O país que aparece na
comunicação social é o país dos funcionários públicos em greve, dos
trabalhadores das empresas públicas que querem ser sempre funcionários,
daqueles professores do ensino público que tudo contestam e nada aceitam, dos
polícias em manifestações, dos militares contestatários, dos deputados que, num
contínuo palavreado oco e violento, mostram que nada entendem da sua missão e
da tolerância que a democracia impõe, dos políticos profissionais doentes e
incendiários por falta de protagonismo ou de poder. E dos seus compagnons de route, que sem tal nicho
de mercado desapareceriam por completo de cena.
Escondido, há o país que
trabalha. Que investe e motiva, que produz e exporta, que labuta sem greves nem
desânimo. O país a quem todos devemos ser ainda país. E aquele a quem o
primeiro deve o receber o ordenado, maior ou menor, no fim do mês.
A comunicação social, inculta
e ignorante, e também arrogante, aplaude o primeiro, promove-lhe a agitação,
acompanha-lhe os passos, cobre-lhes as iniciativas em directo. Ao mesmo tempo
que, dando-lhes toda a voz, censura, em absoluto, o segundo.
E dizem que isto é liberdade
de informação.
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