Afinal, qual é o padrão?...

Valdemar Habitzreuter

É interessante a linguagem através da qual nos comunicamos – o sentido que as palavras têm e as ideias que evocam. A palavra ‘padrão’, por exemplo, qual a ideia que se quer passar com ela? Parece que é o sentido de modelo, de excelência de uma coisa ou de um fato e de procedimento ético das pessoas. Será isso mesmo?

Vamos a um exemplo? Desde a Copa do Mundo no Brasil usou-se a torto e a direito a palavra ‘padrão’ para a Fifa. Era usual referir-se com a expressão ‘padrão Fifa’ para expressar o correto, o exemplo, o modelo a seguir.

Realmente, a Fifa rege-se por um padrão impecável de organização quando se trata de realizar um evento grandioso como uma Copa do Mundo. Tudo é estudado minuciosamente e direcionado para uma excelência de programação e realização que resulte em sucesso espetacular. Estádios suntuosos, pragmáticos e confortáveis são exigidos como 'padrão Fifa'. E ela se impõe nesse sentido. Se este padrão não for cumprido, ela impedirá a realização do evento.

Depois de tudo estar tinindo como a Fifa queria para a copa do Brasil, vimos a excelência de organização e trabalhos também concernente à abertura da Copa e o desenrolar dos jogos. Nem mesmo o anunciado protesto de rua contra o esbanjamento de dinheiro pelo governo foi capaz de interferir no espetáculo que a copa proporcionou. O padrão Fifa se impôs e, inclusive, se posicionou acima do poder presidencial da ‘presidenta’ Dilma, ela se rendeu para que o padrão Fifa prevalecesse, teve que fazer a vontade da entidade. 

Mas há um porém com a palavra ‘padrão’ com a qual a Fifa quer se qualificar e se revestir. Para ela o termo ‘padrão’ não necessita estar envolta da excelência ética de seus dirigentes, mas exclusivamente ser uma ostentação megalomaníaca externa para fazer o público vibrar e ficar satisfeito, e com isso seu mundo subterrâneo de falcatruas e negociatas viceje e seja preservado incólume e seguro.

Assim, vemos agora que este ‘padrão Fifa’ tomou outro sentido nos bastidores: corrupção e enriquecimento ilícito de seus dirigentes desde muitos anos. A índole de muitos dirigentes da Fifa era de mau-caratismo e falta de ética; imprimiam um padrão de excelência ostensiva em obras e espetáculos para encobrir a podridão que rolava nos bastidores.

Além do mais, sabemos, agora do por quê de tanta dedicação e peripécias do Lula em trazer a Copa para o Brasil; não diria que tinha algum conluio com os dirigentes da Fifa, mas tem uma índole não padronizada com um procedimento ético; também para ele, o termo ‘padrão’ perdeu seu sentido próprio e foi corrompido para ajeitar-se no sentido de alavancar o ‘padrão PT’, isto é, padronizar a corrupção como coisa natural para o governo petista. 

A tempo: Os 7 a 1 foram merecidos... e os 12 anos de petismo?...  os merecemos?... 

Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 9-6-2015