Telmo Azevedo Fernandes
O meu artigo de hoje na coluna da Oficina da Liberdade, onde assinalo o aniversário do meu internamento hospitalar por covid, refletindo sobre decisões tomadas e retirando algumas conclusões.
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Serve a minha história para
demonstrar que a incapacidade de compreensão das razões de quem opta por não se
ter vacinado, faz deflagrar reações primárias autoritárias e despóticas.
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Há um ano deixei o hospital
depois de quinze dias internado (dez dos quais em UCI) por ter desenvolvido
covid19 e complicações de sobreinfecção bacteriana e hipoxemia grave.
Por opção autónoma e
informada, ponderando riscos e vantagens de acordo com a minha circunstância e
segundo o meu próprio critério, decidi nunca ser injetado com produtos da
Pfizer, Moderna ou Janssen. Vista hoje à distância, essa decisão foi
acertadíssima e racional.
A principal razão sempre foi
assente no princípio de que a imunidade natural conferida pela infecção por
covid-19 é superior e muito mais perene à eventualmente obtida pela “vacina”
contra a doença. Algo que se negou durante o período de hipnose coletiva que
vivemos, mas que durante muitas décadas sempre se tomou como correto e basilar
em relação a qualquer coronavírus.
Confesso ter algum orgulho em não me ter “vacinado”, simplesmente porque a chantagem que era exercida à altura pelas agências governamentais e os legisladores era pesada e de modo a que, na prática e salvo raras excepções, pouquíssimas pessoas poderiam levar uma vida minimamente normal e decente, sem sucumbirem aos ditames perversos dos tiranetes colocados em posição de poder para violarem as mais básicas e historicamente validadas regras éticas, de saúde pública e de respeito pelo ser humano.
A pressão social ilustrada na
mesquinhez dos bufos, na patológica vertigem sádica dos «agentes de saúde
pública», na segregação de pessoas defendida pelos bio-fascistas, e nas
esdrúxulas e egoístas atitudes da esmagadora maioria da população, fez quebrar
muitos não-“vacinados”, obrigando-os a resignarem-se à inoculação.
A mim, tudo isso foi
indiferente para a decisão tomada. Porém, ao contrário da resistência aos
abusos de poder das chamadas “autoridades”, o meu descaso dos bandos de
histéricos evangelistas da ameaça da covid à sobrevivência da humanidade não
teve nada de corajoso, nem constitui motivo de orgulho. A total indiferença a
patetas tolhidos pelo medo foi tão só a minha reação pessoal, natural e
automática.
De igual modo, em
rigorosamente nada me afetou ou abalou as dezenas de mensagens que recebi
através das redes sociais de arruinados mentais desejando a minha morte, as
centenas de comentários de pervertidos morais torcendo para o vírus me “dar uma
lição”, as inúmeras bocas de palermas dizendo que «o Telmo pôs-se a jeito», ou,
intuo, a inconfessada vontade de muitos cobardes para que eu também vergasse.
Promovia-se a cegueira do comportamento de rebanho e censurava-se a divergência
da norma. Pobres espíritos, tristes espécimes, fracas figuras.
A interação de patógenos com o
nosso sistema imunitário é tão complexa e imprevisível que o que é assinalável
é que, não tendo sido inoculado e estando o sars-cov-2 em circulação desde março
de 2020, tenham passado quase dois anos sem que eu contraísse doença ou sequer
ficasse infectado.
Os viciados em sinalização de
suposta virtude – mas sem vergonha na cara – ainda me tentaram apanhar na
curva, com o derradeiro argumento de que não seria legítimo a um não-“vacinado”
colocar pressão no SNS ou “roubar” camas a quem seguiu e respeitou escrupulosamente
as normas do ministério da saúde. Debalde. Apesar de pagar impostos que
sustentam um serviço de saúde em pantanas, mas que os infantis medricas parecem
apreciar, paguei do meu bolso os cuidados privados que tive na CUF e, mesmo
assim, continuo a ser roubado do meu rendimento de trabalho para manter um
estado sôfrego de coleta e um rebanho de indigentes intelectuais que suportam o
socialismo.
