Baseado numa ideia original de
Terrence Malick, O País da Esperança é um épico comovente e maravilhosamente
filmado, que conta a história de Binh (Damien Nguyen), um jovem vietnamita de
20 anos desprezado pelos habitantes da sua aldeia devido às suas origens.
Uma das consequências do envolvimento
norte-americano na Guerra do Vietnã foi o nascimento de muitas crianças
mestiças, frutos de relacionamentos amorosos de mulheres vietnamitas com
soldados americanos. Essas mulheres sempre estiveram à margem da sociedade
vietnamita, condenadas por contribuírem com os americanos, enquanto seus filhos
sofreram constantes maus-tratos, mesmo morando com os avós.
Binh (Damien Nguyen) é uma dessas crianças
mestiças que, aos 17 anos, parte para a América à procura das suas origens...
Ele enceta uma perigosa viagem
com o seu jovem meio-irmão e uma bonita vietnamita, Ling (Bai Ling), a bordo de
um barco de refugiados em direção à América, em busca de uma vida melhor e do
seu desconhecido pai, um antigo soldado americano da guerra do Vietname (Nick
Nolte).
A sua jornada é uma luta
contra os perigos da natureza e dos outros companheiros de viagem, e, contra a
mais cruel de todas as adversidades, a indiferença de um país diferente do seu.
Uma história apaixonante que
revela as dificuldades passadas por cada imigrante para chegar ao seu sonho e
que ficam escondidas nos sorrisos dos que o alcançam. A não perder.
Sabe aquele filme que a gente
começa a ver, tipo assim, e vai se prendendo à telinha? Pois é, foi o que me
aconteceu com este filme (dirigido por Hans Petter Moland).
Partindo da temática interessante
das crianças que nasceram de relacionamentos entre soldados americanos e
mulheres vietnamitas, este filme consegue desenvolver a história dramática de
uma dessas crianças de forma brilhante. Um filme lindíssimo, com uma banda
sonora que acompanha exemplarmente as emoções da história e com um final à
Clint Eastwood no seu melhor.
Pois é, mas além da bonita história
muito bem contada, fui recebendo e captando os sutis (ou nem tanto, por vezes) ‘recados’:
o valor, altíssimo, de um copo de água; o valor da liberdade de expressão, da
liberdade política; a perseverança e a resiliência; enfim, o valor da própria
vida pois que conquistada diariamente… enquanto muitos, muitos mesmo, cada vez
mais, se queixam da ‘falta’ de supérfluos e periféricos, outros, como no filme,
não se queixam, passam fome, sofrem, mas vão CONSTRUINDO.
Ah! E sonham em viver nos
Estados Unidos da América!
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