Depois de ser vaiado durante seu discurso,
pré-candidato do PDT ao Planalto quase foi agredido ao deixar a Avenida
Paulista
Fábio Matos
Faltou gente na manifestação convocada pelo PT e seus satélites da esquerda no sábado 2, mas a baixa adesão não foi suficiente para arrefecer os ânimos da militância. Os petistas deram uma nova demonstração de intolerância, e desta vez uma das vítimas foi um antigo aliado: o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).
Depois de ser fortemente
vaiado durante seu discurso na Avenida Paulista, em São Paulo — pela manhã,
Ciro já havia participado do ato esquerdista no Rio de Janeiro —, o
pré-candidato do PDT ao Palácio do Planalto foi vítima de uma “emboscada”
armada por militantes do PT.
Quando se encaminhava para seu
carro, Ciro voltou a ser hostilizado pelos manifestantes. Alguns petistas mais
exaltados atiraram garrafas e pedaços de pau contra os vidros do veículo. Na
sequência, depois de o pedetista deixar o local, houve uma briga entre os
próprios militantes, que acabaram dispersados pela Polícia Militar (PM).
Ninguém foi preso.
Ao discursar no caminhão de som, Ciro recebeu vaias e xingamentos de petistas, que entoaram o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ausente na manifestação. Depois de sofrer a tentativa de agressão, Ciro afirmou que o Brasil é maior do que o “fascismo travestido de vermelho e de verde e amarelo” e disse não ter ouvido as vaias. Segundo o ex-ministro, a ação violenta partiu de “meia dúzia de bandidos travestidos de esquerda que se acham donos da verdade”.
Em nota, o PDT informou que
“meia dúzia de militantes petistas que estavam em um bar, visivelmente
alterados, tentaram hostilizar Ciro e o presidente [do partido] Carlos
Lupi”. “São atos covardes de quem não está interessado no país. Esses covardes
não intimidarão quem quer que seja”, afirmou a agremiação.
Dirigentes de outras legendas
de esquerda que organizaram o ato se solidarizaram a Ciro. A presidente
nacional do PT, Gleisi Hoffmann, classificou a tentativa de agressão como
“incidente lamentável”.
Nos últimos anos, Ciro tem
subido o tom das críticas a Lula e aos governos petistas — dos quais participou
no primeiro escalão, é bom lembrar. A militância do PT não o perdoa por ter
viajado a Paris depois de derrotado no primeiro turno das eleições de 2018,
ficando de fora da campanha de Fernando Haddad no segundo turno contra Jair
Bolsonaro.
Título e Texto: Fábio Matos,
revista
OESTE, 3-10-2021, 9h23
O problema se chama Bolsonaro
O Brasil dos institutos de pesquisas foi às ruas
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