Wellton Máximo
A diminuição do protecionismo
é essencial para enfrentar a desaceleração econômica global, disseram hoje (13)
os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping. Em discursos
no encerramento do Fórum Empresarial do Brics, grupo formado por Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul, os dois líderes defenderam o
aprofundamento do comércio internacional para haver desenvolvimento.
Em 2020, a Rússia assumirá a
presidência rotativa do Brics. Putin lembrou que o comércio do país com os
demais membros do grupo tem aumentado mais de 20% nos últimos cinco anos. O
presidente russo destacou as cooperações entre os integrantes do Brics nas
áreas farmacêutica, de exploração espacial, aeronáutica e disse que o governo
russo está disposto a aumentar o intercâmbio na área de tecnologia da
informação, de informática e em energia limpa, principalmente no segmento de
gás natural.
O aumento do protecionismo
global também foi abordado por Xi Jiping em seu discurso. Segundo ele, a guerra
comercial desestimula os investimentos em inovação, o principal instrumento
para impulsionar a economia global. China e Estados Unidos, as duas maiores
economias do planeta, enfrentam tensões comerciais desde que o governo do
presidente Donald Trump decidiu impor tarifas a produtos chineses, com
retaliações do país asiático.
“Com a nova rodada de
transformações industriais e tecnológicas, os motores de desenvolvimento estão
ajudando a aumentar a produtividade, a avançar nas áreas sociais e econômicas.
No entanto, o crescente protecionismo e as ameaças no mundo estão ameaçando o
comércio internacional e o investimento internacional e também levando a uma
desaceleração mundial da economia”, disse o mandatário chinês.
Em seu discurso, Xi Jiping
defendeu a ampliação dos investimentos em inovação, economia digital e economia
verde (desenvolvimento aliado às preocupações com o meio ambiente) e afirmou
que o país está empenhado em abrir o comércio. Ele destacou que o
desenvolvimento da China representa uma oportunidade para o mundo inteiro,
principalmente para os países do Brics.
“Nos últimos cinco anos, a
China tem contribuído, em média, cerca de 30% do crescimento econômico mundial.
No ano passado, o investimento externo da China foi de US$ 143 bilhões, 53% a
mais que no ano anterior. A decisão da China é de abrir ainda mais o mercado.
Portanto temos a mesma expectativa de aumentar o crescimento no futuro”,
acrescentou.
Índia
O primeiro-ministro indiano,
Nahendra Modi, disse que os países do Brics têm buscado harmonizar os
procedimentos tributários e alfandegários de forma a aumentar os fluxos
comerciais e de investimentos. Ele ressaltou o progresso do grupo nos últimos
anos em ampliar a cooperação entre os bancos e na área de direitos de
propriedade intelectual e disse estar empenhado para elevar para US$ 5 trilhões
o tamanho da economia da Índia até 2024.
Modi sugeriu que o Fórum
Empresarial do Brics, formado por representantes de empresas do grupo, mapeie
como as economias dos cinco países membros se complementam e identifique áreas
prioritárias para investimentos conjuntos entre os países. O primeiro-ministro
agradeceu a decisão unilateral do presidente Jair Bolsonaro de dispensar visto
para turistas e homens de negócios da Índia e da China.
“Agradeço ao presidente do
Brasil a sua decisão recente de permitir a entrada de cidadãos indianos sem a
necessidade de vistos. Os cinco países também deveriam considerar mecanismos
tais como um acordo preferencial mútuo. Amigos, talvez estejam também cientes
dos avanços recentes nos rankings de facilidade de fazer negócios”, declarou
Modi.
África do Sul
O presidente da África do Sul
Cyril Ramaphosa disse que o país está fortalecendo os pilares do crescimento
sustentado, tais como educação, meio ambiente e respeito ao Estado de Direito.
Ele ressaltou que seu governo tem dado incentivos para mais investimentos, como
o desenvolvimento das zonas econômicas industriais com infraestrutura de nível
internacional.
Ramaphosa disse que a África
do Sul está revisando o regime de vistos para acolher pessoas capacitadas e
competentes, de várias partes do mundo, para visitarem, fazerem negócios e
trabalharem na África do Sul. Ele destacou ainda o potencial econômico do
continente africano para os países emergentes.
“Até 2050, a população da
África terá crescido a até 2,5 bilhões de habitantes. Ao criarmos uma área de
livre comércio unificada na África, temos por objetivo tornar esse potencial
humano subjacente em oportunidade efetiva de alcançar crescimento compartilhado
e sustentável”, disse.
Título e Texto: Wellton
Máximo; Edição: Aline Leal – Agência
Brasil, 13-11-2019, 21h58
Fotos: Marcos Corrêa/PR
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Enquanto isso a "imprensa noticia" que Bebbiano falou isto e aquilo; que Bolsonaro não queria Mourão como vice; que Bolsonaro tem pinto pequeno; que Michelle não sabe dançar; etc...
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