Está provado: os humanos
deviam passar desta para melhor, por volta dos 70 anos. A partir daí, a coisa
fica parecida com o comportamento dos pitbull: nunca se sabe o que vem dali.
Tais conclusões fundamentam-se em declarações de Soares e, agora, de Adriano Moreira. "O governo está a perder legitimidade", declara, "por estar a aplicar um programa bem diferente daquele com que se apresentou às eleições"
Tais conclusões fundamentam-se em declarações de Soares e, agora, de Adriano Moreira. "O governo está a perder legitimidade", declara, "por estar a aplicar um programa bem diferente daquele com que se apresentou às eleições"
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Foto: Joana Bourgard/Público |
É que fazer a dívida podia ser
evitado... pagá-la é que não
Adriano Moreira continua a sua
explanação, saltitando - daí, o limite dos 70 - de contradição em contradição.
Reconhece que o memorando da
troika é uma condicionante. Razão talvez, para a mesma - a troika - se estar
borrifando para as promessas eleitorais.
E se o TC se decidir pela
inconstitucionalidade de algumas normas do OE2013 a legitimidade do governo
ficará mais frágil. Dou-lhe razão, mas interrogo-me: e se a troika se estiver
borrifando para a opinião do TC?
Porque Adriano Moreira
explica: "que este é o cenário dos ‘protectorados’,
e no caso de Portugal quem dá as orientações são as instituições internacionais"
E diz mais: "Instituições internacionais que dão ao
Governo orientações neoliberais acompanhadas de uma ‘atitude repressiva’ e que
o PSD praticamente assume como suas".
É aqui que percebo: O que está
errado é o PSD fazer e não mostrar contrariedade. Aquilo que o seu partido, o
CDS, faz. "O meu partido, embora
participe na coligação governamental, não concorda com a orientação que está a
ser seguida pelo executivo". E diz mesmo "que as sugestões e imposições da troika vão contra a concepção que o
CDS-PP tem do Estado social, mas o partido liderado por Paulo Portas não se
rebela porque é responsável e tem consciência de que’ qualquer crise política
seria muito grave para o país’”.
No meio da trapalhada, penso
ter entendido. Fazer dívida é coisa democrática e legítima. Pagar a dívida é
neoliberalismo ilegítimo. O governo devia "agarrar-se" às promessas
eleitorais como coisa que não cumpre porque "eles" não deixam (é o
que faz o CDS).
Em imagem tauromáquica, é não
enfrentar o touro pelos cornos e andar a "fugir" dele à volta da
arena... tendo a marrada como destino.
Entendo que os jornais
necessitem de conversa da treta como matéria. Mas tinha esperança que as
pessoas mais velhas - ao menos essas - cultivassem amor à realidade. Porque de
uma vez por todas, temos que assumir onde e como nos encontramos. E, a partir
daí, enfrentar a situação com dignidade.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 12-01-2013
Alberto, nunca vi tanto urubu em cima de uma pequena carcaça! Xô!!
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