quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
[Língua Portuguesa] O que é um oxímoro?
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APARECIDO RAIMUNDO...
ResponderExcluirNão sou linguista mas tenho a ideia de o oxímoro ser uma figura de estilo que recorre a duas palavras em conjunto que, se levadas à letra, são contraditórias. Por exemplo: "silêncio ensurdecedor".
ResponderExcluirHá quem faça uma equivalência entre o oxímoro e o paradoxo. Eu sou mais minimalista e entendo que o paradoxo tem uma interpretação mais objectiva, enquanto o oxímoro é mais subjectivo. Por exemplo: há quem considere o "contentamento descontente" de Camões um oxímoro. Eu acho-o um paradoxo porque tal contradição de sentimentos pode ser real. Pelo contrário, um "silêncio ensurdecedor" nunca acontecerá no seu sentido literal.
Agradeço as contribuições.
ResponderExcluirContribuo também:
Oxímoro, oximóron ou paradoxismo (do grego ὀξύμωρον, composto de ὀξύς, "agudo, aguçado" e μωρός, "estúpido") é uma figura de linguagem que consiste em relacionar numa mesma expressão ou locução palavras que exprimem conceitos contrários, tais como festina lente ("apressa-te lentamente"), "lúcida loucura", "silêncio eloquente" etc. Trata-se de uma figura da retórica clássica.
Dado que o sentido literal de um oxímoro (por exemplo, um instante eterno) é absurdo, força-se o leitor a procurar um sentido metafórico (neste caso, pela intensidade do vivido durante esse instante, faz perder o sentido do tempo). O recurso a esta figura retórica é muito frequente na poesia mística e na poesia amorosa.
Exemplos
• silêncio ensurdecedor
• inocente culpa
• gelo fervente
• declaração tácita
• ilustre desconhecido
• guerra pacífica
• morto-vivo
• lentamente rápido
• tristemente alegre
• inimigo amistoso
• cooperado vagabundo
• catedrático néscio
• mentiroso honesto
• manso intenso
Este soneto de Luís de Camões é construído com oxímoros:
Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Fonte: Wikipédia