quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Aníbal, Roma, Dilma e a Oposição! Maárbal ensina

Cesar Maia
    
Maharbal ou Maárbal, desenho daqui
1. O governo Dilma está sob cerco do Congresso e da Opinião Pública. Cada emenda constitucional e lei aprovada é uma batalha perdida. O governo desintegra e como barata tonta vai anunciando novas táticas: o vice Temer fala em pacto nacional, ministros falam em reforma ministerial, vazam que Lula pode ser ministro, informam que virá uma reestruturação da base aliada, etc.
    
2. Enquanto isso a oposição parlamentar, política e social, afirma o cerco ao governo e, pelos canais mais diversos, diversifica suas táticas: esperar as decisões do TSE e TCU sobre contas de campanha e de governo, mobilizar pelas redes sociais, chamar novas eleições, impedir ou contar com a renúncia de Dilma e formar um governo de coalizão nacional na forma que fez Itamar, pautas bombas no parlamento, votar o impedimento com as iniciativas já apresentadas, etc.
    
3. Com o cerco montado, o tempo vai passando. Alguns acham que esse sangramento levará o governo ao colapso e a formação de um novo governo dessa ou daquela maneira, com renúncia ou impedimento. O tempo passa e corre a favor de Dilma. Vai conseguindo solidariedade interna pela falta de alternativa para o PT. O programa eleitoral do PT - ao contrário do que se pensava - não defendeu o partido, mas o governo Dilma e a herança de Lula.
    
4. Nas batalhas que Aníbal vencia desde Cartago, atravessando o mediterrâneo, conquistando a hispânica, a Galia e a itálica, os soldados se motivavam com os saques. Mas no cerco, esta motivação vai sendo eliminada. Roma fecha os portões e reorganiza as suas forças. A oposição não tem o que distribuir aos soldados durante o cerco, Dilma tem. E os soldados (os parlamentares, prefeitos e governadores) querem saber onde farão os "saques" durante o cerco. 

5. A oposição vai ficando ansiosa e os conflitos internos surgem, conflitos de opinião, de análise e de táticas. 
    
6. O grande general e estrategista – Aníbal - 200 aC, após derrotar os exércitos romanos, rumou para Roma. Mas querendo conquistar aliados, liberta aliados italianos e inicia o cerco. Isso permite que sobreviventes informem ao senado romano sobre a situação. O senado manda fechar os portões de Roma e protege e reorganiza seus exércitos.     

7. Aníbal perdeu a chance de concluir seu intento e atacar diretamente Roma. Esse erro acabaria por selar sua derrota no final da guerra. Maárbal, seu comandante da cavalaria númida, instou-o a marchar sobre Roma, mas ele o recusou, ao que Maárbal lhe replicou: "Seguramente nenhum homem tem sido abençoado com todos os dons de Deus. Você, Aníbal, sabe como ganhar uma vitória; você não sabe como usá-la."
Título e Texto: Cesar Maia, 12-8-2015

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