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Criação: Resistência Democrática |
O que o ex-presidente Lula, a presidente Dilma e o
ministro dos esportes, Orlando Silva, têm em comum? As justificativas
fajutas. Lula baixou atos normativos que proporcionaram fontes bilionárias
de recursos ao MENSALÃO. Ele se justificou alegando que “não sabia
de nada”, e ficou por isso mesmo.
Quando Dilma Roussef era ministra, foi publicado no site
oficial da Casa Civil o seu curriculum, constando que ela era
mestre em teoria econômica e doutoranda em economia monetária e financeira pela
Unicamp. Negada tal informação pela Universidade, a nossa “presidenta”
justificou-se alegando que teria havido “mal-entendido” e ordenou que fosse
"corrigido" o seucurriculum.
Dilma também negou que tenha providenciado a confecção do
dossiê contra FHC, assim como negou que tenha tentado intervir na apuração
sobre o filho do senador Sarney, fazendo solicitação à ex-secretária da Receita
Federal Lina Vieira. Lina afirmou que teve encontro com Dilma para tal fim,
citando o dia e a hora. Curioso é que as imagens da câmera de vigilância que
poderiam confirmar ou negar o encontro, simplesmente desapareceram, e ficou por
isso mesmo.
O ministro dos esportes, Orlando Silva, já pagou estada
de hotel para esposa, babá e filha, assim como apreciou tapioquinhas,
utilizando o cartão corporativo. Questionado, alegou que se confundiu, por isso
utilizou o dinheiro público para quitar despesas particulares.
Agora, acusado de receber dinheiro de propina, primeiro
ele disse que estava no México e continuaria cumprindo a agenda. Porém, logo em
seguida, “mudou de ideia” e veio ao Brasil. Aqui, ele tenta desqualificar o
acusador, alegando desconhecê-lo, apesar de ambos serem do mesmo partido – o PC
do B - e ter liberado vultosos recursos para a ONG presidida pelo denunciante.
Diz que somente liberou os recursos porque atendeu ao pedido de Aguinelo
Queiroz, atual governador do DF, o que é negado por este.
O ministro “corporativo” tenta demonstrar não ter culpa
no cartório, requerendo à PF que investigue o caso. Ora, se ele é apontado como
receptor de propina, para que haja investigação, é necessário que o próprio se
dirija ao Supremo Tribunal Federal, onde tem foro privilegiado, e peça para que
seja instaurado inquérito policial, abrindo mão, de pronto, já que diz
ter interesse na apuração, do seu sigilo fiscal, bancário e telefônico. Isso é
o mínimo que se precisa para fazer uma investigação idônea, pois não adianta alardear,
dizendo que requereu apuração, se ele permanece blindado pela prerrogativa de
foro.
Verifica-se pela sequência de fatos, com a queda de
vários ministros, que algo no Brasil anda muito errado. Antigamente, por bem
menos, se via grande quantidade de pessoas nas ruas bradando: “Fora
Sarney”, “Fora Collor”, “Fora FHC”. Hoje não se vê nada disso. Poucos
que se aventuram a fazer algum “protesto”, o fazem com tanta discrição que mais
parece estarem participando de um velório. Se não fosse uma parcela da imprensa.
Repito. Uma parcela da imprensa, pois grande parte da mídia não vê nada,
ninguém ouvia falar em corrupção, apesar de o país estar atolado nessa
bandidagem, que se alastrou em todas as esferas governamentais após o episódio
do mensalão.
Seria a fartura de recursos destinados à publicidade,
ONGs, UNE, MST, Associação de Moradores, Associação de Pescadores, Associação
de qualquer coisa, que tem garantido à corrupção o silêncio que não se via
outrora? Curioso é que faltam recursos para a Saúde (médicos ganham uma
mixaria, faltam equipamentos hospitalares etc.); faltam recursos para a
Educação (salário de professor é uma miséria. No Rio Grande do Sul o Governo se
recusa a pagar o piso salarial da categoria que é uma bagatela); faltam
recursos para a Segurança (salário de policial dá dó), mas não faltam recursos
para ONGs e outras entidades similares.
Até quando o Brasil aceitará justificativas fajutas?
Título e Texto: Manoel Pastana, 18-10-2011. Publicado
originalmente no blogue “Manoel Pastana – Procurador da República e Escritor”
Matéria encaminhada por Cleia Carvalho
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Sensacional o texto do Dr. Pastana, homem íntegro, sensato nas suas colocações. Ele é o cara.
ResponderExcluirSinto-me honrada de tê-lo como meu amigo.Parabéns