Isso é algo que não estamos
acostumados a ver todos os dias. Mas quando assistimos, é gratificante.
O PT é o partido da “guerra de
frames” e da “guerra de narrativas”. Éramos acostumados a vê-los vencer as
batalhas de frames na maior parte das instâncias, mas, em, alguns casos, eles
estão começando a se dar mal.
O caso mais retumbante é o da
nova propaganda do governo Temer, que pede “vamos tirar o Brasil do vermelho”.
Não demorou para que os petistas estrebuchassem de ódio.
Mas um frame tão bem colocado
assim coloca seu adversário na seguinte posição: ele não pode negar o frame,
uma vez que fica em situação difícil se o fizer.
Senão, vejamos.
O frame é claro: “vamos tirar
o Brasil do vermelho”, o que é uma referência direta à luta para recuperar o
Brasil do déficit causado pelo PT. Mas também é uma referência direta ao PT,
que adotou – mas não patenteou – a cor vermelha.
Pois os petistas protestaram
contra a campanha. Agora, ficaram na posição vulnerável de poderem ser acusados
de “não querer tirar o Brasil do vermelho”.
Ou seja, o frame polarizou a
questão: (1) os que querem tirar o Brasil do vermelho, (2) os que não querem
tirar o Brasil do vermelho.
Alguns poderiam tirar: “mas o
PT está contra o frame somente em relação à alusão ao partido”. Mas isso não
importa, para boa parte da audiência: o que importa é que para muitos pode
ficar claro que o PT está contra tirar o país da situação de déficit. Em suma,
o PT quer que os brasileiros sofram, o que torna mais coerente a afirmação
dizendo que eles causaram a crise propositalmente.
Esse é o componente básico de
um bom frame: é difícil rebatê-lo. No máximo, os petistas poderiam criar um
outro frame, para superá-lo. Mas é péssimo negócio bater de frente com o frame.
(Isso é uma lição básica de controle de frame)
Resultado?
Agora o PT pode ser vendido ao
povo como o partido que “não quer que o país saia do vermelho”.
Em tempo: isso aumenta a
coerência do argumento dizendo que eles estão contra a PEC antipedalada por
quererem pedalar e novamente causar déficits criminosos e propositais.
Resumo da ópera: o PT tomou
uma surra de frame no caso da propaganda “vamos tirar o Brasil do vermelho”.
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