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Imagem: Divulgação |
Marcus Petrucelli
O fato é bastante comum no
Brasil, mas quando acontece nos Estados Unidos o mercado realmente se agita, dá
a resposta imediata e a corda arrebenta para muitos dos envolvidos (quando não,
para todos). A história aconteceu com o filme de terror americano
"Creature", que fala sobre um monstro que ataca um grupo de
visitantes em um pântano da Louisiana. Em seu primeiro final de semana de
exibição, a produção quebrou um recorde negativo de público. Explicando melhor:
o longa arrecadou parcos US$ 331 mil (o que equivale a aproximadamente R$ 564,5
mil) nas bilheterias, tendo sido visto por cerca de 35 mil espectadores. Isso
corresponde a uma média de seis espectadores por sessão, levando-se em conta
que o filme estreou em mais de 1.500 salas (mais da metade do número de salas
de cinema no Brasil). Os especialistas da indústria americana logo concluíram
que esta foi a pior estreia de um filme em todos os tempos nos Estados Unidos.
De acordo com a crítica publicada pelo jornal New York Times, o filme é
"farto em nojeira, mas escasso em ideias". "Creature", que
não tem nenhuma previsão de ser lançado no Brasil, foi dirigido por Fred
Andrews, um veterano desenhista de produção de programas de TV, e teve um
orçamento inferior a US$ 2 milhões (cerca de R$ 3,4 milhões). "A Suprema
Felicidade", de Arnaldo Jabor, custou mais do que o dobro e foi igualmente
um fracasso retumbante. A obra de Jabor foi vista por aproximadamente 100 mil espectadores
no total, num período de pouco mais de um mês. Mas triste mesmo são os títulos
brasileiros que já na estreia tiveram um resultado pífio: "Atabaques
Nzinga" foi visto por 19 pessoas; "Zé Pureza", por 70;
"Andarilho", 125; "Cleópatra", 898; "Procuradas",
1.062 pessoas. Detalhe: este "Procuradas" é do mesmo diretor Zeca
Nunes Pires, que fez agora "A Antropóloga" e entrou na lamentável
lista de 15 filmes do Ministério da Cultura e de onde sairá o representante do
Brasil na disputa do Oscar de filme estrangeiro em 2012.
Texto: Marcos Petrucelli é jornalista
formado pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado em 1992. Trabalhou no
jornal Folha da Tarde e nas revistas Set e Playboy, da Editora Abril. Em 1997
criou o e-Pipoca, primeiro site especializado em cinema na internet brasileira.
Além de cobrir os mais importantes festivais de cinema no Brasil, Petrucelli
também esteve na cerimônia do Oscar em quatro oportunidades. Desde 2005 é
comentarista do quadro Sessão de Cinema, no CBN Total, programa ancorado por Adalberto
Piotto.
Edição: JP
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