“A viagem do pontificado”, assim a qualificou a um jornalista durante a entrevista do voo papal de regresso a Roma. E, de fato, foi. Depois de tantos meses de pandemia, Francisco contrariou todas as normas de distanciamento recomendadas e até impostas, como se o vírus tivesse dado uma trégua aos cidadãos iraquianos.
As fotos das multidões
aglomeradas em torno das ruas para ver o Papa chamaram muito a atenção, até o
ponto em que um jornalista perguntou se ele não estaria preocupado pelo fato de
algumas pessoas poderem adoecer e até morrer em decorrência de um contágio
ocorrido naqueles dias. A resposta de Francisco foi uma evasiva daquelas:
“Como eu disse anteriormente,
com o tempo as viagens ‘ficam cozinhando’ na minha consciência, e esta é uma
das coisas que me fortalecia. Pensei muito, rezei muito sobre isso e finalmente
tomei a decisão que realmente veio de dentro. E eu disse que Aquele que
me faz decidir assim, que se ocupe das pessoas. Mas depois da oração e da
consciência dos riscos. Depois de tudo isso”.
Agora, a gente se pergunta:
O que vão dizer esses
bispos que estão trancando Igrejas e negando sacramentos ao povo com a desculpa
das restrições governamentais impostas por ditadores que não sofrem a mínima
oposição? Bispos há que não saem de casa, que estão totalmente confinados, cujo
único conselho espiritual ao povo é: “fique em casa”.
O que fazer, agora, quando o próprio Papa relativizou o fanatismo sanitarista quando o assunto foi causar um impacto midiático como o primeiro pontífice a visitar o Iraque?
Mas, se fosse uma visita
apostólica a mais, tudo bem. Houve, em todo o episódio iraquiano destes dias,
algumas ocorrências problemáticas que quase ninguém percebeu…
Paulo VI foi o primeiro papa a
visitar Jerusalém depois de São Pedro. E não apenas isso, há diversos
testemunhos e fotos de que ele usava com bastante frequência o ephod,
aquele artefato que os sacerdotes judeus usavam sobre os paramentos enquanto
serviam o templo, aquele que foi utilizado por Caifás quando condenou Nosso
Senhor à morte. Paulo VI, sob certo aspecto, reconduziu à Igreja a uma espécie
de regressão judaica.
Agora, Francisco conseguiu ir
mais longe: regrediu a Ur dos Caldeus, terra de onde Abrão saiu, abandonando a
idolatria para servir apenas ao Deus vivo e verdadeiro. O gesto de Bergoglio é
simbolicamente uma regressão ao paganismo, aquele paganismo que desde há tempos
inspira o seu ecologismo teológico e a sua visão deísta e filantropista da
fraternidade humana.
Na oração que dirigiu no encontro inter-religioso, Francisco simplesmente não
mencionou o nome de Jesus, aquele do qual disse São Paulo “que todo joelho se
dobre no céu, na terra e nos infernos”. Se o Islã nega que Allah tenha
filhos, nega o Deus da Divina Revelação, e recai naquela censura do Apóstolo:
“É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho” (1 João 2,22), como
Francisco, o apóstolo da fraternidade universal, poderia ferir sua
suscetibilidade?
Falando de sua visita ao
Aiatolá Al Sistani, líder máximo dos muçulmanos xiitas, Francisco disse: “Senti
o dever de fazer esta peregrinação de fé e de penitência, e de ir encontrar um
grande, um homem sábio, um homem de Deus: só escutando-o é que se pode perceber
isto”. E, mais adiante, continuou dizendo que ele é “um homem humilde e sábio,
este encontro me fez bem à alma. Ele é uma luz, e estes sábios estão em toda
parte porque a sabedoria de Deus foi espalhada pelo mundo inteiro. A mesma
coisa acontece com os santos que não são apenas os que estão nos altares”.
Prosseguindo, Francisco
confessa que tudo isso faz parte de um plano: “O documento de Abu Dhabi de 4 de
fevereiro foi preparado com o Grão Imame em segredo, durante seis meses,
orando, refletindo e corrigindo o texto. Foi – é um pouco presunçoso dizê-lo, o
tomem como uma presunção – um primeiro passo do que você me pergunta. Podemos
dizer que este (a visita a Al Sustami) seria o segundo e que haverá outros. O
caminho da fraternidade é importante”.
Francisco é muito consciente
dos passos que dá: “Você sabe que há algumas críticas: que o Papa não é
corajoso, é um inconsciente que está dando passos contra a doutrina católica,
que está a um passo da heresia, há riscos. Mas estas decisões são sempre
tomadas em oração, em diálogo, pedindo conselho, em reflexão”.
Certamente, Francisco se
referiu às admoestações feitas especialmente por Dom Athanasius Schneider, que ousou
interpelá-lo pessoalmente e, diante do qual, o Papa também foi evasivo.
Portanto, fica muito evidente
que Francisco está levando a Igreja para bem longe do anúncio explícito de que
o único Senhor e Salvador do mundo é Nosso Senhor Jesus Cristo, o filho da
Virgem Maria, o Cabeça do seu Corpo Místico, que é a Igreja. Estamos em mar
aberto, rumo à completa apostasia, enquanto o mundo inteiro está preocupado com
uma pandemia que pode fazer greve quando o assunto é aviltar a doutrina
católica e pisar no Sangue Preciosíssimo de Nosso Senhor.
Exsurge, Domine!
Título e Texto: FratresInUnum.com,
9 de março de 2021
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