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UN Photo/João Araújo Pinto, dezembro de 2005
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Falam hoje na Assembléia Geral
das Nações Unidas o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas,
e o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. O líder de uma parte dos
palestinos pedirá o reconhecimento dos territórios como estado-membro da ONU,
reivindicação que conta com o apoio do Brasil, por exemplo. O pedido tem de ser
encaminhado ao Conselho de Segurança — os EUA já afirmaram que exercerão o seu
poder de veto. Se Abbas contar com o apoio de 9 dos 15 membros do conselho, a
proposta segue para ser votada pela Assembléia Geral. Se obtiver 97 votos
favoráveis, o que é bem possível, os territórios palestinos seriam aceitos como
“Estado observador”. Abbas conta com essa possibilidade e com o que seria uma
vitória moral, aumentando o isolamento de Israel.
O grupo de Abbas, Fatah, que
governa a Cisjordânia, e o Hamas celebraram um acordo, mas não se entendem
sobre essa estratégia. Os terroristas que governam Gaza são contra o plano do
presidente da Autoridade Nacional Palestina. E “contra” quer dizer contra
mesmo. Enquanto o governo da Cisjordânia prepara uma grande festa para
comemorar o discurso de seu líder, manifestações de apoio à proposta estão
proibidas em Gaza. E os facínoras sabem com reprimir seu próprio povo. Ao fim
da incursão israelense do começo de 2009, os homens do Hamas saíram pelas ruas
caçando militantes do Fatah, acusados de terem colaborado com “o inimigo”. As
punições brandas previam um tiro no joelho do “condenado” na frente da família.
É esse o “estado” que o Brasil
— e não só o Brasil, é evidente — quer ver reconhecido como membro pleno da
ONU. Os palestinos não resolveram, como se vê, nem as próprias divergências.
Por enquanto, Hamas e Fatah só combinaram parar de se matar. Mas por que diabos
o Hamas é contra? Porque a sua plataforma é outra (ver post da noite de ontem que traz trechos do estatuto do Hamas).
A questão absolutamente
objetiva e prática é esta: a iniciativa palestina contribui para a paz ou para
exacerbar o conflito? Não é preciso ser muito sagaz para chegar à resposta
óbvia. Se ela deixa as duas forças mais perto do confronto do que da paz, por
que tantos apoios, inclusive do Brasil? Porque a questão está sendo usada para
que países marquem posição no tabuleiro internacional. Se o governo
brasileiro, por exemplo, estivesse interessado no entendimento, estimularia o
diálogo, não uma iniciativa unilateral dos palestinos. Ocorre que a
petezada não está nem aí para quem morre ou deixa de morrer no Oriente Médio. O
objetivo é deixar claro aos EUA que “ninguém manda ninóis“. Eis o
país que quer porque quer um assento permanente no Conselho de Segurança da
ONU. Queira Deus isso não aconteça tão cedo! Para o bem do Brasil, de Israel e
do mundo!
Título e Texto: Reinaldo Azevedo, 23-09-2011
Edição: JP
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