Um empresário e dono de ONG
ajuda o ministro do Trabalho a levantar voo, e lá vem a imprensa burguesa
chatear o governo popular.
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Vista frontal do Antonov An-225, foto: Edgar Lindner |
Que mal pode haver numa simples
carona?
A burguesia não suporta a
solidariedade entre os trabalhistas e seus clientes.
Além do mais, como o próprio
ministro Carlos Lupi já ressaltou, ele é pesadão. Claro que o Estado não
aguentaria carregá-lo sozinho pelos céus do Maranhão.
Para isso existem as ONGs.
O empresário que providenciou
um avião não-governamental para a turnê governamental de Lupi, em 2009, é
suspeito de desviar verbas do Ministério do Trabalho, segundo a Controladoria
Geral da União.
E daí? Há várias outras ONGs
suspeitas de convênios fraudulentos com o Ministério do PDT, e nenhuma delas,
ao que se saiba até agora, ofereceu carona aérea ao ministro pesadão.
Por que perseguir logo aquela
que deu sua contrapartida social ao trabalhismo?
É bem verdade que o ministro
da Agricultura que aceitou carona aérea de empresário acabou caindo. Mas com
Lupi é diferente.
A diferença é que Lula e Dilma
decidiram que a mídia golpista não vai derrubar o sétimo ministro do governo
progressista. As evidências de fraudes estão todas aí de novo, mas moralização
tem limite.
Dentre os argumentos que
brotam do Planalto em defesa de Lupi, está o de que as irregularidades
ocorreram na gestão do ministro no governo anterior.
Irretocável. Se o Nem da
Rocinha se mudasse para o Vidigal, a polícia não poderia encostar o dedo nele.
Afinal, os crimes teriam ficado na administração anterior.
Dilma foi clara sobre o
assunto, comentando o caso Lupi com o sorriso e a irreverência condizentes com
a leveza do tema:
“O passado passou, gente!”
O problema é que hoje, para
quem lê as notícias frescas sobre a criação
de sindicatos-fantasmas, ou vê o flagrante do ministro descendo
do avião particular, fica a impressão contrária: o passado voltou.
E voltou pesadão. Talvez nem
um milhão de ONGs companheiras bastem para ajudar Dilma a carregá-lo.
Título e Texto: Guilherme Fiuza, Época, 15-11-2011
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