domingo, 3 de janeiro de 2021

[As danações de Carina] Chegou a hora de aprendermos a dizer ‘NÃO’.

Carina Bratt

Coloquem em suas cabeças, minhas caras amigas e leitoras, que ‘NÃO’, É ‘NÃO’. Ene, A, O, Til, com o acento circunflexo (ou o famoso chapeuzinho) na letra ‘A’. Comecem 2021, com o pé direito, aprendendo a dizer ‘NÃO’, notadamente quando vocês não estiverem dispostas a fazer algo que não queiram, ou que não estejam inclinadas ou propensas. Temos uma necessidade urgente em jogo. A de aprendermos a dar valor ao nosso ‘status quo’, ou isto, ou via outra, seremos massacradas e pisoteadas, se não descobrirmos qual o nosso verdadeiro sentido e lugar neste mundo.


Parece difícil dizer esta palavrinha boba, à alguém, principalmente aqueles ‘mais chegados’ a nós, não é verdade? Concordo plenamente com todas vocês. Todavia, entendam aqui, os ‘mais chegados’ tanto podendo ser, os nossos pais, os nossos filhos, os cônjuges, os amigos... Enfim, a lista é tão esticada e contínua, quanto a negativa enfática, a recusa ou o desacordo embutido nesta forma linda de enjeito ou de desprezo por alguma coisa que não estava esquematizada em nossos planos.

Carecemos e devemos aprender a dizer ‘NÃO’, toda vez que o ‘NÃO’ obviamente se fizer premente e necessário: 
— Amiga, vamos sair para tomarmos uma cerveja? 
— ‘NÃO’. 
— Eu pago. Você poderá tomar todas, até cair embriagada. Eu assumo a dívida, faço questão. 
— ‘NÃO’. 

As pessoas precisam entender, de uma vez por todas, que ‘NÃO’, é ‘NÃO’. Não existe meio não. Quando vocês não estiverem com vontade de fazer algo, não importa o que este algo possa vir a ser. Se vocês não se sentirem aptas, conscientes do próprio estado das necessidades básicas, ou seja, se vocês não vislumbrarem um espírito interior franco e aberto, receptivo e cônscio para encarar a ‘parada’, manda um ‘NÃO’ bem uníssono e fim de papo. 

Não fiquem, jamais, com medo, ou receosas de serem chatas ou maçantes. Não tentem ganhar tempo com evasivas. Tenham em mente, estarão à espera de vocês, as portas dos fundos, as válvulas de escapes, as famosas saídas à francesa: se estiverem dispostas, larguem um ‘SIM’, se, por algum motivo alheio amanheceram, como se costuma dizer, ‘com os ovos virados’, querendo ficar quietinhas em seus cantinhos, optem por um ‘NÃO’ e fim de conversa.

Dica importantíssima: O ganhar tempo, imprimindo um ‘Será que devo?, Ontem fui dormir tarde, vou falar com meu marido, se ele não se importar...’. Esqueçam. Descartem. O fato de tentarmos embromar, procrastinando, delongando, com estas ou outras palavras, ainda que às recepções de uma suposta guisa de desculpas, no final, as emendas acabarão de tornando inúteis e, no derradeiro, ainda que à contragosto, acabaremos ‘entrando na pilha’ acedendo, ou aceitando e transigindo. 

‘Se conselho fosse bom, ninguém dava, vendia’. Apesar disto, meu conselho é de graça e se resume numa conjuntura bem simplória. Não sejam criadas, ou servas, das pessoas. Não se submetam por pura comodidade, ou por receio de uma flagelação irracional de magoamento. Façam valer as suas vontades, os seus desejos, as suas posturas, como mulheres valentes e donas de seus narizes. ‘NÃO’, é ‘NÃO’ e o resto que se dane. Ponto final. 

Conversa encerrada. Um ‘NÃO’, bem dado, na hora certa, no momento oportuno, deixa os opositores ou as amigas, de calcinhas nas mãos. Faz, porém, que as indesejadas percebam, ou que se vejam metidas ou enroscadas numa saia justa, sem ação, pasmadas, de cara na calçada, completamente sem saída, sem ter para onde correr. 

