Oswaldo Colombo Filho
Discordo
em essência daqueles que se dizem felizes pela pseudo faxina ética do Executivo,
tal qual das afirmações de ser irrelevante a forma pela qual Ministros são
indicados aos cargos. “Ao povo, não importa o apadrinhamento do novo titular do
Ministério do Turismo, mas sim a sua capacidade e a sua honestidade na gerência
do cargo que vai ocupar” (frase extraída de uma coluna de opiniões). –
Isto é aposto à cidadania, tal que se fosse faxina não o seria seletiva,
versaria a tudo aquilo que está sujo e que o antigo inquilino em sua iniquidade
deixou. A quem tem consciência TUDO importa, pois é uma afronta coligar
apadrinhamento à competência que somente se dá pela qualificação profissional,
expressão técnica, acadêmica além de probidade do indivíduo escolhido. Isto é o
mínimo desejável.
Não
é nem mais aceitável a indicação política para Ministros das mais altas Cortes
de Justiça, tais cargos deveriam ser ocupados por Juízes de carreira, com “J
de Justiça maiúscula”, e para tanto já concursados e eleitos por seus
pares. Hoje sequer temos Ministros que foram juízes e, portanto aprovados em
concursos públicos; aliás, alguns foram reprovados mais de uma vez em suas vãs
tentativas, e estão lá a dar pareceres ou a reter processos em benefício de
quem os indicou. Isto não Justiça, é fruto da injustiça qualificada pelo
apadrinhamento e pelo nepotismo. Vide caso do clã Sarney no STJ e que até
garantiu censura ao jornal O Estado de S. Paulo; os expurgos nas
cadernetas de poupanças nas mãos de Toffoli no STF; ali também estão os
aposentados e o fator previdenciário. Portanto, o apadrinhamento é indefensável
e se fosse capaz de algum resultado o estado do Maranhão não seria o mais
miserável do país, teria deixado a muito de ser uma reles capitania
hereditária. O apadrinhamento, tal qual o nepotismo, largamente difundido no
Congresso, e em boa medida na cultura dos brasileiros, não faz parte do manual
da competência e da meritocracia; mas sim do conchavo da politicalha, e isto
sem exceção tal qual o episódio dessa indicação ao Ministério objeto do tema
que sequer deveria existir.
Demostrou
mais uma vez a nós, - “a parcela da nação consciente”, que temos uma
pseudopresidente; pois quem mandou um dos seus assumir no feudo “Turismo”, foi
o seu dono - José Sarney e com total e confesso beneplácito de Rousseff. Pior
ainda é alguém acreditar que haja faxina, ou qualquer sentido de limpeza ética.
Nada mudou apenas a técnica diversionista de mostrar ao público outra forma do
populismo atuar. Desceram do palanque, afastaram-se do linguajar de botequim
para adotar tom sóbrio e buscar o elo perdido na população mais culta que não
foi adesista ao caudilho da gestão anterior e que lamentavelmente se encanta ao
canto da sereia, “vislumbrando e vibrando pela faxina de peixes pequenos quando
tubarões ainda mandam e desmandam no país, tal qual era antes”. Mais do que
nunca, e com o fisiologismo dirigindo o país, e de forma escancarada, pode-se
utilizar a histórica expressão: “O poder está atrás do trono”, e nada é aquilo
que se vê.
Título, Imagem e Texto: Oswaldo
Colombo Filho (enviado por e-mail)
Brasil Dignidade
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