Tasso Jereissati pretende apresentar
parecer em até três semanas
Karine Melo
O relator da reforma da
Previdência no Senado, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) [foto], defendeu nesta
quinta-feira (8) que os senadores confirmem na Casa, sem alterações, o
mesmo texto aprovado pelos deputados. Uma mudança no mérito
do texto faria com que a proposta tivesse que voltar para análise da Câmara.
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Foto: Valter Campanato/Agência
Brasil
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“Há uma ideia que me parece
também ser consenso aqui: o Brasil não suportaria que esse projeto da Câmara
voltasse para a Câmara; e, na Câmara, fosse aberta uma outra comissão especial,
o que levaria a outra discussão no plenário, o que faria retornar o projeto
para cá e levar essa reforma para o ano que vem.(...) O país não suportaria
isso. O nosso país não suportará que uma questão como essa se prolongue tanto
tempo”, defendeu.
O senador disse que pretende
apresentar seu parecer sobre a constitucionalidade do texto em até três
semanas. Tasso disse que pretende deixar “praticamente incólume” aquilo que é o
coração do que foi aprovado na Câmara e que o que não foi contemplado virá por
meio de uma PEC paralela.
O relator disse que, durante a
tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, a única
comissão que vai analisar a matéria antes da votação no plenário, pretende mais
ouvir do que falar. O tucano também se comprometeu a fazer as audiências
públicas que forem necessárias na CCJ, “com toda humildade e paciência que nos
cabe ter neste momento”.
Pacto
A presidente da CCJ, senadora
Simone Tebet (MDB-MS), fez um apelo aos colegas: que não façam da reforma um
campo de polarização. Segundo ela há uma divisão entre os ditos como defensores
da reforma, apenas porque pensam em números, e aqueles que são contra, porque
pensam nas pessoas mais carentes, nos trabalhadores e na sociedade
brasileira.
“Que esse discurso não seja um
discurso que reine neste plenário, até porque nós não estamos falando de um ou
outro, mas de um e outro. Não é possível tratar de gente sem números. Os
números são que permitirão que nós possamos garantir os direitos mais básicos
do cidadão brasileiro”, disse.
Simone Tebet considerou
positivo o texto que foi aprovado na Câmara. “A reforma já chega como uma
reforma mais justa e pronta para ser debatida nesta Casa. Ela não chega pronta;
ela chega para o debate, o debate que se dará na Comissão de Constituição e
Justiça e Redação”, disse.
Tramitação
No Senado, as etapas até a
votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) em plenário são mais rápidas
que na Câmara. Lá, o texto é encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) e, depois de votado pelo colegiado, ao plenário da Casa.
Pelo regimento da Casa, na
CCJ, a matéria pode tramitar por 30 dias, dentro desse prazo, o relator senador
Tasso Jereissati tem 20 dias para apresentar seu relatório que dirá se o texto
está ou não em conformidade com a Constituição. Até o encerramento da discussão
da matéria na comissão, os senadores, membros da comissão, podem apresentar
emendas ao texto.
A apresentação do relatório de
Jereissati será seguida de vista coletiva – mais tempo para que os senadores
analisem a proposta - por uma semana. A CCJ, então, votará o relatório que, se
aprovado, passará a ser o parecer do colegiado sobre a proposta. Se for
rejeitado, o documento pode ser apreciado, em voto em separado, apresentado por
outro senador contrário à proposta.
A palavra final é do plenário
do Senado, que precisará votar a matéria em dois turnos. Em cada um deles, são
necessários, pelo menos, 49 dos 81 votos de senadores para aprovar a proposta.
Primeiro turno
No primeiro turno em plenário,
a discussão deve ser feita em até cinco sessões. Durante esse período os
parlamentares podem apresentar as chamadas emendas de mérito com sugestões de
mudanças em trechos da proposta. No entanto, essas emendas têm que ser
subscritas, por, no mínimo, 27 dos senadores.
Vencido o primeiro turno de
votação, o segundo, de acordo com o regimento, deve ocorrer após um prazo de
cinco dias úteis. Esse interstício pode ser quebrado caso haja acordo entre os
senadores. Nesse último turno de votação, somente emendas de redação, aquelas
que não alteram o mérito da proposta, podem ser apresentadas. Nesta fase são
apenas três sessões para discussão e as emendas também precisam ser assinadas
por 1/3, ou seja, 27 senadores.
Se aprovado como veio da
Câmara dos Deputados, o texto vai à promulgação em sessão solene conjunta do
Congresso Nacional.
Título e Texto: Karine Melo;
Edição: Fábio Massalli – Agência Brasil, 8-8-2019
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