Para o colunista de Oeste, a única coisa
boa que poderia acontecer com o projeto de lei que trata desse assunto é cair
no arquivo morto
Cristyan Costa
Está em discussão no Congresso
Nacional o projeto de lei das fake news. Em síntese, a medida
proíbe os brasileiros de mentirem nas comunicações que fazem na internet.
“Nunca se viu nada parecido
neste país, em seus 520 anos de história oficial: políticos querendo que se
diga a verdade”, observa o colunista de Oeste, J.R. Guzzo, em
artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com ele, só é
possível proibir legalmente alguma coisa se a lei diz, com 100% de clareza, o
que é essa coisa. Por exemplo: todos sabem o que é um homicídio. “Mas o que
são fake news?”, indaga o jornalista.
Guzzo recorda que, em 2018,
vários veículos de comunicação informaram que Jair Bolsonaro perderia contra
qualquer candidato no segundo turno. Portanto, seria isso notícia falsa? Com
certeza é notícia errada.
A lei poderia separar a
falsidade do erro?
“Aparentemente, o que
distingue uma coisa de outra é a intenção de quem publica a notícia. Mas como
seria possível a Justiça descobrir qual é a intenção de alguém num caso
desses?”, interpela Guzzo.
O colunista argumenta que, nas
redes sociais ou em qualquer meio de comunicação, o juiz tem de ser o público.
“É justo proibir o uso de
robôs, identidades falsas e outras patifarias eletrônicas. Mas para que todo o
resto? A única coisa boa que poderia acontecer com a lei das fake
news é cair no arquivo morto”.
Título e Texto: Cristyan
Costa, revista Oeste, 7-6-2020, 17h30
Relacionados:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-