segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Abates aéreos criminosos

José Manuel

Na madrugada de 8 de março de 2014, um B-777 da Malaysia Airlines, aeronave das mais modernas da atualidade, que  fazia o voo MH-370 de Kuala Lumpur para Pequim, desapareceu para sempre, levando consigo 227 passageiros e 12 tripulantes.

Passados cinco meses, nada, absolutamente nada se sabe sobre o paradeiro deste avião.

Não resta a menor dúvida de que foi um ato criminoso, e o mundo vai acabar descobrindo o porquê e quem praticou este ato. É apenas uma questão de tempo e de dor prolongada aos que perderam seus entes queridos.

Total de vítimas: 239 pessoas mortas
Total de famílias enlutadas: indefinido

Em  apenas um espaço de  quatro meses e alguns dias, no dia 17 de julho de 2014, a mesma Malaysia, o mesmo tipo de avião e desta vez com 283 passageiros e 15 tripulantes, fazia o voo MH-17, Amsterdam - Kuala Lumpur,  quando foi criminosa e covardemente abatido sobre a Ucrânia por um míssil de procedência Russa e operado por criminosos que se auto-denominam separatistas Ucranianos.

Desta vez, apesar de não ser nada reconfortante para as famílias enlutadas, sabemos quem foi, como foi e os responsáveis serão julgados como criminosos de guerra, com toda a certeza.
Total de vítimas: 298 pessoas mortas
Total de famílias enlutadas: indefinido

Nunca em 100 anos de aviação comercial e em menos de cinco meses, uma companhia aérea precisou lidar, em tão pouco tempo, com dois desastres da magnitude que a Malaysia enfrentou.

Na realidade,  ainda se analisam as possibilidades da empresa conseguir sobreviver a estas tragédias.

Lidar com a perda simultânea de duas aeronaves do porte dos B-777, e o assassinato deliberado de 537 seres humanos sob sua responsabilidade, certamente não será tarefa fácil nem para a empresa enlutada, nem para um país jovem, moderno, altamente desenvolvido socialmente e pacífico como é o caso da Malásia.

A empresa já está passando por uma forte revisão de toda a sua operacionalidade e, severamente amparada por um governo que preserva não só um patrimônio de bandeira conhecida internacionalmente, como a preservação de sua própria nacionalidade ferida por dois golpes de extrema dureza.

Um fundo de investimento público, vai assumir o controle da Malaysia e está oferecendo 436 milhões de dólares por mais ações da empresa, porque já possui uma fatia.
O governo Malaio diz que precisará da cooperação de todos os envolvidos para realizar a reestruturação.

O jovem tigre asiático, terra das Petronas towers fez a opção inteligente e a mais sensata possível, em usar um fundo de investimento público para salvar a empresa que leva a sua bandeira ao mundo, classificada com cinco estrelas pela Skytrax World Airline Awards.

A  opção da "pátria de chuteiras"  foi patrocinar um mundial de futebol construindo doze mega arenas, e a contrapartida desses gastos absurdos é a conta da economia combalida que está para chegar. Mas antes, como lhes convinha, arruinaram o fundo de pensão Aerus e logo a seguir dizimaram uma das joias da coroa do país, tirando-a dos céus do mundo, ao declarar que a crise na empresa era problema de mercado, porque afinal Garanhuns está para o Brasil, como Harvard para os EUA. 
Parece que isto é uma verdade absoluta aqui pelos mares do sul.

Em 12 de abril de 2006, o fundo de pensão AERUS sofreu um ataque violento e criminoso.
Foi a primeira tentativa do abate também criminoso de uma  empresa aérea de bandeira nacional e representativa no cenário mundial, deixando à época cerca de DEZ MIL pensionistas e famílias da terceira idade, sem os seus salários originais.

Finalmente em 20 de agosto de 2010, a VARIG, uma das maiores empresas aéreas, com 80 anos de operação impecável ao redor do mundo e de bandeira genuinamente Brasileira, foi abatida sem dó nem piedade deixando na rua da amargura cerca de VINTE MIL funcionários e suas famílias.
Total de vítimas: 1.050 pessoas mortas
Total de famílias enlutadas: indefinido
Total de empregos perdidos: 20.000


Não foi um desparecimento espontâneo como o primeiro, nem tampouco um míssil disparado como o segundo.
Foi pior, muito pior, foi premeditado por pessoas sem escrúpulos, elementos comprometidos apenas com o que podem auferir em lucro sobre espólios por eles determinados e, a posteriori, destruídos, para que se consume o saque, a esbórnia.

A falta de sentimentos de patriotismo para com empresas de bandeira nacional é normal nesse tipo de gente corrompida pelo dinheiro, pois a sua miserabilidade já vem de berço, e é endêmica.

A diferença no número de mortos nas três tragédias está com saldo excedente para nós, em um número assustador: 513 e subindo, mas nada acontece para conter esse holocausto.
Certamente os culpados serão achados e irão pagar caro, e a seu tempo, por esta tragédia.

Ao contrário, a Malásia, que após sofrer um rude golpe, não vai deixar a sua empresa bandeira ser abandonada, como o foi aqui.

O silêncio sepulcral e conivente de um povo com esta tragédia MADE IN BRAZIL, que só vislumbra cidadania com bandeira, hino e choro, em partidas de futebol, nos coloca para pensar, quais as consequências finais desta opção fútil, no futuro desta nação.
Título e Texto (formatação original): José Manuel, ex-tripulante Varig, 11-08-2014

Os textos dos que escrevem, e eu me incluo, sobre o caso AERUS,  são publicados em  uma lista de e-mails, que inclui senadores da república, empresários, cidadãos formadores de opinião,e também na revista virtual européia www.caoquefuma.com, com abrangência em 172 países, até ao momento.

É a informação sobre a tragédia AERUS, sendo levada cada vez mais longe, para que o mundo tome conhecimento da verdade sobre o que se passa aqui no Brasil.

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