Apesar de terem à partida
objectivos semelhantes, as “causas” escocesa e catalã encerram realidades tão
distintas do ponto de vista geográfico, histórico, político e cultural que não
faz sentido serem comparadas.
Há contudo um aspecto
interessante que sobressai, muito revelador das diferenças de conceito de
liberdade e de cultura democrática entre o Reino Unido e o Reino de Espanha.
Enquanto a generalidade dos
britânicos - fortemente defensora da União - reconhece ao povo escocês o
direito de auto-determinação, no caso dos nossos vizinhos o assunto não pode
sequer ser objecto de discussão.
As razões formais de Direito
aduzidas por Madrid para proibir a realização do referendo na Catalunha são um
sofisma. O motivo substancial é o obstinado e histórico instinto dominador de
Castela na Península Ibérica, do qual só os Portugueses se conseguiram ver
livres e a muito custo.
Tudo indica que os escoceses
vão livremente optar por se manter dentro da União, encerrando a questão para
as próximas décadas ou mesmo séculos. Enquanto isso, a intransigência de Madrid
só contribuirá para perpetuar e até recrudescer o sentimento independentista
nos catalães.
A Europa tem efectivamente
muitas diferenças. A começar pelas mentalidades.
Título e Texto: João Ferreira do Amaral, “31 da Armada”,
06-09-2014
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