O Estado de S. Paulo
Deu a lógica nos resultados
iguais das primeiras pesquisas dos dois maiores institutos brasileiros, Ibope e
Datafolha, sobre a intenção de voto para o segundo turno da eleição
presidencial: o oposicionista Aécio Neves à frente de Dilma Rousseff, 51% contra
49% dos votos válidos, por enquanto dentro da margem de erro. Deu a lógica
porque, afinal, a soma dos votos
recebidos pelos dois principais candidatos oposicionistas no primeiro turno -
Aécio Neves e Marina Silva -, no total de 57 milhões (56,8%), superou com folga
os 43,2 milhões (41,8%) dados a Dilma Rousseff.
Esses números dizem que a
considerável maioria dos brasileiros quer mudança. E mudança significa apear o
PT do poder. Se alguém tem alguma dúvida sobre o caráter antipetista dos votos
dados a Marina Silva no primeiro turno, basta lembrar que a própria campanha de
Dilma Rousseff se encarregou, de forma brutal e indigna, de estigmatizar a
candidatura do PSB. É difícil de acreditar que o eleitor de Marina deixe de se
ater agora à opção que lhe resta: votar em Aécio.
Mas também é óbvio que nem
todos os votos que Marina teve em 5 de outubro serão automaticamente
transferidos para Aécio. Mas o forte efeito psicológico tanto, por um lado, da
tendência de crescimento da candidatura tucana nas últimas três semanas quanto,
por outro lado, da frustrante reversão das expectativas petistas, somado ao
substancial apoio a Aécio anunciado por antigos adversários e lideranças
políticas ao longo da semana que passou - e ainda as recentes más notícias para
Dilma Rousseff e o PT a respeito do desempenho da economia e do escândalo da
Petrobrás -, tudo isso certamente influenciará a decisão do eleitor.
É preciso levar em conta,
contudo, que na defesa de seu projeto de poder o lulopetismo não terá
escrúpulos de apelar a qualquer recurso que estiver a seu alcance, como a
ominosa falácia de que o PT tem o monopólio da virtude e todos os seus
adversários são também inimigos do povo que só pensam em sacrificar os
despossuídos em benefício das elites perversas.
É claro que só quem é mal
informado acredita em patranhas como a de que qualquer presidente eleito que
não seja do PT acabará com todos os projetos sociais dos governos petistas,
principalmente o Bolsa Família. E Lula e Dilma decidiram também proclamar agora
que a infâmia está em afirmar que há pessoas mal informadas no Brasil,
deturpando deliberadamente declaração feita pelo ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso.
A direção em que os ventos
eleitorais estão soprando indica que a tropa de choque petista terá trabalho
pesado até o dia 26. Por exemplo, uma vez que o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, está cumprindo aviso prévio e anda com a credibilidade em baixa, Dilma
designou Aloizio Mercadante, atual ocupante do Gabinete Civil, para não deixar
sem resposta qualquer ataque da oposição na área da Economia. Aloizio tem
credenciais para a missão: foi, em 1994, o arauto petista do fracasso
antecipado do Plano Real.
Na Comunicação, além do
notório João Santana, marqueteiro do Brasil dos Sonhos e das Malvadezas, anda
assoberbado o jornalista Franklin Martins, aquele que desde que era ministro da
Comunicação Social de Lula está obcecado pela ideia de decretar o
"controle social" da mídia. No comando do site oficial da campanha de
Dilma, Martins tem a responsabilidade de municiar a militância que atua nas
redes sociais com toda sorte de informação que não pega bem na boca de quem
fala oficialmente em nome do PT e de sua candidata.
À frente do partido permanece
vigilante Rui Falcão, com a importante missão, que não lhe tem dado descanso
nos últimos dias, de protestar com indignação contra as denúncias de corrupção
no governo que a mídia se vê na obrigação de divulgar todos os dias e de
prometer que vai processar criminalmente quem quer que seja que se atreva a
questionar os elevados padrões morais da companheirada.
É esse o circo de horrores que
provavelmente os brasileiros serão obrigados a assistir nas duas próximas
semanas, como preço a pagar pela ousadia de cogitar a alternância no poder.
Título e Texto: Editorial
do Estado de S. Paulo, 11-10-2014
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Um jornal sem medo do trator da esquerda.
ResponderExcluirUm trator com os pneus furados, a direção escangalhada e o motor rateando com muita fumaça negra, diga-se de passagem.
ResponderExcluirNão amassa mais ninguém
José manuel
Joseph Goebbels foi o ministro da propaganda nazista, não teve sucesso como jornalista mas atacou os judeus, promoveu a queima de livros e a conhecida "kristalnacht" ficou famoso pela ideia de que "uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade"; esse é o exemplo seguido pelo pseudo-jornalista Franklin Martins! Delenda est PT! Alberto José
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