sábado, 12 de janeiro de 2013

Contra a troika, marchar, marchar

Alberto de Freitas
Está provado: os humanos deviam passar desta para melhor, por volta dos 70 anos. A partir daí, a coisa fica parecida com o comportamento dos pitbull: nunca se sabe o que vem dali.
Tais conclusões fundamentam-se em declarações de Soares e, agora, de Adriano Moreira. "O governo está a perder legitimidade", declara, "por estar a aplicar um programa bem diferente daquele com que se apresentou às eleições"
Foto: Joana Bourgard/Público
Também já tinha pensado nisso e, por tal, farto-me de pesquisar no Google: onde raio o PS tinha no seu programa, que ia duplicar a dívida pública. Mas deve estar em qualquer lado, porque Adriano Moreira nunca indicou que o governo de Sócrates estivesse a perder a legitimidade.
É que fazer a dívida podia ser evitado... pagá-la é que não
Adriano Moreira continua a sua explanação, saltitando - daí, o limite dos 70 - de contradição em contradição.
Reconhece que o memorando da troika é uma condicionante. Razão talvez, para a mesma - a troika - se estar borrifando para as promessas eleitorais.
E se o TC se decidir pela inconstitucionalidade de algumas normas do OE2013 a legitimidade do governo ficará mais frágil. Dou-lhe razão, mas interrogo-me: e se a troika se estiver borrifando para a opinião do TC?
Porque Adriano Moreira explica: "que este é o cenário dos ‘protectorados’, e no caso de Portugal quem dá as orientações são as instituições internacionais"
E diz mais: "Instituições internacionais que dão ao Governo orientações neoliberais acompanhadas de uma ‘atitude repressiva’ e que o PSD praticamente assume como suas".
É aqui que percebo: O que está errado é o PSD fazer e não mostrar contrariedade. Aquilo que o seu partido, o CDS, faz. "O meu partido, embora participe na coligação governamental, não concorda com a orientação que está a ser seguida pelo executivo". E diz mesmo "que as sugestões e imposições da troika vão contra a concepção que o CDS-PP tem do Estado social, mas o partido liderado por Paulo Portas não se rebela porque é responsável e tem consciência de que’ qualquer crise política seria muito grave para o país’”.
No meio da trapalhada, penso ter entendido. Fazer dívida é coisa democrática e legítima. Pagar a dívida é neoliberalismo ilegítimo. O governo devia "agarrar-se" às promessas eleitorais como coisa que não cumpre porque "eles" não deixam (é o que faz o CDS).
Em imagem tauromáquica, é não enfrentar o touro pelos cornos e andar a "fugir" dele à volta da arena... tendo a marrada como destino.
Entendo que os jornais necessitem de conversa da treta como matéria. Mas tinha esperança que as pessoas mais velhas - ao menos essas - cultivassem amor à realidade. Porque de uma vez por todas, temos que assumir onde e como nos encontramos. E, a partir daí, enfrentar a situação com dignidade.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 12-01-2013

Alberto, nunca vi tanto urubu em cima de uma pequena carcaça! Xô!!

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