Cesar Maia
1. O consagrado escritor argentino Tomás Eloy Martínez, em 1970,
com 36 anos, conseguiu que Perón - 75 anos e já com quinze anos de exílio -
concedesse em sua casa em Madrid (Puerta de Hierro) uma entrevista gravada.
Foram quatro dias de gravações. Baseado nessa entrevista, Eloy Martinez
escreveu dezenas e dezenas de artigos e dois livros de grande sucesso: Santa
Evita e A Novela de Perón.
2. Essas fitas, mantidas em caixas, ficaram guardadas até agora.
Nos últimos meses foram transformadas em filme e documentário. Dias atrás,
antecipando o lançamento, foram divulgadas cinco partes deste documentário, que
vão desde a sua infância até à sua morte. As respostas de Perón a Eloy Martinez
são comentadas por politólogos, historiadores, políticos sêniores e até publicitários.
3. Deveriam ser vistas e revistas por nossos políticos de hoje,
pois contêm experiências acumuladas até a sua maturidade. Seguem trechos que
este Ex-Blog selecionou.
4. O líder, primeiro, se faz ver, para que o conheçam. Depois se
faz obedecer espontânea e naturalmente para passar a ser percebido como
infalível. O que conduz deve ser percebido como infalível. Isso tudo é uma
arte.
5. Não sou um político: sou um condutor. Carisma é o produto de um
processo técnico de condução.
6. Condução é unificar as ideias dispersas em direção a um objetivo
que conhece o condutor.
7. Ao se chegar ao poder se tem dois objetivos: fazer a felicidade
do Povo e a grandeza da Nação. Se se excede em um, se sacrifica o outro.
Deve-se conseguir um equilíbrio entre os dois.
8. A política deve ser pendular entre o sindicalismo que está
sempre à direita e a esquerda que está na política.
9. A Condução política é sui generis. As pessoas estão acostumadas
à gestão da ordem (que de fato é uma gestão militar). Mas em política jamais
existe ordem. Há que se preparar e se acostumar a gerir a desordem.
10. A política não pode ser um corpo rígido. Tem que ser flexível.
11. Fui criado com os animais; adoro os animais. Na política há 10%
de idealistas e 90% de opiniões dispersas. Estes 10% são como os cães (tenho quatro)
e 90% como os gatos. Os cães são fiéis e acompanham silenciosamente. Os gatos
são dispersos. Saem para caçar à noite. Quando são contrariados preferem ficar
num canto e até se ocultar. Mas quando se veem cercados, reagem atacando. São
felinos.
12. Estar longe dos fatos é melhor que se estar perto. De longe se
vê a totalidade.
13. Comentários finais. Perón sempre teve o controle do movimento
peronista. Só perdeu o controle quando voltou do exílio ao governo em 1973.
Erro maior dos peronistas: a
Volta de Perón em 1973 não foi para construir um futuro, mas para repetir o
passado, dos anos de glória entre 1946 e 1955.
Título e Texto: Cesar Maia, 4-5-2017
Cézar Maia, deve ser parente do Rodrigo Maia e do Artur Maia.
ResponderExcluirPerón foi ridículo.
Dizer que sindicatos estão à direita é imbecilidade.
Todo sindicato tal e qual políticos se locupletam com suado salário dos trabalhadores, e vivem rendendo homenagens ao empresariado.
Políticos são hematófagos, sindicalistas coliformes fecais, vivem em simbiose.
Perón como a mula retirante sempre tiveram controle dos seus movimentos.
Perón como Getúlio fizeram coisas boas, mas nunca se livraram dos corruptos.
Um suicidou, o outro foi para o inferno, lugar de cornos.
Cesar Maia, atualmente vereador do município do Rio de Janeiro, é pai do deputado federal, Rodrigo Maia.
ExcluirQuanto à frase (que também me causou impressão) julgo estar mal redigida. Não imagino Perón e/ou Cesar Maia considerar os sindicatos de Direita...