Carina Bratt
EM QUE PARTE DE VOCÊ ele ficou? Me diga, me esclareça. Preciso saber. Necessito dessa resposta. Careço dela para ontem, de maneira urgente. Ah, Você não sabe, não é mesmo?! Eu sei que você não sabe. E você também sabe que eu sei que você não sabe. Pois é. Jogo de palavras. Discursos vazios, manifestos ocos, ilógicos, discordantes, destituídos de fundamentos coerentes e afinados, sonantes e harmoniosos.
Compreenda, lado outro, que em mim, dele, em mim, dele, nada restou. Nem
um resquício (1) de saudade. Nada de nada para se guardar como lembrança, como
recordação perene, infinda, e sempiterna, tipo assim, uma coisa rara, porfiosa
(2), um brilhante consistente, uma joia imarcescível de valor inestimável e
perpétuo. Algo mais específico e precioso que ficasse no ‘para sempre’ dentro
de ‘nossa alma’, ou pelo menos, na minha.
Por falar em alma, me lembrei Raul de Leoni que assim a descreveu: ‘Em
teu delirante desalinho, crês que te moves espontaneamente, quando és na Vida
um simples rodamoinho... formado dos encontros da torrente’ (3). Como se pode
perceber, um delirante e desvairado desalinho, algo fósmeo (4), além do
trivial, do corriqueiro, irmanado ao nosso sangue, grudado como chiclete em
nosso DNA.
Todavia, se movendo espontaneamente embalado ao sabor dos encontros da torrente. De repente, não mais que isso, de repente, num piscar estagnado e abjeto de olhos, entre um minuto e outro, num segundo ligeiro e escorregadio, eu diria, tudo se transformou numa metamorfose ambulante, repulsiva, pavorosa e ignóbil. O amor foi para o espaço. Feneceu. A alegria, junto com ele, se partiu em mil pedaços.
Fragmentou. Virou algo intocável. Se fez pó cósmico se posicionando além
do incompreensível. Em senda paralela, no meu peito se agigantou uma dor
terrível e desfigurada ao compasso de uma nota musical despartiturada (5), fora
do ritmo, ao tempo em que a maviosidade que andava sempre por perto criou
coragem e voou. Bateu asas, se mandou de mala e cuia para um distante além
galáxia se perdendo, igualmente, no infinito do imensurável sem retorno.
E eu, meio que abestalhada, sem noção, ainda aqui, sigo insistindo,
teimosa, obstinada, sequiosa por saber, por descobrir, por entender... e mais
que entender, compreender: em que parte de você ele ficou? Dentro de mim,
dentro de mim, reitero, restrugindo (6), nada restou. Nada para guardar como
recordação, como um mimo que se põe numa caixinha, ou às vistas, dependurado
num quadro pregado na parede da sala.
Em mim... em mim, de novo, reafirmo obstinadamente para que se lembre
sempre... em mim nada restou... nada ficou para contar história... e eu...
nessa altura do correr dos dias, dos meses, das horas, eu só queria saber onde
ficou... droga, me responda, fale alguma coisa, não se cale, não se trave.
Escancare a timidez, se abra, seja real, leal, autentico... onde ficou, por
Deus, ONDE FICOU O MEU CORAÇÃO?!
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Como se me alforriasse
Pequenas e profundas reflexões sobre o belo
Como se comesse pêssegos ásperos
[As danações de Carina] Em trapos
Fase adulta
No mesmo lugar de sempre, coração não sente emoções nenhuma.
ResponderExcluirA emoção está no cérebro?
ExcluirAtualmente existem inúmeras emoções que podemos descrever, entretanto, vamos falar das 5 emoções básicas abaixo:
ExcluirAlegria – Esta emoção estimula a atividade CEREBRAL, inibindo pensamentos depreciativos e aumentando a energia da pessoa. Por meio da alegria conseguimos nos recuperar de momentos de tristeza, sentindo de imediato disposição e entusiasmo.
Tristeza – Quando vivenciamos esta emoção, nosso metabolismo se reduz, causando de imediato uma perda da energia e do ânimo. A razão desta redução metabólica e de volição, é para que a pessoa possa ter um momento de reflexão CEREBRAL sobre sua perda ou frustração.
Medo – Já percebeu a palidez no rosto de alguém tomado pelo medo? Isso se dá pelo fato de que o sangue é direcionado para os músculos ligados ao sistema esquelético. O medo é uma defesa natural, e ele possibilita que o indivíduo se prepare para fugir ou se esconder. Uma das estruturas mais antigas do cérebro, a amígdala cerebral, envia sinais de alerta para que o corpo possa agir no primeiro sinal de perigo INJETANDO ADRENALINA.
Raiva – Fisiologicamente recebemos uma grande descarga hormonal CEREBRAL onde a adrenalina, o cortisol e a noradrenalina preparam o corpo para a batalha. Existe um evidente aumento dos batimentos cardíacos, deixando o corpo pronto para agir.
Nojo – O nosso CÉREBRO percebe que algo ruim, seja cheiro ou sabor, está presente, nos protegendo de algo que poderia nos fazer mal. A expressão facial do nojo, ao enrugar o nariz e torcer a boca, sinaliza uma resposta evolutiva de proteção, para não sentir o cheiro de algo que poderia ser nocivo ou expelir um alimento que estaria estragado.
(GOLEMAN, 2012)
A ADRENALINA FAZ AUMENTAR OS BATIMENTOS CARDÍACOS.