Lembrem sempre: Gravem, se preciso for. Um ‘NÃO’, desmonta as bases sólidas das outras criaturas e, ao invés de sermos nós, as desagradáveis, as aperreantes, transferiremos para os terceiros e claro, jogamos às aliciadoras, a ideia concreta de que as incomodadas, as ‘sem noção’ são elas. Venceremos, com isto, a contenda, a demanda, e ainda receberemos (dos males, o melhor), o troféu pela concepção de sermos rotuladas de aluadas ou tolas. 

De forma direta e reta, se não aprendermos a dizer ‘NÃO’, acabaremos por nos tornarmos vaquinhas de presépio, Maria vai com as outras; bobas da corte; ‘bufonas’; Florindas e Chiquinhas; sem o verdadeiro espírito criativo e pujante da verdadeira e poderosa fêmea inimitável que está viva e pulsante dentro de nós. 

Este ser, o Belo Sexo, deve, acima de qualquer coisa, estar vivo e fortificado, robustado e desenvolvido, resistente e saudável dentro de nossos corações e de nossas almas. 

Por tudo isto e outras coisas que não disse, um objetivo único deve prevalecer. Não devemos, em hipóteses nenhuma, vestir as carapuças da submissão, ou sermos reféns e prisioneiras de nós mesmas. O poder de mando, de acatamento e de irresistência, agrupado às sujeições e aos subordinamentos tendem a se agigantarem e a se quadruplicarem, notadamente quando somos desviadas de nossos objetivos primordiais, em atenção à algo ou à alguma coisa fútil e banal que literalmente não queríamos para o nosso cotidiano: 
— Amor, vamos ao cinema? Tá passando aquele filme do qual você tanto falou. Se apronte! 
— ‘NÃO’. 

Batendo na mesma tecla com vigor: Infrinjam, abneguem, não admitam, não permitam, não abram a guarda, ou, em tempo algum, se achem inconvenientes. Mandem um ‘NÃO’, sem pensarem duas vezes, sem cogitarem que o outro, ou a outra, ficarão abespinhados, ou amofinados e furiosos. ‘NÃO’, e pronto! Se vocês, caríssimas conseguirem conscientizar seus ‘mais chegados’ de que o ‘NÃO’, é ‘NÃO’, podem ter convicção, não haverão aborrecimentos nem pendengas futuros. 

Baseadas no mesmo pensar, acreditem: ficaremos bem distantes dos desprazeres e incômodos, sem levarmos em conta que estaremos passando a quilômetros e quilômetros de nos sentirmos mulheres vagabundas, seres abjetos, indignos, e escrotos e, sobretudo, ignóbeis. 

O tempo da servidão, como disse acima, se escafedeu. Ficou na poeira do passado. Grudou nos fundilhos do esquecimento e do nunca mais. Vivemos, caras amigas e leitoras, vivemos num século onde um amontoado de modernidades e competições surge do nada. Todos os dias novas batalhas afloram diante de nossos olhos. SEJAMOS, TODAS, I N D E P E N D E N T E S. O ano que agora se inicia, PROMETE. VIVA 2021! 

Título e Texto: Carina Bratt, de Vila Velha no Espírito Santo. 3-1-2021

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Um comentário:

  1. JÁ PASSOU DA HORA.
    EU COMPARO, QUERO DIZER SIMILAR, que criar um PET ou um FILHO TEM SUAS SEMELHANÇAS.
    AMBOS TEM QUE APRENDER DESDE PEQUENOS O SIGNIFICADO DE NÃO.
    As crianças de hoje não entendem a palavra não.
    FEMINISTA É UMA MULHER QUE RECLAMA DE TUDO, MAS SE FOR AMANTE AGUENTA CALADA PARA NÃO PERDER A BOQUINHA.
    FUI...
    Meu cachorro comia moscas, hoje não as come mais.
    Meu filho só atirou-se uma vez numa loja porque queria uma espada não ganhou.
    Meu filho tinha mania de por a mão nos pratos nossos, um dia eu deixei ele pegar na massa quente, nunca mais.
    Meu cachorro chorava para entrar em casa enquanto comíamos. Eu gosto muito de pimenta, ele nunca mais entrou.
    Antes de namorar um homem as mulheres deveriam INVESTIGAR SUAS VIDAS PREGRESSAS.
    A violência é como doença remissiva.
    Água morro a baixo e fogo mato acima é como mulher que está a fim de dar de qualquer jeito, se trancar no roupeiro até cabide serve.
    Homem nenhum ganha mulheres, ELAS ESCOLHEM.
    Eu até para comprar uma roupa eu namoro primeiro.

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