FratresInUnum.com
Ontem, o Deputado Frederico
D’Ávila (PSL-SP) publicou uma carta aberta em que pede desculpas pelo excesso de suas afirmações
contra Dom Orlando Brandes, a CNBB e o Papa Francisco. Ele diz: “meu
pronunciamento, que admito ter sido inapropriado e exagerado pelo calor do
momento, se deu em resposta a alguns líderes religiosos que ultrapassam os
limites da propagação da fé e da espiritualidade para fazer proselitismo
político. Reitero que desculpo-me pelas palavras e exagero”.
Mesmo assim, a CNBB está
resolvida a fazer pressão sobre a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
(ALESP) pedindo a cabeça do deputado. Não, não há misericórdia para ele. Eles
pediram uma “correção exemplar” para Frederico d’Ávila. Dom Pedro Luiz
Stringhini, presidente do regional Sul 1 da CNBB, foi pessoalmente para uma
conversa com o presidente Carlão Pignatari, juntamente com dois padres (um dos
quais, incardinado e em exercício de ministério na diocese de Taubaté, deputado
estadual pelo PV, Afonso Lobato) e os deputados Reinaldo Alguz (PV), André do Prado (PL) e Emídio de
Souza (PT).
Numa medida desproporcional e
espetaculosa, a CNBB está mobilizando todos os seus esforços para dar a
impressão de uma indignação nacional. Contudo, o método utilizado foi muito bem
exemplificado pelo bispo de Itapeva, Dom Arnaldo Neto.
Num ato de desagravo (!!!) ao
Papa, a Dom Orlando Brandes e à CNBB, ele expulsa da Igreja e pede para nunca
mais voltar todo fiel que critica a CNBB, o Papa e a Campanha da Fraternidade
(!!!). E ameaça: “com Deus não se brinca!”. No final, conclui: “Peço à PASCOM
que faça em todos os lugares um texto em desagravo a Dom Orlando Brandes”.
Em outras palavras, o que está acontecendo desde o último domingo é um teatro calculado para causar uma impressão em si mesma falsa: a impressão de que há uma indignação por parte do povo católico, indignação que não existe. A metodologia é simples: a CNBB publica uma carta aberta, as dioceses e os bispos replicam; membros de dezenas de organismos minúsculos ou de instituições da Igreja começam a fazer notas a pedido de leigos engajados — no caso de Itapeva, do bispo mesmo!; na sequência, organismos mais discretos aderem por bom-mocismo ou medo; cria-se um alvoroço infernal que, no fundo, não tem nada de susbtancioso… O bom povo católico permanece frio e indiferente, torcendo mesmo é pela briga!
Quando a gente deixa a
superfície e vai ao fundo da polêmica, percebe que ela não passa de uma grande
bolha de sabão, produzida artificialmente por estes mesmos organismos que vivem
acusando o presidente da república de ter uma rede de fakenews. Tudo não passa
de uma articulação de fachada para criar nos parlamentares paulistas,
desacostumados com pressões desta natureza, o pânico de se verem pressionados a
fim de lhes proporcionar o enforcamento de um Judas neste “sábado de aleluia”
fora de época.
A primeira finalidade dessa
representação grotesca é criar um precedente político e jurídico que iniba as
críticas à CNBB oriundas da população em geral. O povo já não tem mais respeito
algum por essa entidade e isso pode ser facilmente comprovado nos comentários
das pessoas normais nas próprias mídias sociais da instituição. Não é
necessário fazer grandes especulações. Basta olhar em redor e perceber que as
pessoas não estão dando a mínima atenção para este problema.
A segunda é fazer
politicagem, como é praxe da CNBB: preparar o terreno para as eleições de 2022,
em que ela poderá se dizer vítima da tal “violência da direita” alardeada pelo
mesmo Dom Orlando Brandes, a fim de minar o espaço para candidatos
conservadores entre os fiéis.
O desespero por transformar a
fala do deputado numa perseguição sanguinolenta digna de um Nero chegou ao
ponto de pedirem uma nota ao CELAM – mais um ato deste teatro fake, sob medida, para dar a este
episódio provinciano as dimensões de uma guerra mundial –, coisa bem adequada a
Dom Odilo, que é membro do Conselho Diretivo, e assina a missiva. Dizendo-o
doutro modo, são sempre os mesmos personagens, em posições diferentes, para dar
a impressão de algo grandioso.
A verdade é que o deputado
Frederico d’Ávila cometeu um destempero, pelo qual ele já se desculpou, mas deu
voz às queixas de milhares de fiéis tanto contra a fala de Dom Brandes quanto
contra as posturas esquerdistas habituais da CNBB. Não há nenhum escândalo
verdadeiro por parte dos fiéis, mas apenas um fingimento histérico, calculado
para ser usado politicamente como mordaça pela CNBB contra os seus críticos.
Estão todos estes bispos e padres dando uma carteirada clerical para usar a
ALESP e o poder judiciário como arma contra os seus desafetos. É tudo só isso!
Se os deputados da ALESP vão
cair nesta comédia, não sabemos, mas, se o bom senso prevalecer, toda essa
pirotecnia terminará no vazio.
Título e Texto: FratresInUnum.com,
19 de outubro de 2021
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O deputado não devia ter pedido desculpas pois de nada adiantariam, como comprovado.
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