Resultado é o mais baixo para o mês em sete anos
Wellton Máximo
A importação de uma plataforma de petróleo fez a balança comercial (diferença entre exportações e importações) registrar o menor resultado para meses de fevereiro em sete anos. No mês passado, o Brasil exportou US$ 1,152 bilhão a mais do que importou. O valor é 50,4% inferior ao de fevereiro do ano passado e representa o saldo mais baixo para o mês desde 2014.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil |
Com o desempenho de fevereiro,
a balança comercial acumula superávit de US$ 27 milhões nos dois primeiros
meses de 2021. Em janeiro, o indicador tinha registrado déficit de US$ 1,125
bilhão.
No primeiro bimestre, a
balança acumula o menor saldo para o período desde 2001. Naquele ano, a balança
tinha registrado déficit de US$ 337,86 bilhões nos dois primeiros meses.
Em fevereiro, as exportações
somaram US$ 16,183 bilhões, com crescimento de 3,9% pela média diária em
relação ao mesmo mês do ano passado. Por causa da plataforma de petróleo,
avaliada em US$ 1,4 bilhão, as importações atingiram US$ 15,030 bilhões, com
alta de 13,9% na mesma comparação.
Principais produtos
No mês passado, as exportações
da agropecuária caíram 10,8% na comparação com fevereiro de 2020, puxada pela
entressafra e pelo atraso no plantio de alguns produtos. As maiores quedas
foram observadas nas vendas de soja (-33,1%) e de animais vivos (-44,2%). O
impacto só não foi maior porque os preços médios dos bens agropecuários
aumentaram 8,4% em fevereiro.
O recuo nas exportações do
agronegócio foi compensado pela expansão nas vendas da indústria extrativa, que
subiram 13,8% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado. Os destaques
foram minério de ferro e seus concentrados (+94,7%) e minérios de alumínio e
seus concentrados (+12,6%). As exportações da indústria de transformação
cresceram 3,5% na mesma comparação, com destaque para açúcares e melaços
(+58,0%), farelos de soja e outros alimentos para animais (+77%) e ouro não
monetário (+79,6%).
Importações
Em relação às importações, a entrada no país da plataforma de petróleo engordou as compras externas. Sem a operação, a balança comercial teria registrado superávit de US$ 2,5 bilhões em fevereiro e teria alta em relação ao resultado de fevereiro do ano passado, quando o superávit somou US$ 2,325 bilhões.
Até meados da década passada,
o Brasil registrava em subsidiárias da Petrobras no exterior plataformas de
petróleo que na prática jamais saíam do país. Essas operações eram registradas
como exportações. Com o Repetro, novo regime tributário para o setor, várias
plataformas estão sendo registradas no Brasil, com o procedimento sendo
contabilizado como importação.
Outros destaques nas
importações foram o aumento nas compras de adubos e fertilizantes (+71,3%) e
válvulas e tubos termiônicos (+36,6%). A desvalorização do real, que aumenta o
preço das mercadorias de outros países, contribuiu para o aumento do valor
importado desses produtos.
Estimativas
Em janeiro, a Secretaria de
Comércio Exterior do Ministério da Economia divulgou que a balança comercial
deverá encerrar o ano com superávit de US$ 53 bilhões. O valor representaria
alta em relação ao superávit de US$ 50,99 bilhões registrado no ano passado,
mas está abaixo das estimativas das instituições financeiras. Segundo o boletim
Focus, pesquisa semanal divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado
projetam superávit comercial de US$ 55,1 bilhões para 2021.
Título e Texto: Wellton
Máximo; Edição: Denise Griesinger – Agência Brasil,1-3-2021, 15h51
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