A praça se tornou um depósito de lixo, alvo de moradores de rua, burros-sem-rabo e até de espertalhões que não querem gastar dinheiro com a retirada de móveis arruinados e entulho
Quintino Gomes Freire
Muito tem se falado em
transformar a parte mais turística do Rio em uma zona mais organizada, de forma
a atrair mais turistas e visitantes, assim como divisas e progresso pro
comércio, hotéis e para a cidade. Porém, em que pese os papos de ”tolerância
zero” e ”prioridade ao turista”, Copacabana – de longe o mais turístico dos
bairros cariocas – segue caótica e decadente, principalmente a partir da
primeira quadra da praia em direção oposta ao calçadão tombado.
Se os meses em que reinou no local a ex-subprefeita Ana Ribeiro foram considerados o momento de maior abandono do bairro nos últimos 25 anos, pouco tem melhorado após a saída daquela ficou conhecida como ”rainha da sucata”. Em seu tempo como responsável pela região, a rua Dias da Rocha foi transformada numa usina de reciclagem de lixo noturna, e a própria orla da avenida Atlântica virou centro de coleta e reciclagem de lixo além de uma espécie de cracolândia carioca. A posse do novo subprefeito trouxe esperanças que até se concretizaram um pouco na orla, mas o caos segue reinando, por exemplo, na praça Serzedelo Correia, que virou um depósito de lixo a céu aberto, sob as barbas da guarda municipal e demais autoridades locais.
Não há qualquer fiscalização, e joga-se móveis inteiros, sofás, cadeiras e tudo o mais pelos contornos da praça sem qualquer tipo de ação das autoridades. “Não existe ordem pública e os garis da Comlurb são feitos de palhaços limpando mil vezes o mesmo lugar. Os guardas municipais ignoram os chamados dos moradores para que impeçam moradores de rua e ”burros sem rabo” de jogar todo tipo de detrito na praça”, diz ao Diário Hélio Bonoro, morador do local há 27 anos.
“Parece que a COMLURB
reconheceu ali como um depósito de lixo, e faz a retirada como se isso fosse
normal. Em vez de a prefeitura faturar multando os culpados, joga nosso
dinheiro no lixo, fazendo exatamente o que os espertalhões querem, e deixando
de atender quem joga lixo no lugar certo“, protesta Bruna Lemos,
moradora da Siqueira Campos. Solange Kirk, outra moradora de
Copacabana, completa: “Morei num prédio ao lado e isso era diariamente.
Total absurdo.“
Título e Texto: Quintino
Gomes Freire, Diário do Rio, 20-11-2022
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