Alguma coincidência com o Brasil será
meramente casual
Adrilles Jorge
Bem se sabe que a prostituição
é a profissão mais antiga da História. A de político talvez seja a segunda. A
moça que cede e vende seus serviços sócio-afetivos ao preço do desejo humano de
poder sexual se parece em alguma medida a da pessoa que vende sonhos lúbricos
de melhoria de vida e ascensão social do povo que escolhe seus líderes. Tudo é
sexo, já dizia Freud. E sexo, em nível físico ou social pressupõe dominação,
poder, sedução, opressão e engodo.
A ópera-bufa dos poderes
opressivos que mesclam prostituição e política afetam a realidade brasileira e
americana com estranhas semelhanças. Dois políticos parecidos conquistaram o
poder nos dois países, rompendo o hímen da barreira do politicamente correto,
uma espécie de prostituição da linguagem à hipocrisia da virtude encenada. Por
este pecado, pagaram o preço. O establishment moralista do
politicamente correto os crucificou e derrotou — e agora os quer eliminar da
vida pública.
Bolsonaro é hoje quase tornado
inelegível porque contestou instituições, regras e pessoas dentro das
instituições. Trump quase preso porque teria comprado o silêncio de uma atriz
pornô — pano de fundo pra abafar o escândalo de um homem anti-establishment que
abalou as instituições .
Ora, a democracia pressupõe a liberdade de se contestar as instituições e a si mesma. Só em ditaduras não se permite que se conteste ou se critique o que quer que seja. Bolsonaro foi e é um homem rude, meio tosco, mas sua rudeza e seu espírito politicamente incorretos traduzem o que se chama de “liberdade de expressão”. À sua “tosquice”, responderam com as acusações também “rudes“, para dizer o mínimo, de genocida, racista, machista, fascista, vitupérios que o presidente nunca proibiu. Como dizia o emérito juiz Alexandre de Moraes, a liberdade de expressão, sobretudo a liberdade de expressão de quem ocupa cargo público, está aí pra sobrar: o desaforo , a opinião esdrúxula, leviana, equivocada, estão aí para provar e sedimentar a liberdade de expressão. Todas as opiniões são válidas. Se alguém se sentir caluniado, injuriado, difamado, temos aí o Código Penal que prevê punição para todos estes crimes.
Mas o TSE proíbe que haja qualquer
dúvida mínima sobre o processo eleitoral e censura e mete no limbo todo aquele
que contestar a lisura de quem ocupa a instituição da Justiça Eleitoral
brasileira e quer — ao que tudo indica — punir a verborragia insultuosa de
Bolsonaro, que contesta — democraticamente — tudo e todos e é contestado por
tudo e todos. Mas os todos que contestam Bolsonaro querem eliminá-lo da
política nacional. Pergunto candidamente: não seria uma prostituição do
princípio democrático eliminar alguém por cometer uma opinião desagradável? Não
seria de fato um ato antidemocrático eliminar um político por uma crítica às
instituições?
Assim também se prostitui
parte da Justiça aparelhada por um “pseudoprogressismo” para trucidar Trump.
Uma denúncia frágil, esdrúxula, de que o ex-presidente teria comprado o
silêncio de uma atriz pornô por supostas relações sexuais entre ambos, uma
besteira íntima vinda a público. Nada silenciosamente, um procurador financiado
pelo ultra progressista George Soros indiciou Trump pelo suposto “crime “.
Pergunto candidamente novamente: não seria uma prostituição da Justiça, pilar
da democracia, comprar a opinião de um juiz pra eliminar um político
divergente, apenas porque as opiniões deste político agridem a sensibilidade
“pseudoprogressista”?
Justiça seja feita, os Estados
Unidos sempre tiveram um respeito maior ao império das leis muito maior que o
Brasil e outros países da América Latina. Tiveram. Tinham, até então. Este
negócio de buscar uma questiúncula jurídica para poder sacrificar um
ex-presidente que não é querido pelo establishment é um
precedente grave de perseguição política e um tiro de canhão na Justiça
americana. Se a mídia ou a Justiça fizerem biquinho pra algum político,
qualquer questiúncula jurídica livremente interpretada por algum juiz
autoritário ativista financiado ou aplaudido por movimentos ideológicos será
anulado.
Alguma coincidência com o
Brasil será meramente casual, claro…
Título e Texto: Adrilles
Jorge, Revista Oeste, 9-4-2023, 8h
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