Karine Melo
O único dia de atividades
nesta semana no Congresso Nacional – por causa da reunião da Cúpula do Brics
(Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) – foi marcado pela promulgação
da reforma da Previdência, Emenda Constitucional (EC) 103/19. O texto entra em
vigor imediatamente após a publicação no Diário do Oficial da União,
o que deve acontecer até amanhã (13). Apenas as novas alíquotas de contribuição
dos trabalhadores começam a valer a partir de 1º de março de 2020.
Na companhia do presidente da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do Senado, Davi
Alcolumbre (DEM-AP), ressaltou a importância da reforma para o país. “Este é,
sim, um momento histórico. Este 12 de novembro será um divisor de águas para o
Brasil. Divisor de águas porque estamos mudando o destino deste país de forma
substantiva: deixaremos a rota do desastre iminente e adotaremos um curso em
direção a dias melhores”, avaliou.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Ainda segundo Alcolumbre, sem
a reforma da Previdência, se o presente do país era incerto, o futuro era
dramático. O presidente do Senado lembrou que havia o risco de o governo
federal começar a ter dificuldades para pagar seus funcionários já no ano que
vem e, em 2023, projeções indicavam que a dívida bruta do governo ultrapassaria
os 100% do Produto Interno Bruto, o que poderia significar um apagão dos
serviços essenciais promovidos pelo Estado, como educação, saúde e segurança.
“Não preciso dizer que as consequências, especialmente para os brasileiros mais
pobres, seriam as piores possíveis. Esse era o panorama que se apresentava
diante de todos nós do Congresso Nacional, do Parlamento brasileiro”, disse.
Já o presidente da Câmara
lembrou as dificuldades que a proposta enfrentou com parlamentares e diversos
setores e disse que essa é apenas a primeira das reformas que o Brasil precisa
enfrentar. "A política é a solução dos nossos problemas, e é aqui, nesta
Casa [Senado] e naquela Casa [Câmara] que nós vamos construir todas as
soluções, de forma transparente, com diálogo, mas, acima de tudo, respeitando –
eu não tenho uma cópia dela aqui – a nossa Constituição, reformando-a onde
podemos reformá-la, respeitando-a e protegendo-a onde foi a decisão do
Constituinte originário.
Para o líder do governo no
Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), a promulgação da PEC da Reforma da
Previdência, abre uma janela para que o Brasil possa se reencontrar com sua
trajetória de crescimento e de geração do emprego. “Estou certo de que a
reforma da Previdência por si só não será suficiente para atender aos reclamos
de todos os brasileiros, mas é um passo necessário que certamente vai abrir
agora a oportunidade para o debate de uma agenda de reformas muito mais amplas.
E tenho certeza de que o Congresso Nacional dará a resposta à altura para que o
Brasil possa refazer e transformar o Estado brasileiro para colocar o Estado
brasileiro a serviço dos brasileiros, dos milhões que sonham pela oportunidade
de trabalho, pelos muitos que ainda estão na pobreza” disse o emedebista.
Já o relator do texto na
Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) destacou que substitutivo elaborado
por ele e aprovado pela Câmara e pelo Senado buscou responsabilidade fiscal,
construindo um alicerce para que o governo federal possa tomar medidas e
realizar seus compromissos de campanha com mais justiça social.
Na mesma linha, o relator do
texto no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), destacou que é muito difícil fazer
um texto em que se equilibre a consciência social com a preocupação com as
populações mais vulneráveis num país tão injusto e, ao mesmo tempo, tendo em
mente a importância do equilíbrio fiscal. “Nós conseguimos fazer isso, tenho
convicção”, disse.
Título e Texto: Karine Melo;
Edição: Denise Griesinger – Agência
Brasil, 12-11-2019, 13h54
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