domingo, 25 de setembro de 2011

O empalamento das instituições

Valmir Azevedo Pereira
Poderíamos denunciar as várias agressões de que foram vítimas as Forças Armadas nas últimas décadas. Elas, certamente, negarão.
Foram maltratadas, sacaneadas, envergonhadas, difamadas, estupradas e, em alguns casos, ridicularizadas.
Mas existe um prazer sádico na sequência de abusos, a vítima tem que emitir gritinhos de prazer ou engolir em seco, e revirar os olhinhos diante de tanta orgia. Talvez, os disciplinados subordinados tenham recebido ordens para disfarçar orgasmos e deleites.
E assim tem sido nas últimas décadas.
A cada cacetada, como sadomasoquistas depravadas, as Instituições nem gemidos soltam. Aprenderam como satisfazer aos seus sádicos senhores.
Ah, mas com a Comissão da Verdade, o sadismo chegou às raias da loucura. Cansados de deflorar a incauta dama, os psicopatas se agigantaram.
A sanha e a depravação que foram levadas ao extremo chegaram ao seu limite. Era preciso muito mais, causar dor já não era mais suficiente, era preciso desmoralizar, envergonhar, cuspir, trucidar.
E assim, surgiu a ideia da criação de uma Comissão para o trucidamento final (?). E, após exaustivos estudos, ouviu-se uma voz. Que tal empalar?
Aplausos. É possível empalar a honra? Fisicamente, é. Mas a grandeza, a personalidade, também? Não sabemos, mas não custa tentar.
Quem quer ser empalado? E os três braços se levantaram ao mesmo tempo.
Quem quer ser o primeiro? Os três quase se atracaram em busca da primazia.
Agora, caberá a um grupo de notáveis esculpir uma tala, uma grossa e comprida estaca. Pois faz parte do empalamento, introduzir o instrumento no ânus do inimigo até surgir a sua ponta na boca da vítima.
Por quanto tempo? Dois anos. Provavelmente ao vivo e em cores pela televisão.
Mas nada impede que nas vésperas do seu final, amplie-se o prazo. Lembram-se da busca das ossadas? Perdemos as contas de quantas comissões foram nomeadas, num processo sem fim.
E os recursos para a Comissão? Provavelmente infinitos, pois basta pedir mais que eles serão repassados. Alguém duvida?
Não sabemos de empalados que tenham sobrevivido. Nem física, nem moralmente.
Aguardemos o que sobrará das instituições militares depois desta gratificante e gloriosa experiência.
Título e Texto: Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Brasília, DF, 24 de setembro de 2011.

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