segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Sindicato dos montadores de veículos dos EUA a ponto de conseguir um acordo salarial com a ‘General Motors’.


Francisco Vianna
DETROIT — A poderosa UAW –United Auto Workers e a montadora General Motors disseram na noite de ontem que tinham tentado chegar a um acordo sobre um novo contrato trabalhista.

Peggy Burnside, uma funcionária da ‘General Motors’, inspeciona um Chevrolet 2012 Sonic
 assim que saiu da linha de montagem na fábrica GM em Orion no Lago Orion, Michigan, na quarta-feira.
Foto: John F. Martin/General Motors, via Reuters
É o primeiro novo pacto laboral, o primeiro a ser negociado por um fabricante de automóveis em Detroit desde que a GM e a Chrysler receberam empréstimos de socorro do governo e se livraram da falência em 2009. O acordo vai ajudar os 48.500 empregados sindicalizados da GM a participarem na recuperação da empresa e deve dar-lhes mais segurança no emprego, uma das duas prioridades da UAW, embora a natureza frágil da recuperação da economia possa continuar a injetar um pouco de incerteza no panorama da empresa e do sindicato.
A GM disse que o acordo cobrirá quatro anos. O sindicato se recusou a dar detalhes, mas disse que o acordo incluiu uma participação melhorada nos lucros e "melhorias significativas com relação aos benefícios de assistência médica e hospitalar". Espera-se também que o acordo inclua os chamados ‘bônus de assinatura’ no valor de, pelo menos, vários milhares de dólares. E a UAW estava a buscar um aumento salarial para os trabalhadores em início de carreira – recém-admitidos – que ganham cerca da metade do que ganham os outros trabalhadores.
O sindicato disse num comunicado que combateu com sucesso as propostas da GM para enfraquecer os benefícios de aposentadoria e obteve grandes concessões para benefícios de saúde. "Em ambos, aposentadoria/pensões e assistência médica e hospitalar, a UAW conseguiu convencer a GM que poderá ter um sucesso muito maior caso os seus trabalhadores não tenham cortados os valores das pensões e aposentadoria, e, principalmente os planos de saúde", disse o porta-voz da UAW.

As negociações com a Chrysler e Ford Motor estão tendo continuidade. O presidente do sindicato, Bob King, disse que o acordo com a GM deve "fazer com que os trabalhadores filiados à UAW, que foram demitidos, voltem ao trabalho" e fazer com que empregos da montadora em outros países retornem para os Estados Unidos. "A UAW abordou essas negociações com novas estratégias, lutou e conseguiu alguns dos seus principais objetivos para os seus associados, incluindo investimentos significativos em máquinas e produtos para as fábricas nos EUA", disse ele no comunicado.
Os negociadores se reuniram durante 14 horas na sexta-feira, dois dias depois de concordar em prorrogar o contrato antigo quando não foram capazes de chegar a um acordo. O acordo foi anunciado logo após 11:00hs da noite de sexta-feira. "Usamos uma abordagem de resolução de problemas criativa para chegar a um acordo que atendeu as necessidades dos funcionários e os empregos da nossa indústria no longo prazo com sucesso", disse Cathy Clegg, vice-presidente de relações de trabalho da GM, em outro comunicado. "Nós trabalhamos duro para obter um contrato que reconhece as realidades do mercado de hoje, permitindo que a GM continue a investir no setor manufatureiro dos EUA e a proporcionar bons empregos para milhares de americanos".
Os líderes da UAW das fábricas em todo o país devem se reunir na terça-feira em Detroit para votar a ratificação do acordo. A votação da ratificação por hierarquia de classificação funcional está prevista para ocorrer de sete a 10 dias, disse a GM. 
Embora o sindicato não tenha confirmado quaisquer alterações nos salários, o seu principal negociador com a GM, Joe Ashton, disse no comunicado: "O salário e os benefícios, que nós negociamos nesta tentativa de acordo, refletem o fato de que os membros da UAW foram o fator que ajudou a empresa a dar a volta por cima".
Os funcionários da GM tinham dito antes do início das negociações que queriam amarrar a maioria dos trabalhadores num sistema de pagamento por produtividade, qualidade e lucros. Eles receberam a título de participação nos lucros em média 4.400 dólares este ano como resultado de uma folha de pagamento de 4,7 bilhões dólares em 2010. "Há algo aqui entre linhas que nos diz que este é um acordo que vai funcionar e produzir uma GM mais bem-sucedida e com seus empregados mais estáveis e compartilhando desse sucesso", disse Harley Shaiken, professor de relações de trabalho da Universidade da Califórnia, em Berkeley. "O acordo vai definir a competitividade em Detroit". 
Em sua tradição de negociação-padrão, espera-se que o sindicato procure termos semelhantes com a Chrysler e a Ford. Mas é provável que tenha mais dificuldade em fazê-lo do que no passado, dadas as condições distintas das três empresas. O sindicato espera manter o foco em conseguir um acordo com a Chrysler antes de discutir com a Ford.
Diferentemente do Brasil, essas negociações são levadas adiante sem qualquer interferência do governo americano ou de governos estaduais ou locais. Este fato não cria falsas expectativas nem elevam enormemente os preços dos automóveis, como ocorre aqui, onde chegam a custar quase 40% a mais dos preços de mercado, em função da carga tributária. O consumidor brasileiro paga, aqui no Brasil, quase o dobro por carros de qualidade muito inferior, graças ao socialismo tupiniquim.
Fonte: The New York Times, Tradução e Grifo: Francisco Vianna

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