Mais do que grotescas, as
normas sanitárias e de simulação de “contenção” da epidemia são já reconhecidas
por um grande número de pessoas como tendo sido altamente contraproducentes.
Adensa-se também a hipótese de que o excesso de mortalidade que se verifica no
nosso país advenha em parte de efeitos adversos das “vacinas” contra a covid19.
A opacidade (ou mesmo intenção de esconder) das autoridades de saúde no
fornecimento de dados a este respeito, alimenta a ideia e a probabilidade de
estarem corretos aqueles que alertam para que não se possa excluir a
possibilidade de a “vacinação” massificada estar associada à percepção de
escalada de casos de mortes súbitas, acréscimo insólito de pessoas com
problemas cardíacos, crescente número de tumores galopantes, alterações nos
ciclos menstruais das mulheres (incluindo raparigas pré-adolescentes), ou de
maior frequência de abortos espontâneos. É plausível que estas “vacinas”
introduzam desvios e distorções no sistema imunitário, incentivando o organismo
a dar respostas específicas à covid19, mas «adormecendo-o» quanto à reação que
seria expectável contra outras agressões e doenças.
Entretanto, no corrente mês de
Janeiro, a DGS, indicou «não
ter encontrado evidência científica que suporte a recomendação da vacinação
universal da população entre os 18 e os 49 anos», assim como
acrescentou: «não há evidência científica que uma segunda dose de reforço
ofereça um benefício significativo relativamente a doença grave».
Ora, sabe-se duas coisas: uma
é que as complicações em caso de infecção de não-“vacinados” é sempre muito
rara e, provavelmente, indiferente a profilaxias genéticas farmacológicas;
outra é que a alegada proteção das vacinas se esvai muito significativamente
com o passar de um relativamente curto espaço de tempo. Portanto, tendo sido
useira e vezeira na desinformação e trapaça sobre a covid, e não podendo agora
perder a face sob pena de descrédito total generalizado, o que a DGS está a
querer dizer traduz-se em bom português como sendo desaconselhável a vacinação
de pessoas abaixo dos 50 anos.
Fosse qual fosse a
recomendação da DGS, o risco da não-vacinação é, como agora reconhece
explicitamente a DGS, “uma decisão individual”. Mas o politicamente correto
que asfixiava a sociedade na altura do meu internamento e até há bem pouco
tempo, impunha um pensamento único sobre a questão da vacinação, incentivava um
execrável clima de bufaria e repugnante delação de não-“vacinados”, determinava
o cancelamento e censura de opinião livre e desalinhada e premiava patifarias
moralistas com reconhecimento social.
Serve a minha história em
relação às “vacinas” para demonstrar que a incapacidade de compreensão das
razões de quem opta por não se ter vacinado, assim como a falta de humildade em
reconhecer essas limitações, faz deflagrar reações primárias autoritárias e
despóticas por parte de quem não lida maravilhosamente com a liberdade e a
essência da natureza humana. Não compreendendo o fenómeno, têm medo dos
não-“vacinados” e acreditam na fábula de que o melhor é excluir e segregar
pessoas saudáveis da vida em sociedade.
Que me recorde o mundo rico do
hemisfério norte e as sociedades do bem-estar já não viviam uma cultura de
falta de discernimento e menosprezo pelo ser humano como esta desde os tempos
do aparecimento do HIV e da SIDA, lá pelos inícios da década de oitenta do
século passado.
Dispenso muito, mas muito bem
que me peçam desculpa. Mas o regresso a um normal convívio em sociedade impõe
que, se não são capazes de sentir remorsos pela torpeza dos atentados que
cometeram, pelo menos os «filhos da booster» tentem reconhecer interiormente os
seus próprios erros.
Título e Texto: Telmo
Azevedo Fernandes, Blasfémias,
27-1-2023
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