Espero que esta missiva a
encontre gozando da mais perfeita saúde junto aos seus entes queridos e que
sinta, por trás da frieza destes tipos de metal, o calor da paixão pela
Verdade, que é o que nos une.
Gostei muito do seu tuíte comparando
Margareth Thatcher e Angela Merkel a (suponho) Evo Morales.
Margaret Thatcher, ícone neoliberal, se perpetuou no poder por 11 anos. Merkel por 14. Nunca vi um liberal lembrar disso. Parece que só denunciam presidentes que melhoram a vida do povo. Os que destróem seus direitos e perseguem suas organizações podem ficar eternamente no poder.— Talíria Petrone (@taliriapetrone) November 11, 2019
Faço a ressalva da suposição
porque você não cita nominalmente o ex-presidente boliviano.
Pode estar falando de Mugabe
(37 anos de poder no Zimbábue), Kadafi (42 anos na Líbia), Fidel Castro
(52 anos na presidência de Cuba), Enver Hoxha (40 anos na Albânia), Salazar (36
anos em Portugal), Franco (39 anos na Espanha), Stroessner (34 anos no
Paraguai), Saddam Hussein (25 no Iraque), Stálin (30 anos na finada URSS), ou
Mao (26, na China).
É instigante (ia dizer
“divertido”, mas me contive) ver você comparar os 11 anos de Thatcher ou os 14
de Merkel – cumpridos através de eleições livres, limpas, democráticas,
constitucionais, em regimes parlamentaristas – aos 13 de Evo – cumpridos após
mudanças casuísticas na constituição e/ou através de eleições fraudadas. E,
talvez, às décadas dos demais citados no parágrafo acima – tudo na mais
completa mão grande.
Nunca vi um progressista se
lembrar disso; mas tem diferença, não tem?
Gostei também de ver a sororidade
em ação. Merkel e Thatcher foram das mulheres mais poderosas dos últimos
tempos, em duas das nações mais importantes. Você poderia ter incluído Golda
Meir (5 anos como primeira-ministra de Israel, depois de uns 17 ocupando
ministérios de peso). E Indira Gandhi, 15 anos como primeira-ministra da Índia.
Mas não se encaixavam na narrativa, então era melhor deixar quieto.
Thatcher e Merkel inspiraram
outras mulheres muito mais que aquelas que chegaram ao poder na cola do marido
ou de um chefe – seja como viúva, laranja ou poste.
Soube que você é professora,
mas algo me diz que não da área de exatas – acertei? Porque compara galhos com
bagulhos. E ainda toma liberdades muito poéticas com o idioma (não, não vou
falar do acento em “destróem” nem da regência do verbo “lembrar” - vou guardar
minha cota de opressão linguística para algo que valha mais a pena).
Elizabeth II está há 66 anos
no poder. Já enterrou 6 papas, despachou com 14 primeiros-ministros, aguentou
11 presidentes americanos e deve ter ficado sabendo da existência de mais de 30
bolivianos. É um ícone isento, pairando acima de coxinhas e mortadelas,
trabalhistas e conservadores. E nem assim, com seis vezes mais tempo de estrada
que a senhora Thatcher, se pode dizer que a rainha tenha se perpetuado no poder
por 66 anos. Seu cargo é vitalício – como o dos papas, dos imortais da ABL e do
Galvão Bueno.
Perpetuar por 11 ou 14 anos é
muito pouco, Talíria. Imagine se os jazigos perpétuos do São João Batista
durassem só isso... Para a obra de Shakespeare, de Platão, de Da Vinci, talvez
se possa usar o verbo, no sentido de tornar-se duradouro. Você levou muito ao
pé da letra aquilo que o Vinícius escreveu sobre “ser eterno enquanto dure”.
Seu julgamento político a
partir do tempo de permanência no poder me lembra sabe quem? O próprio! Zero3
comparou o dólar a R$ 4,00 aqui e a 60 pesos na Argentina e concluiu que nossa
moeda valia 15 vezes mais que a dos hermanos. Gênio, não? Seu paralelo é nessa
mesma linha.
Imagino que você também ache
que os judeus vivam no futuro, porque estão no ano 5.779. E que os muçulmanos
não tenham saído da Idade Média, por estarem ainda em 1441. Que os Estados
Unidos sejam o país mais quente do mundo, porque lá chega a fazer 100 graus no
verão.
Você parece acreditar mesmo
que Evo – e Chávez, Maduro, Ortega, Somoza, Batista, Trujillo, Papa Doc, Baby
Doc – todos foram combatidos porque melhoraram a vida do povo. E que
democracias como a britânica e a alemã destroem (sem acento) direitos e perseguem
as organizações populares.
Ainda bem que entrou para o
PSOL e abandonou o magistério. Porque você delira, Talíria. E delírio em sala
de aula pode causar um estrago que você não imagina.
Um beijo no coração - e bora
estudar História!
Título e Texto: Eduardo
Affonso, Facebook,
12-11-2019
Relacionados:
Brasil, acabou a dúvida. Estamos polarizados. Não há mais política de centro, pseudo-direita, neo-esquerda... nenhuma dessas idiotices criadas para camuflar a personalidade dos integrantes desses movimentos. Estamos divididos entre o certo e o errado. Só isso. Simples e direto. De um lado do “muro”, pessoas de bem tentando fazer o que é correto, moral e benéfico. Do outro lado estão os corruptos, os imorais, os amorais (sem noção do que é moral), os bandidos... Enfim, de um lado é Bolsonaro e do outro o Lula. Vamos parar de linguagem indireta. Bolsonaro está no poder e faz um EXCELENTE governo. É transparente e está alcançando resultados inimagináveis à época de sua eleição. Em contrapartida, soltaram o Lula, um dos maiores corruptos da história da humanidade, para tentar atrapalhar e reinstaurar tudo de pior que há na política. Agora cabe a você escolher. E pare com essa besteira de “ah, o Amoedo é mais preparado...”; “ah, o Alckmin tem mais trâmite político...”; Tudo isso é besteira. Se qualquer um desses dois tivessem sido eleitos, seríamos a nova argentina: 4 anos de tentativas de acordo políticos e falas indiretas, culminando na volta do caos na eleição seguinte. Portanto, lhes peço encarecidamente: DECIDAM DE QUE LADO VOCÊS ESTÃO. AGORA! ESSE É O MOMENTO! OU VOCÊ APOIA O BEM OU APOIA O MAL. NÃO TEM 3ª OPÇÃO. FAÇA O CORRETO. PARE DE BRIGA E IMPLICAÇÕES QUE, NA PRÁTICA, NÃO MUDAM NADA. SIGA O GOVERNO ATRAVÉS DAS REDES SOCIAIS E ACOMPANHE O EXCELENTE TRABALHO QUE ESTÁ SENDO FEITO. O PRESIDENTE BOLSONARO PRECISA DO SEU APOIO. PRECISA SABER QUE A IMENSA MAIORIA ESTÁ COM ELE. LULA É A DOENÇA E BOLSONARO É O REMÉDIO. E REMÉDIO NÃO TEM QUE TER GOSTO BOM, TEM QUE FUNCIONAR. E O GOVERNO TEM FUNCIONADO. FAÇAMOS NOSSA PARTE!
ResponderExcluirMário Hecksher
mario.hecksher@hotmail.com