem os sopapos.
Leiam na edição impressa a íntegra da reportagem, de seis páginas. Entre outras coisas, João Dias revela que repassou, em 2006, R$ 1 milhão da dinheirama para a campanha presidencial de Luiz Inácio Apedeuta da Silva. Dinheiro dos impostos. Dinheiro dos pobres. O policial afirma que, numa das idas ao ministério para tentar resolver seus problemas, foi recebido pelo secretário nacional de Esporte Educacional, Júlio Cesar Filgueira, também do PC do B: “Eu fui lá armado e dei umas pancadas nele. Dei várias coronhadas e ainda virei a mesa em cima dele. Eles me traíram”. Filgueira admite o encontro, mas nega ter apanhado… O fato é que, vejam lá, ele conseguiu parte do que queria com ou sem os sopapos.
Credibilidade?
Já posso ouvir certo alarido: “Que credibilidade tem alguém com esse perfil?” Ora, a pergunta não deve ser feita à reportagem de VEJA, mas ao agora governador Agnelo Queiroz e a Orlando Silva. Do primeiro, o policial é amigo; do segundo, é correligionário. Tanto o ministro como um secretário da pasta o receberam em gabinete. Se João Dias é bandido, temos um ministro e um secretário que se encontram com bandido, certo? VEJA cumpre o seu papel: contar o que sabe. De resto, não há dúvida de que o Programa Segundo Tempo era uma pilantragem controlada pela turma do PC do B. Agora é um militante do partido e um ativo participante do esquema quem diz: o chefe é Orlando Silva.
Já posso ouvir certo alarido: “Que credibilidade tem alguém com esse perfil?” Ora, a pergunta não deve ser feita à reportagem de VEJA, mas ao agora governador Agnelo Queiroz e a Orlando Silva. Do primeiro, o policial é amigo; do segundo, é correligionário. Tanto o ministro como um secretário da pasta o receberam em gabinete. Se João Dias é bandido, temos um ministro e um secretário que se encontram com bandido, certo? VEJA cumpre o seu papel: contar o que sabe. De resto, não há dúvida de que o Programa Segundo Tempo era uma pilantragem controlada pela turma do PC do B. Agora é um militante do partido e um ativo participante do esquema quem diz: o chefe é Orlando Silva.
É evidente que o ministro não
tem condições de continuar na pasta. Moralmente, já não tinha desde o ano
passado, quando o esquema foi revelad. A (des)organização da Copa do Mundo de
2014 prova, também, que ele é incompetente. A partir de agora, corre o risco de
ter seu tempo tomado pela necessidade de se defender. A República e o próprio
torneio podem arcar com esse custo?
Não faltam motivos, como a
gente vê, para que a população saia às ruas com uma vassoura na mão. Está na
hora de Dilma descobrir onde esqueceu a sua.
Título e Texto: Reinaldo Azevedo, 15-10-2011
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