Reinaldo Azevedo
O PT apóia, sim, manifestações
de rua. Em Nova Iorque!
O PT apóia, sim, o povo na
praça. No Egito!
O PT apóia, sim, atos contra a
corrupção. Na Bulgária! Ooops! Na Bulgária, não, companheiro!
Chega a ser fascinante o que
está em curso. As várias marchas contra a corrupção país afora têm uma
característica comum: o baixo grau de partidarização. Não se vêem as bandeiras
de sempre nem se ouve aquela rima-clichê em “ido”: “O povo unido/ jamais será
vencido”. Isso se tornou marca registrada de quem tinha um projeto de poder,
que está em plena vigência. O petismo queria, em suma, isso que vemos hoje:
corrupção, impunidade, maracutaia, mas com o partido no comando. Os males antes
a serem vencidos se tornaram instrumentos da luta política. “Se a gente não os
emprega, os nossos adversários farão uso deles primeiro”, explicam. Essa é a
justificativa (i) moral de todo canalha.
Mas retomo o fio: os que
marcham nem sequer recorrem a palavras de ordem contra o PT. Ao contrário até:
não deixa de haver certo apelo governista nos protestos quando se exibem as
vassouras, numa alusão à faxina que a presidente Dilma Rousseff começou a fazer
no governo. Depois ela descobriu que era mais confortável esconder a sujeira
debaixo do tapete. Ou seja: a população apoiou a sua iniciativa. Ela é que
decidiu não mais levá-la, e se levar, a sério.
Se o PT nem mesmo é um dos
alvos dos protestos, por que, afinal de contas, os petistas e petralhas odeiam
tanto as manifestações e os manifestantes e dirigem, nas redes sociais,
palavras violentas, de baixo calão até, contra aqueles que se mobilizam? Não há
outra resposta possível: diante de uma marcha contra a corrupção, eles se
sentem discriminados, pessoalmente atingidos, ameaçados. Ou por outra: eles se
tornaram beneficiários da corrupção, da malversação do dinheiro público, da
roubalheira. Não me espanto que tenham chegado a tal ponto. Revelam a sua
natureza. Agem à moda dos urubus.
Até um ator do terceiro ou
quarto escalão da TV Globo, que vive de braços dados com notórios detratores da
emissora, um desclassificado que deve estar lá por conta de alguma cota
(partidária talvez), um mamador asqueroso de dinheiro público, até esse
vagabundo petralha decidiu atacar as marchas contra a corrupção. E, de quebra,
me xingou também porque, como é público e notório, apóio os protestos. Urubus
quando se sentem ameaçados vomitam e começam a soprar nervosamente. É o caso
desse asqueroso: sempre fazendo o trabalho de sopro. Um ladrão que vive de
joelhos!
Ao se voltar contra os
protestos, especialmente nas redes sociais - já que não têm nem coragem moral
nem física para dar pinta da praça e combater gente decente cara a cara -,
esses vadios revelam qual era o seu anseio, o seu horizonte utópico, o seu
ideal. Lembram-se da expressão “um outro mundo possível”? Para eles, já chegou;
é esse que está aí. Eles eram contra homens que roubavam homens porque achavam
que o certo seria fazer o contrário…
Muita gente apostou que as
convocações de ontem não dariam em nada. Em Brasília, havia pelo menos 20 mil
pessoas na praça, que se mobilizaram para aquele fim (não houve público-carona
de qualquer outro evento). Em São Paulo, Rio e Goiânia, mas de 2 mil
manifestantes foram as ruas; centenas mandaram seu recado em muitas outras
cidades. Como já escrevi em outro texto, ignorem aqueles que tentam
caracterizar os protestos como manifestações de uma rebeldia sem causa, sem alvo,
sem organização. Esses não são defeitos, mas qualidades.
Em décadas, essa é a primeira
vez que UMA PARTE DO POVO DE VERDADE está saindo às ruas. Chamo de “povo de
verdade” o indivíduo, o homem-célula, o cidadão-em-si-mesmo, o
homem-sem-partido, o homem-sem-sindicato, o homem-sem-movimento-social, o
homem-sem-ONG, o homem-sem-chefe-político, o homem-sem-cabresto-ideológico, o
homem-sem-projeto-de-poder, o homem-sem-um-apedeuta-pra-chamar-de-seu. As
diretas-já e o impeachment de Collor foram importantes, sim, para o Brasil, mas
tinham uma marca ideológica muito clara e obedeciam a comandos partidários.
É por isso que os petistas e
seus porta-vozes ou amiguinhos na imprensa fazem pouco dos protestos. Na
verdade, eles os temem. Essas pessoas que se manifestam refletem a boa
consciência conservadora dos brasileiros. E não me refiro necessariamente
àquele conservadorismo ideológico; falo de um outro, de que o ideológico até
pode ser uma expressão política: a maioria das pessoas é decente, direita e
luta para ganhar a vida honestamente.
E isso, sem dúvida, embrulha o
estômago dos urubus. Os petistas e petralhas hostilizam as marchas contra a
corrupção porque não suportam a idéia de que o povo possa fazer algo por si
mesmo sem precisar pagar o caríssimo pedágio cobrado pelo PT - inclusive o
pedágio institucional.
E não se enganem. Os 30 mil
nas ruas são muitos milhões operando em suas respectivas casas, em seu
trabalho, nas escolas, na rede.
O PT vomita nos manifestantes
porque está com medo. Como o urubu.
Título e Texto: Reinaldo
Azevedo
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Foto: AD |
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