Foram vistos juntos na noite
da tragédia, beberam vinho. E agora a moldava Domnica Cemortan não poupa
palavras de afecto para Francesco Schettino, o comandante do Costa Concordia
que é hoje um dos homens mais odiados em Itália. “Sim, eu amo-o, e não é justo
que estejam a destruir a sua imagem.”
Domnica Cemortan tem 25 anos,
sorriso discreto, cabelo loiro pelos ombros. Tornou-se uma testemunha-chave
para a investigação do que aconteceu a 13 de Janeiro, quando o navio Costa
Concordia adornou junto à ilha italiana de Giglio, porque várias testemunhas
disseram tê-la visto à mesa do comandante Francesco Schettino. As autoridades
judiciais interrogaram-na durante seis horas e ouviram uma declaração de amor.
“Sim, é verdade, estou
apaixonada pelo comandante Schettino”, admitiu Domnica Cemortan quando foi
interrogada pelos magistrados da procuradoria de Grosseto, responsável pela
investigação.
Segundo o diário La Stampa,
Domnica Cemortan garantiu que Schettino estava aos comandos do navio no momento
em que este embateu nas rochas e se voltou. A bordo iam mais de 4200 pessoas, o
desastre causou pelo menos 17 mortos e há ainda 15 desaparecidos.
Ainda que testemunhas tenham
relatado que a viram a jantar com Schettino, Domnica Cemortan disse aos
procuradores que jantou com amigos e só depois passou na mesa do comandante. No
entanto, um dos passageiros, Ângelo Fabbri, garantiu ter visto os dois a jantar
e adiantou que beberam, pelo menos, uma garrafa de vinho.
Ele tê-la-á convidado a
visitar o centro de comando do navio e era lá que ela estava quando se deu o
embate, tal como disse aos magistrados.
Schettino tem 52 anos, é
casado, tem uma filha adolescente e está em prisão domiciliária, acusado por
crimes múltiplos de homicídio por negligência e abandono do navio após a
colisão. Para Domnica Cemortan ele é “um herói” que salvou muitas vidas.
“Salvou centenas de vidas, talvez milhares”, disse durante o interrogatório.
Era também isso que já tinha dito em declarações a uma estação de televisão
italiana, mas nessa altura negou que tivesse qualquer relação com o Schettino.
Para além de Domnica Cemortan,
nesta quarta-feira foi também interrogado Roberto Ferrarini, responsável da
unidade de crises da Costa Cruceros, a empresa proprietária do navio, com quem
Schettino falou ao telefone 17 vezes após o desastre. No seu testemunho, acusou
o comandante de ter minimizado os danos no navio. “Disse-me que tinha embatido,
mas estava muito tranquilo. Não falou em nenhum momento de risco de naufrágio.”
Texto: Isabel Gorjão Santos,
Público, 03-02-2012
Os perigos nos navios de turismo
Com que então, o Comandante andava a navegar por outros mares enquanto...?
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