Telmo Azevedo Fernandes
Do processo eleitoral na Iniciativa Liberal, resulta claro que a liderança do partido não aceitará qualquer compromisso nem acordo com o Chega para promover uma eventual solução parlamentar ou governativa para tirar o PS do poder.
Ancorado em «linhas vermelhas»
imaginadas por uma elite urbana bem-pensante, entre ser útil aos portugueses
para os libertar do polvo do PS ou fazer proclamações de virtude
inconsequentes, a Iniciativa Liberal não hesita em escolher a segunda hipótese.
Ora, tendo o Chega tido 400
mil votos e a Iniciativa Liberal 270 mil votos nas últimas legislativas,
qualquer alternativa de governo ao PS terá de passar também pelo terceiro maior
partido nacional, o Chega.
Em termos de representação da vontade popular à Direita, a Iniciativa Liberal é o mais pequeno dos partidos. Além disso, a soma de todo o eleitorado à Direita é escassa (se é que é mesmo suficiente) para um projecto de poder alternativo ao PS. Portanto, enquanto a parte mais fraca numa solução ou arranjo para tirar o PS do poleiro, a Iniciativa liberal terá de arranjar maneira de se entender com o PSD, mas também com o Chega. Caso contrário, estará a beneficiar o infractor – o PS – e a condenar os Portugueses a um aprofundar do caminho socialista para o empobrecimento.
É também ridículo e, diria até
antidemocrático o desprezo e exacerbado sentido de superioridade que se sente
nos dirigentes da Iniciativa Liberal em relação ao que eleitorado do Chega.
Compreender-se-ia alguma animosidade para com André Ventura, que é na verdade
um videirinho. Mas deplorar 400 mil portugueses não parece consistente com a
doutrina liberal.
Até porque a maior parte dos
votantes no Chega vem do PSD e não propriamente de catacumbas de trogloditas. A
Iniciativa Liberal parece continuar a dar gás à prosápia infantil da cerca
sanitária ao Chega. Parecem preferir o PS no poder ao Chega em minoria. A
ênfase da nova liderança da Iniciativa Liberal é agora «romper com o
bipartidarismo».
Pena é que não se dediquem a
romper com o socialismo.
A minha crónica-vídeo de
hoje, aqui:
Título, Texto e Vídeo: Telmo
Azevedo Fernandes, Blasfémias,
26-1-2023
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